Tribuna Ribeirão
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4 de Julho/14 de Julho

Rui Flávio Chúfalo Guião *
ruiflavio@santaemilia.com.br

O primeiro mês do segundo semestre do ano traz duas comemorações de eventos que mudaram a história: a Independência dos Estado Unidos, em 1776 e  a Revolução Francesa, em 1789.

O mundo de então vivia uma onda de grande questionamento do status quo, motivado pela Revolução Industrial Inglesa e pelo Iluminismo.

Aquela, ao criar as máquinas e novas tecnologias subverteu a produção, então toda manual e artesanal, criando novas classes de cidadãos, que moravam nas cidades, aumentando o fenômeno da urbanização.

O Iluminismo foi um movimento ocorrido a partir do século XVII, que ganhou relevância no XVIII, chamado Século das Luzes, quando se questionavam  as posições obscurantistas de então, valorizava-se a razão e a ciência e pregava-se a liberdade de pensamento e a separação da Igreja do Estado.

A Inglaterra começou a povoação da América do Norte por sua colônia da Virgínia, estabelecidas em 1607. Seguiram-se várias outras, com governo próprio, sendo que eram treze à época da Independência. Alta sucessiva de impostos e tentativas de diminuir a autonomia, uniram os habitantes, que assinaram  a Declaração da Independência, no dia 4 de julho de 1776;.

O sistema democrático foi o adotado pelos FoundingFathers,  que instituíram os três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, independentes e harmônicos entre si e estabeleceram  eleições para os diversos cargos de administração,  com mandato por tempo determinado e rotativo. Criou-se a figura do Presidente da República e foram preservados vários direitos de cada uma das colônias, agora estados, o que originou um sistema federativo de governo.

A Revolução Americana foi inspiração para os movimentos libertários do mundo, inclusive para a nossa Inconfidência Mineira e para a própria Revolução Francesa.

A França pré-revolução, era uma nação de monarquia absoluta, onde o rei era senhor por origem divina, mandava e desmandava, sem contestação. A sociedade dividia-se em três estados: o Clero, a Nobreza e o resto da população ( burgueses, trabalhadores urbanos e camponeses ), sendo que os últimos arcavam com o pagamento dos impostos para manter o luxo e os privilégios dos outros dois estados.

Além disto, uma série de anos de fracas colheitas e uma crise econômica que se arrastava há longo tempo criaram um estado de insatisfação, agravado pelas ideias iluministas de liberdade, igualdade e fraternidade, que permeavam a sociedade.

No dia 14 de julho de 1789, a multidão se subleva e invade a temível prisão da Bastilha, em Paris, libertando os presos políticos e dando início à Revolução Francesa.

O Rei Luís XVI e sua mulher Maria Antonieta são decapitados e instala-se um regime de terror, com perseguições aos nobres e clérigos.

Apesar de tumultos que duraram bastante tempo, a ordem é restabelecida e os princípios iluministas de liberdade, igualdade e fraternidade varrem a Europa, derrubando monarquias absolutas e estabelecendo regimes democráticos.

As duas datas merecem comemoração pelas transformações que fizeram ocorrer no mundo, transformações estas que embasam a existência dos estados atuais.

Apesar das dificuldades que enfrentamos no momento presente, resta sempre a certeza de que a democracia é o melhor regime, a igualdade e a soberania da vontade popular a única maneira de legitimar os governos, em busca da felicidade pessoal e social realçada pioneiramente pela Declaração Americana de Independência.

* Advogado e empresário, é presidente do Conselho da Santa Emília Automóveis e Motos e secretário-geral da Academia Ribeirãopretana de Letras

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