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2025 – Um ano para não esquecer – 1

2025 foi um ano em que a economia global avançou como quem anda numa corda bamba, carregando caixas vazias: dá para seguir em frente, mas qualquer descuido faz tudo despencar. Começamos o ano moderadamente, ressabiados, mas aí chegou o furacão Trump Sem Freio que bagunçou as relações comerciais pelo mundo afora.

As tarifas sobre importações ocuparam a cena. Os Estados Unidos ampliaram taxas sobre produtos chineses considerados estratégicos, especialmente semicondutores, baterias e veículos elétricos, iniciando uma guerra comercial tarifária que ainda não chegou ao fim. Sobretaxou, alegando déficit na balança comercial, países historicamente amigos e aliados estratégicos. A União Europeia, foi sapecada com 25%, quando antes as taxas máximas eram de 8%. Canadá e México, vizinhos parceiros e com suas economias simbioticamente ligadas com a economia estadunidense, tomaram 50%. O que significa um tiro no próprio pé dos Estados Unidos. Japão e Coreia do Sul entraram na dança dos 25%. E assim foi.

Para nós, que somos um dos poucos países no mundo com déficit comercial com os EUA (eles vendem mais para nós do que vendemos para eles) sofremos a pior tarifa de todos, com 50% no lombo, obra e graça do pimpolho Eduardo Bolsonaro, deputado federal “autoexilado”, que queria auxiliar o pai golpista, jogando contra o Brasil. Trump tentou interferir na Justiça brasileira, ferindo o princípio de soberania nacional, internacionalmente reconhecido, misturando tarifa comercial com política interna, tentando reconduzir o golpista Jair Bolsonaro à presidência da República. Diante da negativa de Lula em baixar a cabeça frente as ameaças estadunidenses, Trump recuou, virou amiguinho de Lula e entrou no jogo do “ganha-ganha””, proposto pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, principal negociador das tarifas. Hoje a maioria dessas tarifas aplicadas ao Brasil voltou aos patamares históricos.

Mas o que está por trás dessa reviravolta econômica dos estadunidense?

Internamente, há uma insatisfação clara com a perda de vagas de trabalho nas grandes indústrias locais que provocaram uma forte reestruturação do mercado de trabalho interno. Mesmo que os índices não apontem um desemprego alto. As metalúrgicas automatizam-se ou produzem somente a partir de componentes importados, que antes eram produzidos localmente. A indústria automobilística, ícone da cultura econômica dos EUA, usa cada vez mais itens importados para fazer seus automóveis. A concorrência dos importados, principalmente dos coreanos, japoneses e europeus, ajudou a ferir de morte esse segmento industrial. Toda essa mão de obra dispensada teve que se adaptar e migrar para a área de serviços para não ficar na rua.

A agricultura, um dos esteios tradicionais da economia americana, vem se retraindo ano a ano, com diminuição das exportações de soja e milho, devido à concorrência de países como Brasil, México e Argentina. O mesmo acontece com a produção de proteína animal, que saiu das mãos dos rancheiros tradicionais e hoje está concentrada nas mãos de grandes empresas que não são estadunidenses, como a brasileira JBF.

O movimento MAGA, criação do “ultra-direita” Steve Bannon e outros “pilares da sabedoria branca-cristã-nacionalista”, como JD Vance, vice-presidente atual, viu num político “raposão” típico, chamado Donald Trump, a oportunidade de ser protagonista do poder na nação mais poderosa do mundo, coisa impensável vinte anos atrás. Na verdade, Trump tem sua própria agenda: governar é ganhar dinheiro. Simples assim. O MAGA tem outra agenda, chamada “Agenda 2025”. Um mundo separado, o mundo dos “americanos”, a verdadeira tribo escolhida por Yahweh, como afirmam. Pois é, voltamos a isso, Deus, Pátria e Família. Você certamente já ouviu isso antes, mas creia, é a agenda desse pessoal. Uma América só para os brancos cristãos. Isso já está em movimento, com a criação do “corolário” Trump, o renascimento da Doutrina Monroe, de 1823. Basta olhar para a armada estacionado no Mar do Caribe.

Continua semana que vem.

* Jornalista e fotógrafo de rua

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