O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, divulgou um vídeo com discurso para a nação devastada pela guerra nesta segunda-feira, 9 de maio, marcando a derrota do nazismo alemão na Segunda Guerra Mundial, e prometendo que a Ucrânia terá em breve “dois Dias da Vitória”. “Nunca esqueceremos o que nossos ancestrais fizeram na Segunda Guerra Mundial, na qual mais de oito milhões de ucranianos morreram e um em cada cinco ucranianos não voltou para casa. No total, a guerra custou pelo menos 50 milhões de vidas”, disse.
Ele enfatizou que “em breve haverá dois Dias da Vitória na Ucrânia”. “Nós vencemos na época e vamos vencer agora também”, disse ele, em referência à guerra da Rússia contra a Ucrânia. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, tentou caracterizar a campanha militar como uma “resposta forçada” pelas políticas do Ocidente e “necessária” para afastar uma possível agressão.
Putin, que discursou durante parada militar na Praça Vermelha para marcar o Dia da Vitória contra os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, traçou paralelos entre os conflitos do Exército Vermelho contra tropas nazistas e a ação das forças russas na Ucrânia. Embora tenha criticado fortemente o Ocidente, Putin não deu indicação de mudança na estratégica ou de que fosse declarar uma ampla mobilização, como alguns na Ucrânia e em países ocidentais vinham temendo.
Teme-se que até 60 pessoas tenham sido mortas no bombardeio russo a uma escola de um vilarejo na região ucraniana de Luhansk, no leste do país. As forças russas também continuaram bombardeando a siderúrgica Azovstal, último reduto da resistência ucraniana nas ruínas da cidade portuária de Mariupol, no sudeste, onde soldados do regimento Azov prometeram continuar lutando.
O governador de Luhansk, Serhiy Gaidai, disse que a escola em Bilohorivka, onde cerca de 90 pessoas estavam abrigadas, foi atingida no sábado (7) por uma bomba russa que deixou o prédio em chamas por quatro horas. “Trinta pessoas foram retiradas dos escombros, sete das quais ficaram feridas. Sessenta pessoas podem ter morrido”, escreveu Gaidai no aplicativo de mensagens Telegram, acrescentando que dois corpos foram encontrados.
A Ucrânia e seus aliados ocidentais têm acusado as forças russas de mirar civis em meio à guerra, o que Moscou nega. Em Mariupol, o vice-comandante do regimento Azov implorou à comunidade internacional para ajudar a retirar os soldados feridos da extensa siderúrgica Azovstal. Em uma operação de uma semana de duração, mediada pelas Nações Unidas e pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), dezenas de civis que se refugiavam nos abrigos subterrâneos da usina têm sido retirados.
Zelensky disse no sábado que mais de 300 civis já foram resgatados e as autoridades agora se concentrarão em tentar retirar os médicos e feridos. Outras fontes ucranianas têm mencionado números diferentes. Separatistas apoiados pela Rússia disseram que um total de 145 pessoas, incluindo 24 crianças, foram retiradas de Mariupol no domingo para a vila de Bezimenne, cerca de 40 quilômetros a leste, na área que eles controlam.
Esse número se soma aos 182 retirados que chegaram a Bezimenne no início da operação, de acordo com dados fornecidos pelos separatistas. Eles disseram que aqueles que desejavam ir para áreas controladas pela Ucrânia foram entregues a representantes da ONU e do CICV.