Levantamento da Fundação Estadual de Análise de Dados (Sead) revela que metade da população do estado utiliza aplicativos para compras ou contratação de serviços on-line. O estudo confirma a consolidação dessa modalidade de consumo que alia conveniência, mobilidade e acesso a uma variedade de produtos e serviços de forma instantânea. A pesquisa foi realizada com o uso da Unidade de Resposta Audível (Ura), método remoto que possibilita agilidade na coleta e ampla cobertura.
O estudo mostrou que a adesão ao consumo digital é maior na capital (53%), mas em termos das regiões, as maiores proporções de adesão às compras por aplicativos foram registradas na região metropolitana de São Paulo (54%), Vale do Paraíba e Litoral Norte (53%) e Baixada Santista (52%) e Ribeirão Preto (50%). Já as com menos uso são de regiões de Piracicaba (45%), Sorocaba (47%) e Jundiaí (48%).
Quanto à habitualidade no uso de aplicativos no e-commerce, 28% dos consumidores afirmam ter realizado aquisições diariamente, em 2025, enquanto 38% o fazem pelo menos uma vez por semana, 21% ao menos uma vez ao mês e apenas 13% declaram realizar esse tipo de compra esporadicamente.
Esses dados indicam que os consumidores das compras por aplicativo o fazem com bastante regularidade, situação verificada também em 2023 e 2024, indicando a consolidação dessa modalidade de transação.
O perfil do consumidor por aplicativo também chama atenção: são, majoritariamente, pessoas nas faixas etárias mais jovens, com ensino superior e renda familiar acima de dez salários mínimos. Já a prática é menos habitual entre pessoas com ensino fundamental, rendimentos inferiores e de 60 anos ou mais.
“A diferença no consumo entre capital e interior pode ser explicada pela dinâmica desse modelo de negócio, que requer mercado consumidor mais amplo e concentrado geograficamente, o que é requisito para a viabilidade econômica das plataformas de aplicativos”, conforme análise da Fundação Seade.
Além disso, “as compras por aplicativos se tornam uma opção pela conveniência de realizar transações em qualquer horário e lugar, facilidade de usar smartphones, além de promoções exclusivas, bonificação por fidelidade e a variedade de produtos e serviços disponíveis”.
Outro aspecto relevante é a predominância do celular como dispositivo de compra. O aparelho é usado por oito em cada dez adeptos do consumo por aplicativo. Quanto às formas de pagamento, o cartão de crédito ainda lidera. Entretanto, o Pix vem ganhando tração, principalmente entre consumidores com menor escolaridade e renda familiar de até um salário mínimo. No triênio 2023/2025, o pagamento por Pix saltou de 19% para 27% entre os consumidores por aplicativo.
Faixa etária e renda
O consumo por meio de aplicativos é maior nas faixas etárias mais jovens, de 18 a 29 anos (65%) e 30 a 44 anos (61%), declinando na faixa etária de 60 anos e mais (22%). Acrescente-se que essa modalidade de compras é mais utilizada por consumidores com ensino superior (64%) e renda familiar acima de dez salários mínimos (71%), segmentos estes mais afeitos ao consumo pela internet e de maior poder aquisitivo.
Esse hábito diminui entre pessoas com até o ensino médio (48%), contudo seu maior declínio se dá entre os consumidores com somente ensino fundamental, apenas 14% utilizam aplicativos para consumo. Fenômeno similar pode ser observado entre aqueles cujas famílias auferem até um salário mínimo (22%), bastante inferior à média do estado. Essas diferenças refletem as desigualdades que se identificam tanto no acesso como na utilização das tecnologias de informação, evidenciando limites para ampliação da inclusão digital e seus benefícios.

