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Subsídio: liminar exige caução do PróUrbano

ALFREDO RISK/ARQUIVO

A juíza Lucilene Aparecida Canella de Melo, da 2ª Vara da Fazenda Pública, determinou que a prefeitura de Ribeirão Preto do Consórcio PróUr­bano – grupo concessioná­rio do transporte coletivo na cidade, formado pelas via­ções Rápido D’Oeste (50%) e Transcorp (50%) – algum tipo de caução como garantia para o repasse de até R$ 17 milhões para arcar com o desequilí­brio financeiro provocado pela pandemia de coronavírus.

A decisão atinge a parcela de R$ 5 milhões já creditada em 10 de junho, segundo cons­ta no Portal da Transparência, e as que ainda serão desem­bolsadas. O valor já creditado é referente às perdas contabili­zadas entre março e dezembro do ano passado. Outras seis parcelas de R$ 2 milhões ainda serão desembolsadas para ar­car com o prejuízo já contabi­lizado ou que será provocado pela pandemia este ano.

A magistrada também deu prazo de cinco dias para que o Consórcio PróUrbano apre­sente as planilhas de custo que comprovem o desequilíbrio financeiro. O projeto que au­torizou o subsídio foi aprova­do na Câmara de Vereadores em 8 de junho e sancionado pelo prefeito Duarte Nogueira (PSDB) no dia 9, quando a lei municipal nº 14.571/2021 foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM).

A decisão liminar foi ex­pedida na última quinta-feira, 1º de julho, em ação popular impetrada pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Assinam o documento as vereadoras Duda Hidalgo e Judeti Zilli (Coletivo Popular), o presidente do PT ribeirão-pretano, Jorge Augus­to Roque; Adria Maria Bezerra Ferreira, Silvia Helena Costa Amaral, Paulo Sérgio Honório e Danilo Marcelino Valentim.

“Defiro em parte a liminar, para determinar ao município de Ribeirão Preto que exija ime­diata caução ou qualquer outro tipo de garantia real ou fidejus­sória, correspondente aos va­lores concedidos ao Consórcio PróUrbano, antes das próxi­mas transferências e também em relação aos valores eventu­almente já liberados”, diz a juí­za em sua decisão. Prefeitura e consórcio podem recorrer.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) abriu inquérito civil para investigar a legalidade do repasse, que acabou com a greve dos 600 motoristas de ôni­bus da cidade. Eles não haviam recebido o salário de maio, que só foi creditado após o desem­bolso de R$ 5 milhões. O Con­sórcio PróUrbano conta com 356 veículos que cumprem 118 linhas em Ribeirão Preto e já estendeu o horário 84 trajetos como contrapartida ao subsídio. Na pandemia, o grupo trabalha com 80% de seu potencial – cer­ca de 285 veículos.

As investigações serão con­duzidas pelo promotor Sebas­tião Sérgio da Silveira a partir de denúncias protocoladas no MPSP pelo deputado federal Ricardo Silva (PSB-SP) e pelo vereador Marcos Papa (Cida­dania). Procurada, a prefeitura afirmou em nota que “a Se­cretaria Municipal de Justiça defende a constitucionalidade da lei”. Ainda não há decisão judicial sobre essas denúncias.

A prefeitura pagará ao con­sórcio apenas valores referentes ao custo operacional do serviço que não possam ser cobertos pela arrecadação das tarifas. Segundo dados da Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp), durante a pandemia de corona­vírus, que começou em março do ano passado, o custo opera­cional do PróUrbano foi de R$ 101.511.060,98.

Já a receita de R$ 65.651.272,17. Ou seja, acumu­la déficit de R$ 35.859.788,81. Os componentes do custo ope­racional são aqueles referentes à mão de obra e encargos, ao combustível, à frota e às insta­lações necessárias à prestação do serviço. Segundo dados da Transerp, na pandemia, o número de viagens com pas­sageiros pagantes diminuiu de 2.412.455 em fevereiro de 2020 para 1.191.742 em abril deste ano, 1.220.713 a menos e queda de 50,6%.

Os dados foram atualizados até abril no Portal da Transpa­rência. Além do subsídio de R$ 17 milhões, a lei prevê a realiza­ção de um estudo bancado pela prefeitura para aferir o equilí­brio econômico do contrato de concessão dentro dos próxi­mos seis meses – foi assinado em maio de 2012. No total des­te ano, a prefeitura já repassou para o PróUrbano, até o mês de junho, R$ 5.227.282,70. O va­lor superior aos R$ 5 milhões da primeira parcela tratam da gratuidade dos estudantes no transporte coletivo.

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