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O povo precisa conhecer suas raízes e tradições! 

Foto: Arquivo

José Eugenio Kaça *  
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O povo que conhece a sua história, suas raízes e tradições, consegue preservaras essências que alicerçam uma Nação. A palavra “conservador” virou um dogma na boca da extrema direita brasileira, que usa os acontecimentos mais desumanos ocorridos na nossa história, para tentar trazer de volta as velhas mazelas que macularam o nosso povo. Não há sentido para a vida querer preservar velhas tradições que só trouxeram desgraças e sofrimentos. A vida só tem sentido se entendermos nossos papeis; que estamos neste mundo para evoluirmos, e essa evolução só será possível se praticarmos a solidariedade.  
 
Acontece que o conservadorismo no Brasil nos remente aos  amantes das atrocidades seculares que permearam a nossa história. As lutas por melhores condições de vida, e por direitos iguais entre homens e mulheres, impingiram novas formas sociais de convivência. A luta das mulheres para ter direito ao sufrágio universal, para ter os mesmos direitos sociais dos homens, e para ter o domínio do seu corpo, custou varias vidas. O respeito pela diversidade de gênero ganhou espaço na sociedade brasileira, e este espaço de igualdade e liberdade que foi construído com muita luta desaguou na Constituição cidadã de 1988, entretanto, o radicalismo da extrema direta quer nos levar de volta ao radicalismo capitaneado pelo fundamentalismo religioso, que nos dias de hoje está fincado no âmago da palavra “conservadorismo”. 
 
Um povo deve conservar tudo aquilo que em algum momento de sua história, trouxe paz, alegria, felicidade e desenvolvimento nas relações  humanas e na convivência social; não pode chamar de conservador aquilo que só causou sofrimento e dor para a maioria do povo. Encher a boca para falar que é conservador, defensor dos bons costumes, da família e temente a Deus é coisa de extremista de direita. Mas depois de termos avançados alguns passos na direção de uma sociedade mais igualitária e solidária , e tendo uma Constituição moderna, que materializa em seus artigos, parágrafos  e incisos a Declaração Universal dos Direitos Humanos; por que estamos voltando aos séculos 18 e 19? 
 
A história de um povo, não deve ser negligenciada para seu próprio povo, e no Brasil foi negligenciada o tempo todo. A educação básica tem que ser o alicerce da cidadania, no entanto, no Brasil o sofisma é a principal ferramenta para subjugar o povo pobre, que acaba absorvendo como heróis os maiores assassinos da história; exemplo disso são os bandeirantes. Enquanto isso a verdadeira história não é contada, e aquele educador que se dispõe a colocar luz no caminho dos educandos das periferias pobres é perseguido e colocado para fora do sistema. 
 
A onda conservadora quer destruir aos poucas conquistas sociais, que conseguiram emergir com a Constituição cidadã, e acabar com os poucos avanços que a educação básica pública conseguiu experimentar aos trancos e barrancos. Seguir as leis e respeitar as normas constitucionais deveria ser algo natural e patriótico, entretanto, a onda conservadora persegue, difama e ameaça todos aqueles que defendem as leis e a nossa Carta Magna. Os parlamentares da extrema direita brasileira, por ideologia e preconceito vem atacando os espaços da escola pública perseguindo professores, e tentando impedir que uma educação crítica, autônoma e humana faça parte do ambiente da escola pública. 
 
O kit gay, o banheiro unissex e a doutrinação comunista foram factoides criados para justificar uma ação dessa gente, que defende a família tradicional, mas comete crimes o tempo todo. Um professor, doutorando em história, que trabalhava na rede municipal na cidade de Ilhabela, no litoral de São Paulo, ministrou uma aula para alunos do 6º ano fazendo uma reflexão sobre o tempo como construção cultural, e usou o mito Iorubá, que representa uma entidade espiritual africana, Cromos da mitologia grega, e obras de arte que retratavam o tempo, e uma pintura de Goya, encerrando com a música: “Oração ao tempo” de Caetano Veloso -uma aula expositiva que deveria ser aplaudida, mas não foi isso que aconteceu.  
 
Um vereador do PL (partido liberal) fez um discurso demagógico contra o Professor, criminalizando a aula, que não era um conteúdo para alunos de do 6º ano, colocando os pais e a população contra o professor, e como a pregação do ódio causo um impacto maior junto a população, o professor pediu demissão, por não medo e pressão da secretaria de Educação. Os conservadores, não admitem que a verdadeira história seja contada nas nossas escolas. 
 
 
* Pedagogo, líder comunitário e ex-conselheiro da Educação 

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