Tribuna Ribeirão
DestaqueGeral

Manifestantes ocupam Lar Santana

Grupo afirma que permanecerá no local como forma de denunciar o descaso do poder público com o imóvel tombado; prefeitura diz que acompanha a ocupação (Reprodução)

Cerca de sessenta pessoas que se denominam defensoras da preservação do edifício Lar Santana, localizado na Rua Conselheiro Dantas, nº 984, na Vila Tibério, ocuparam o imóvel como forma de pressionar a Prefeitura a criar o Memorial da Resistência Madre Maurina Borges no local. A invasão aconteceu na quinta-feira, 7 de agosto, mas só foi divulgada pelo grupo nesta segunda-feira, 11 de agosto, com a colocação de faixas nas grades em frente ao imóvel e a distribuição de um comunicado para a imprensa.

Um dos apoiadores do movimento é o advogado Vanderley Caixe, que afirmou que o grupo permanecerá no local — em sistema de rodízio — até que o destino do imóvel seja decidido e a criação do memorial seja efetivada. Nesta segunda-feira, às 19 horas, eles realizarão uma assembleia no local e estão convidando a população da região, bem como pessoas interessadas, para discutir a implantação do memorial.

Eles também denunciam o abandono do patrimônio público, que, segundo afirmam, há mais de 15 anos sofre com a negligência da Prefeitura de Ribeirão Preto, servindo como criadouro de insetos e animais peçonhentos. O grupo declara ainda que busca resgatar a história da resistência contra a ditadura militar (1964-1985) e combater o apagamento da memória de figuras como Madre Maurina, Dom Felício e outros lutadores perseguidos pelo regime.

O Lar Santana foi fundado em 1931 pela Ordem das Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição e funcionou durante 82 anos como escola. Nesse período, o imóvel também teve a função de orfanato, tendo Madre Maurina Borges da Silveira como madre superiora.

A religiosa foi presa em 1969, acusada de acobertar militantes contrários à ditadura militar. Depois de presa, Madre Maurina foi torturada, sendo submetida a sessões no pau de arara e choques elétricos.

Após passar cinco meses na prisão, foi extraditada para o México, em março de 1970, em troca do cônsul japonês Nokuo Okuchi, sequestrado por militantes de esquerda. Ela permaneceu 15 anos fora do país, retornando em 1985. O imóvel é tombado pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac).

Procurada, a Prefeitura informou, por meio de nota, que o prédio histórico do Lar Santana permanece desocupado há décadas, sem que nenhuma gestão anterior tenha adotado medidas efetivas para sua utilização.

“Desde janeiro deste ano, a atual administração iniciou um trabalho concreto para reverter esse cenário, priorizando a destinação do espaço e já mantendo tratativas com entidades interessadas em sua ocupação. Paralelamente, a Secretaria de Infraestrutura executa manutenções e intervenções internas, como limpeza, reparos e ações de conservação”, diz parte do texto. Sobre o protesto realizado na manhã desta segunda-feira, a Prefeitura informa que a Guarda Civil Metropolitana acompanha a ação no local.

 

Postagens relacionadas

PUBLICIDADE: Quer receber notícias no seu WhatsApp? Adicione o Tribuna!

Redação 1

Ubirajara jubatus – Fóssil de ‘dino’ volta ao Brasil

William Teodoro

Homem morre ao capotar carro na região

Luque

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com