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Só o povo nas ruas pode mudar o destino da educação pública! 

Foto: Arquivo

José Eugenio Kaça *  
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A esperança de ver o Brasil, se transformar em uma Nação é o sonho dos noventa e nove por cento da população que sustenta es País. Mas o interesse do um por cento e de seus asseclas é manter tudo como sempre foi, e a bandeira da segregação sempre tremulando. Mesmo com todas as adversidades impostas por uma elite herdeira dos escravocratas e lambedora das botas do império da vez, se comportamento como vassalos e sabujos, não conseguiu reprimir a ideia de Pátria e soberania de brasileiros comprometidos com a educação do nosso povo, e essa luta desigual, forjou os maiores teóricos da educação básica mundial, no entanto suas teorias foram sendo atacadas, e até hoje não fazem parte dos currículos escolares, pois tudo que vem se fora e melhor – é a velha síndrome.  
 
Desde de 1932, quando o Movimento da Escola Nova, mostrou que o País podia trilhar caminhos próprios, e alcançar o desenvolvimento, mas as velhas ideias arcaicas, capitaneada pela aristocracia rural e urbana, com o apoio da Igreja Católica, sabotaram este movimento, mesmo com todas as adversidades produziram alguns frutos, como as Escolas Parques criadas pelo grande educador Anísio Teixeira.Entretanto, este modelo de escola, que permite que o povo aprenda a escolher seus caminhos, e exerça a cidadania na sua plenitude, por ideologia foi alijada dos sistemas educacionais, e chegamos ao século 21, com os mesmos problemas do século 20, só que piorados. 
 
A Audiência Pública realizada nesta quinta-feira, dia 24/07, na Câmara Municipal de Ribeirão Preto, convocada pelo Coletivo Judeti Zilli, para discutir os problemas da educação básica nas redes estaduais e municipal, escancarandoo sucateamento proposital e progressivo, que vem sendo praticado pelos governos estadual e municipal em nossa cidade.Para entendermos a sanha dos neoliberais associados aos extremistas de direita é preciso voltar no tempo, e ver que este caminho já vem sendo construído desde os anos de 1950. As lutas dos movimentos socias por educação, saúde, moradia e melhores condições de vida ganhou as ruas por todo o Brasil, e essa movimentação do povo nas ruas pressionou o Congresso Nacional, para que aprovasse a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), mas não foi uma luta fácil. 
 
O Projeto original da LDBEN, previa a privatização da educação básica pública, pois segundo essa gente, a iniciativa privada é mais competente, e para manter os filhos dos pobres nas escolas, seriam destinadas bolsas de estudos, mas não para todos, apenas para uma pequena parcela, devidamente selecionada – seria a institucionalização da segregação, entretanto, o povo nas ruas fez a camarilha recuar, e aceitar que a educação pública é para todos, mas não desistiram desse projeto privatista, e durante décadas tramaram como cupins na penumbra para ver seus projetos colocados em prática.  
 
As sequelas deixadas pela ditadura empresarial-militar, criou condições para que os movimentos populares, voltassem as ruas exigindo um País melhor. As Conferências Nacionais pela educação, que começaram a discutir a educação básica pública, a partir dos anos de 1980, com o arrefecimento da ditadura, este movimento permitiu que a população participasse, com ideias e experiências de vida, e este amalgama de ideias, produziu o Capítulo Educação da Constituição cidadã de 1988, entretanto os cupins começaram a atacar o texto constitucional no dia seguinte a sua Promulgação. 
 
Os depoimentos de professores e defensores de uma educação pública, e de qualidade para todos, feitos na Audiência Pública, mostraram que o velho projeto dos anos 1950, vem sendo colocado sorrateiramente em prática nas redes estaduais e municipais por todo o Brasil. Somente a tomada das ruas pela população,juntamente com as entidades defensoras da educação pública, poderemos reverter esta situação, Só as ruas poderão reverter esta situação, como aconteceu nos anos 1950, com a LDBEN. A RUA É NOSSA! 
 
* Pedagogo, líder comunitário e ex-conselheiro da Educação  

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