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Governo atrasa licitação de obras

ALFREDO RISK/ARQUIVO

A prefeitura de Ribeirão Preto desistiu de abrir novas licitações para a conclusão de quatro das 30 obras do Pro­grama Ribeirão Mobilidade – a versão tucana do Programa Aceleração do Crescimento II – PAC da Mobilidade – em outubro, como havia anuncia­do anteriormente. O governo Duarte Nogueira (PSDB) não anunciou nova previsão para o lançamento dos certames.

A conclusão das obras pode ficar para o segundo trimestre de 2022, já que processos licita­tórios deste porte levam cerca de 90 dias para ser concluídos devido à apresentação de re­cursos. A expectativa é que as intervenções sejam retomadas no primeiro trimestre.

A informação é da Secre­taria Municipal de Obras Pú­blicas. A pasta, porém, não informou por quais motivos as novas licitações ainda não foram abertas. A administra­ção municipal atendeu pedi­do da Associação Comercial e Industrial (Acirp) e concor­dou em suspender os traba­lhos durante o período das vendas natalinas.

Mas essa suspensão só ocorreria caso as obras fos­sem retomadas em novembro, o que não vai mais acontecer. Em outubro, a secretaria tra­balhava na elaboração da pla­nilha orçamentária atualizada, com todos os serviços já reali­zados e aqueles que ainda se­rão executados, além do custo de cada intervenção.

A lista de obras paradas inclui dois viadutos na ave­nida Brasil – um no balão da avenida Mogiana e outro na rotatória da Thomaz Alberto Whately, ambos na Zona Nor­te. Também traz a construção de um túnel sob a praça Sal­vador Spadoni, que vai ligar as avenidas Independência e Pre­sidente Vargas.

Vai passar por debaixo da avenida Nove de Julho, na Zona Sul. Tem ainda dois corredores de ônibus na Zona Norte, nas avenidas Dom Pe­dro I, no Ipiranga, e Saudade, nos Campos Elíseos. A prefei­tura já rescindiu os contratos com as antigas construtoras.

A prefeitura de Ribeirão Preto já aplicou multas no va­lor total de R$ 5.223.815,18 nas empresas Contersolo Constru­tora e Coesa Engenharia, res­ponsáveis pelas quatro obras paralisadas do Programa Ri­beirão Mobilidade. A Conter­solo era responsável pela cons­trução dos viadutos e do túnel. A Coesa Engenharia era res­ponsável pelos dois corredores de ônibus.

O valor total das obras é de R$ 92.778.335.24 e o saldo remanescente, segundo a Se­cretaria Municipal de Obras Públicas, é de R$ 51.866.000. A multa seria de 10%, mas o valor chegou a R$ 5.223.815,18 por causa de juros. Segundo o Diário Oficial do Muni­cípio (DOM), a Coesa En­genharia foi autuada em R$ 2.031.921,54 pelo abandono da obra de construção dos dois corredores de ônibus.

Já as autuações da Conter­solo Construtora chegam a R$ 3.191.893,64 e são referentes às obras do túnel da praça Salvador Spadoni, sob a avenida Nove de Julho e dos dois viadutos na ave­nida Brasil. Prevista em cláusula contratual, a multa foi anun­ciada pela prefeitura em 22 de julho, quando a administração municipal decidiu rescindir os contratos com as duas empresas.

Tanto a Contersolo quanto a Coesa suspenderam as obras, alegando aumento do preço dos insumos durante a pande­mia – materiais de construção como aço e concreto, princi­palmente –, e isso teria invia­bilizado a continuidade dos trabalhos. A prefeitura chegou a abrir conversa com as empre­sas, mas não houve acordo.

Além das autuações, as em­presas também ficarão proibi­das de participar de licitações da prefeitura de Ribeirão Pre­to. Dentre as quatro obras pa­radas, apenas a do túnel ainda está com prazo de entrega ven­cido – era para ficar pronta em dezembro, mas vai atrasar. As demais deveriam ter sido en­tregues no primeiro semestre deste ano.

O investimento total no Ribeirão Mobilidade se apro­xima de R$ 500 milhões. São R$ 310 milhões provenientes de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento II – PAC da Mobilidade Urbana e do Saneamento, do governo federal e, o restante do Finan­ciamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) e outras agências de crédito.

Ao todo, serão implantados onze corredores de ônibus em Ribeirão Preto, num total de 56 quilômetros percorrendo as principais avenidas do muni­cípio, além de pontes, túneis e viadutos que irão proporcionar maior conforto a 4.154.118 usu­ários do transporte público.

Pesquisa
A Acirp realizou uma pes­quisa com parte de seus 5.600 associados, nos meses de agos­to e setembro, com o objetivo de entender o impacto causa­do pelas intervenções para a construção dos corredores de ônibus para os setores de co­mércio, indústria e serviços.

A análise foi feita a partir das respostas de 158 empresá­rios, sendo 31,6% de microem­presas (MEs), 25,8% de micro­empreendedores individuais (MEIs), 20,6% de empresas de pequeno porte (EPPs) e 21,9% não especificados. Segundo o levantamento, 72,6% dos entrevistados afirmam que a condução de seus negócios foi prejudicada pelas obras.

Já em relação ao atraso, 77,5% confirmam impacto negativo e queda nas vendas e prestação de serviços. Os prin­cipais motivos apontados pelos empresários são a dificuldade de acesso dos clientes/pedes­tres às lojas (39,4%) e a dificul­dade de acesso viário (37%). Os comerciantes são os que mais sentiram, principalmente do segmento de roupas e calça­dos (20,6%), seguido pelo setor de serviços, sobretudo bares e restaurantes (11,6%).

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