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19 de abril de 2024 | 23:43
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Política

Câmara volta negar repasse à Transerp

A Câmara de Vereadores re­jeitou mais uma vez, na sessão desta quinta-feira, 18 de junho, a nova versão do projeto da pre­feitura que autorizava o Palácio Rio Branco a repassar R$ 4,8 milhões à Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp). O dinheiro seria usado para bancar a fo­lha salarial de maio dos 177 funcionários da empresa, que atualmente é de aproximada­mente R$ 1,5 milhão mensais, incluindo impostos, encargos sociais e benefícios.

Foram 15 votos contra e doze a favor. Apesar de ter recebido parecer contrário da Comissão de Finanças, Orçamento, Fisca­lização, Controle e Tributária do Legislativo, a proposta recebeu o endosso da Comissão de Cons­tituição, Justiça e Redação (CCJ) e foi a plenário. A Comissão de Finanças afirmou que a prefeitu­ra não poderia repassar recursos para uma empresa de economia mista, como é o caso da Tran­serp. Entretanto, o parecer não tem poder terminativo e serve apenas de subsidio para emba­sar os votos dos vereadores.

A única comissão com po­der de “arquivar” um projeto é a CCJ. Votaram contra o repasse Adauto Honorato, o “Marmita” (Pros), Gláucia Berenice (DEM), Isaac Antunes (PL), Jean Corau­ci (PSB), Luis Antônio França (PSB), Marcos Papa (CID), Ma­rinho Sampaio (MDB), Igor Oli­veira (MDB), Alessandro Mara­ca (MDB), Lincoln Fernandes (PDT), Orlando Pesoti (PDT), Nelson Stefanelli, o “Nelson das Placas” (PDT), Paulo Modas (PSL), Renato Zucoloto (PP) e Waldyr Villela (MDB).

Votaram a favor André Trin­dade (DEM), Fabiano Guima­rães (DEM), Elizeu Rocha (PP), João Batista (PP), Jorge Parada (PT), Luciano Mega (PDT), Marco Antônio Di Bonifácio, o “Boni” (Podemos), Maurício Vila Abranches (PSDB), Mau­rício Gasparini (PSDB), Berti­nho Scandiuzi (PSDB), Rodri­go Simões (PSDB) e Paulinho Pereira (CID).

Os vencimentos dos servi­dores da Transerp são credita­dos nas contas dos servidores até o quinto dia útil do mês subsequente ao trabalhado. A companhia de tráfego fracionou o salário de maio dos funcioná­rios. No último dia 5, empresa de economia mista, que é res­ponsável pela gestão do trânsi­to e do transporte coletivo ur­bano de Ribeirão Preto, pagou somente 40% da folha salarial e informou aos servidores, por meio de um comunicado, que não há previsão para o paga­mento dos outros 60%.

O vereador Marcos Papa (Cidadania) acionou o Minis­tério do Trabalho e Emprego – ligado ao Ministério da Econo­mia – e diz que também levaria o caso ao Ministério Público do Trabalho (MPT). No dia 2, a Câ­mara já havia rejeitado o projeto de lei que pedia autorização do Legislativo para repassar R$ 4,8 milhões à Transerp.

Os vereadores contrários usaram como argumentação jurídica o fato de a prefeitura não poder repassar recursos para uma entidade de direito privado, como seria a Tran­serp – economia mista. O aval da Câmara poderia resultar em questionamentos na esfera judicial. Já quem votou a favor diz que é preciso pensar na garantia do salário dos funcio­nários da Transerp, já que eles não têm culpa de a companhia enfrentar uma situação finan­ceira tão complicada.

Na ocasião, cerca de 30 funcionários empresa acom­panharam a sessão no plenário Orlando Vitaliano, no Palácio Antônio Machado Sant’Anna, sede do Legislativo. Caso fosse aprovado, o repasse seria feito em três parcelas iguais e con­secutivas no valor de R$ 1,6 milhão. A prefeitura afirma que todas as fontes de receitas da Transerp foram impactadas pela pandemia do coronavírus.

Diz que a quarentena fez com que houvesse um súbito decréscimo de receita, por isso a necessidade do repasse. Se­gundo a justificativa do proje­to, a Transerp tem finalidades exclusivas de interesse público e sua operação é dividida em cinco grandes áreas.

São elas as áreas de trans­porte público, trânsito, Área Azul, pátio de veículos e ad­ministração geral. As quatro primeiras recebem verbas liga­das à sua operação – taxas de gerenciamento do contrato de transporte público e de trânsi­to, multas, venda do cartão de Área Azul e remoção e estadia de veículos ao pátio de guarda.

Estas receitas são cedidas ou repassadas à empresa municipal pela prefeitura, e o sistema teria ficado equilibrado e até supera­vitário nos três últimos anos. Já a taxa de gerenciamento do con­trato de transporte público está judicializada e, por isso, não está sendo paga pelo conces­sionário, o Consórcio PróUr­bano. O valor atual acumulado é de cerca de R$ 8 milhões.

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