Tribuna Ribeirão
DestaquePolícia

Caso Larissa: Porteiro não viu sogra entrar no prédio

Polícia quer saber porque as câmeras de segurança do prédio não registraram a entrada da idosa na véspera da morte da professora

Professora foi encontrada morta no apartamento onde morava com o marido, no Jardim Botânico (Foto: Alfredo Risk)

Por: Adalberto Luque

A Polícia Civil quer entender porque a sogra da Larissa Talle Leôncio Rodrigues não aparece nas imagens do condomínio onde a professora morava. A sogra de Larissa, 37 anos, morta por envenenamento, admite em depoimento ter estado no apartamento na véspera da morte da nora, na noite de 21 de março, uma sexta-feira.

O porteiro do condomínio onde viviam Larissa e seu marido, Luiz Antônio Garnica, disse em depoimento que ficou no local desde as 18h30 do dia 21 de março até as 06h30 do dia seguinte e, neste período, não viu Elizabete Eugênio Arrabaça Garnica, de 67 anos, entrar no prédio.

Larissa entra viva pela última vez no elevador do prédio onde morava, às 19h27 do dia 21 de março (Foto: MPSP/Divulgação)

O condomínio, que fica na rua Ignácio Ferrero, Jardim Botânico, também tem acesso por biometria facial e Elizabete teria acesso liberado, pois era cadastrada no sistema do condomínio. O porteiro informou que saiu por volta de 20h00 para esquentar sua comida, mas afirma não ter visto Elizabete enquanto esteve na guarita.

A Polícia Civil reuniu evidências de que a idosa chegou ao prédio por volta das 20h45 do dia 21 de março e foi embora aproximadamente às 00h50 do dia 22. O próximo passo é receber o registro de entrada e saída de moradores e visitantes do prédio, que deve ocorrer nos próximos dias.

Cronologia

As investigações estão avançando e imagens da véspera e do dia da morte de Larissa foram divulgadas pela Polícia Civil. A professora é vista entrando no elevador às 19h28 de 21 de março. É vista novamente acompanhando Garnica até a porta do elevador, às 20h27.

O médico disse que iria fazer plantão, mas horas depois ele foi flagrado com sua amante na entrada do cinema de um shopping center. A mulher que estava com Garnica disse, em depoimento, que depois do cinema, passaram a noite juntos no seu apartamento.

O médico entra no elevador às 09h57 de 22/03 e, momentos depois, encontra a esposa morta (Foto: MPSP/Divulgação)

O médico deixou o local, segundo ela, por volta de 09h00. Imagens do elevador do prédio onde o casal morava registram a chegada do marido às 09h57. Depois, por volta de 10h35, a câmera do elevador registra a chegada de socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), acompanhados da irmã do médico, que havia solicitado sua presença. Larissa já estava morte.

A dor do pai

A repórter Ludmila Osório, do Cidade Alerta, da TV Record, entrevistou, nesta segunda-feira (12), com exclusividade, o pai de Larissa, Sebastião Rodrigues. O homem continua muito abalado com a morte da filha.

Ele ficou viúvo em setembro de 2024 e, seis meses depois, perdeu sua filha. Na entrevista, falou que conversou com a filha na noite do dia 21. A professora disse ao pai que havia acabado de chegar do trabalho e iria jantar.

Também disse que, se pudesse, iria no dia seguinte até Pontal, onde o homem mora, para visitá-lo. Não teve tempo. Rodrigues contou que seu filho mais velho e informou sobre a morte de Larissa. “Qual Larissa?”, teria indagado, pois a filha tinha outras amigas com o mesmo nome. “A nossa”, disse o pai. Ele entrou em desespero.

Pai de Larissa disse, ao Cidade Alerta, ter perdido a vontade de viver (Foto: Reprodução/Record Interior)

Segundo o pai da professora, eles só foram avisados de sua morte às 11h00. Rodrigues ainda não acredita no que ocorreu. Disse que tinha uma elação amistosa com o genro e que, quando o médico ainda fazia faculdade, ajudaram-no enviando marmitas para a semana toda, pois o sogro de Larissa pagava apenas os estudos. “Perdi a vontade de viver, a verdade é essa. Pra quê viver?”, disse em prantos.

Entenda o caso

Larissa foi encontrada morta em seu apartamento, no Jardim Botânico, zona Sul de Ribeirão Preto, na manhã de 22 de março. Seu marido, o médico ortopedista Luiz Garnica, foi quem encontrou o corpo caído no banheiro.

No primeiro boletim de ocorrência do caso, ele disse ter chegado e encontrado a mulher desfalecida. Depois colocou-a na cama, acionou a Guarda Civil Metropolitana (GCM) e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), mas ela já estava morta e não reagiu aos estímulos.

Garnica teria dito à esposa que iria fazer plantão, mas passou a noite com amante (Foto: Redes Sociais)

O exame necroscópico foi inconclusivo em relação à causa da morte, mas exame toxicológico apontou que a professora foi envenenada por chumbinho. Depois de ouvir várias testemunhas, o delegado do caso, Fernando Bravo, pediu a prisão preventiva do médico e de sua mãe, Elizabete Eugênio Arrabaça Garnica, de 67 anos, por considerar ambos suspeitos de envenenar Larissa.

Os advogados de defesa negam a culpa de seus clientes e ambos teriam ingressado com pedidos de habeas corpus, mas o juiz Luís Augusto de Sampaio Arruda negou o pedido de mãe e filho. “Não há como saber areal situação processual do Paciente, sendo indispensáveis informações da autoridade judiciária apontada como coatora para o exame da pretensão”, justificou o magistrado na decisão.

Postagens relacionadas

Servidores pedem apoio a vereadores

Redação 1

Acirp oferece orientação sobre fachadas no Centro 

Redação 2

Polícia Civil deflagra operação contra organização criminosa na região de Ribeirão Preto

William Teodoro

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com