Tribuna Ribeirão
Artigos

A Colômbia e sua Literatura (37): Jorge Rojas

Rosemary Conceição dos Santos*

 

De acordo com estudiosos, Jorge Enrique Rojas Castro (1911-1995), escritor, poeta e advogado, é reconhecido como o fundador do grupo Piedra y Cielo, um movimento literário de grande influência na Colômbia durante a década de 1940. Ao longo de sua carreira literária, demonstrou interesse por drama teatral, poesia clássica e textos românticos, que são os temas principais de sua obra. Em 1969, liderou a fundação do Instituto Colombiano de Cultura (Colcultura), do qual foi diretor e que mais tarde se tornaria o Ministério da Cultura.

Poeta colombiano filiado à escola moderna, possui, indubitavelmente, recursos artísticos capazes de imprimir às suas composições originalidade e vigor. Patrocinador da revista homônima ao grupo acima citado, sua primeira obra poética, “La Forma de su Huida” (A forma de sua fuga), (1939), revela seu culto a Juan Ramón Jiménez, poeta espanhol que, por sua oposição ao regime franquista, foi obrigado a exilar-se nos EUA em 1936. Uma das figuras mais importantes e influentes das vanguardas modernistas espanholas, Jiménez recebeu o Nobel de Literatura em 1956. Culto, este, estendido a Pablo Neruda, frequentemente considerado o poeta nacional do Chile, com obras populares e influentes em todo o mundo

Influenciada por ambos, a poesia de Jorge Rojas tornou-se americanista e adquiriu tom intimista e sensual em “La Ciudad Sumergida” (A Cidade Submersa) (1939), “Rosa de Agua” (Rosa d’Água) (1941), “Soledades” (1948), “La Doncella de Agua” (A Donzela da Água) —uma peça em versos— (1948) e “Cárcel de Amor” (Prisão do Amor) (1976). Em sua última coletânea de poemas, “Huellas” (1993), Rojas demonstrou seu conhecimento da poesia clássica e romântica espanhola e revisitou com maturidade seus temas favoritos: a dolorosa passagem do tempo, a morte e o amor, com admirável precisão, em versos de perfeita execução e uma atmosfera poética onírica.

Fundador, em 1969, e primeiro diretor do Instituto Colombiano de Cultura (COLCULTURA), hoje Ministério da Cultura, o autor foi pioneiro na publicação de importantes obras de autores colombianos em edições de bolso a preços acessíveis. Um poema seu? A voz do sangue:

 

Canta até sentires que te doam as pálpebras.

Pensa até que o teu sonho se encha de andorinhas.

Sonha até que a noite se refugie nos sinos.

Quere-me até que os olhos se encham de lágrimas.

Chora até que as lágrimas façam fugir os pássaros.

Chama-me até que cresçam espinhos em meus ouvidos.

Espera-me até que os peixes hajam bebido todos os rios e cantem.

Porque um dia há-de ser.

 

Professora Universitária*

 

Postagens relacionadas

Deus perdoa sempre, a natureza jamais! 

Redação 2

Isenção do IR até R$ 5 mil é medida justa e necessária 

Redação 2

As homenagens que eternizam nossas memórias

Redacao 5

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com