Motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres que passam pela avenida Nove de Julho, um dos cartões-postais de Ribeirão Preto, no Alto da Cidade e que corta vários bairros – Vila Seixas, Higienópolis, Jardim Sumaré etc. –, já notaram que o pavimento da via está passando por reparos.
A Secretaria Municipal da Infraestrutura está fazendo reparos emergenciais na avenida. No total, nove trechos onde há paralelepípedos soltos serão contemplados para evitar prejuízo ao motorista – além de danificar o veículo, o problema ainda pode provocar acidentes se o condutor não estiver atento.
Segundo nota da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) enviada ao Tribuna, o reparo é emergencial e está sendo realizado pelas equipes próprias da Secretaria Infraestrutura. Os trabalhos já foram realizados no cruzamento da Nove de julho com a avenida Independência.
Nesta sexta-feira, 30 de julho, os funcionários da pasta estavam na esquina da rua Marechal Deodoro e, posteriormente, outros sete pontos críticos serão atendidos. A prefeitura de Ribeirão Preto também já concluiu o projeto executivo para restauração da avenida.
A situação também envolve burocracia e cautela, já que a via – incluindo seus paralelepípedos e as pedras portuguesas do canteiro central – é tombada desde 2008 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac). Por ser considerada patrimônio histórico da cidade, a Nove de Julho não pode ter o projeto original alterado.
Também por meio de nota da CCS, a Secretaria Municipal de Obras Públicas já havia informado ao Tribuna que “a avenida Nove de Julho passará por restauração, já que é tombada desde 2008 e patrimônio histórico de Ribeirão Preto. O projeto executivo já foi concluído e faz parte do Programa Ribeirão Mobilidade, aguardando a abertura de licitação”.
Ressalta que “por ser patrimônio histórico da cidade, o projeto original não pode ser alterado”. Diz ainda que “a via será completamente restaurada, mantendo os paralelepípedos e pedras portuguesas do canteiro central. Em toda sua extensão, o canteiro central e as calçadas serão revitalizados.
Todas as esquinas da avenida contarão com rampas de acesso para cadeirantes com piso tátil direcional e de alerta, indicando os pontos de espera e de travessia para deficientes visuais. Também serão implantados novos pontos de ônibus com pavimento de concreto”.
Em junho, o vereador Elizeu Rocha (PP) reinstalou a Comissão Especial de Estudos da Nove de Julho. O objetivo é discutir e apurar possíveis alternativas para o trânsito de veículos pesados – ônibus e caminhões – na avenida. Brando Veiga (Republicanos) e Gláucia Berenice (DEM) integram a CEE.
Considerada um cartão-postal da cidade, a Nove de Julho foi planejada pelo prefeito João Rodrigues Guião, em 1921. Os primeiros quarteirões da avenida foram entregues no dia 7 de setembro de 1922, com o nome de avenida da Independência.
A avenida passou a se chamar Nove de Julho alguns anos depois e ganhou prestígio na cidade a partir do início da década de 1950. As residências construídas nas proximidades seguiram, em sua maioria, o estilo moderno. Com o passar do tempo, foi perdendo suas características de área residencial.
Ao longo dos últimos 20 anos ela se transformou no principal centro financeiro da cidade e região. É famosa pelas frondosas sibipirunas. Mesmo com a transformação que sofreu nos últimos 40 anos a avenida manteve suas características que lembram a década de 1950 – os paralelepípedos da rua e o calçamento dos canteiros centrais.
Ao longo de seus pouco mais de dois quilômetros, reúne cerca de 30 bancos, entre comerciais e de investimentos, além de seguradoras, consórcios, bares, restaurantes, lanchonetes etc. Um dos principais problemas para a manutenção dos paralelepípedos da avenida é a falta de mão de obra especializada. Os últimos calceteiros se aposentaram e faltam profissionais na área.

