Tribuna Ribeirão
Justiça

Justiça mantém Ana Pink na cadeia

Casa em condomínio de luxo e imóvel comercial podem ser leiloados se Justiça acatar pedido de MP (Foto: Reprodução)

Por Adalberto Luque

A Justiça de Ribeirão Preto negou recurso impetrado pela defesa da blogueira, influenciadora digital e CEO da Wowe, Ana Paula Ferreira Duarte, conhecida por Ana Pink, que pedia a volta de sua cliente para o regime de prisão domiciliar. Ela foi presa novamente em 14 de agosto, na Zona Sul da cidade.

De acordo com a Justiça de Ribeirão Preto, que emitiu a ordem de prisão, ela descumpriu quase 100 vezes as regras de prisão domiciliar. Ana Pink só poderia sair de casa durante o dia para compromissos de saúde e escolares dos filhos. Porém, segundo denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), com base no registro de entrada e saída da portaria do condomínio de luxo em Bonfim Paulista, Ana Pink saiu 33 vezes durante feriados e finais de semana. Em outras 28 vezes, ficou mais de duas horas fora de casa. Ainda há registro de outras 33 saídas sem solicitação formal ou justificativa.

Ana Pink e seu ex-marido, Maiclerson Gomes da Silva, apelidado de Maick Gomes, foram condenados por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Foram julgados por um esquema de fraude na contratação de empréstimos consignados. O golpe causou prejuízos de mais de R$ 10 milhões às vítimas.

Ana Pink já havia sido presa em 2022, mas a defesa conseguiu que ela tivesse o mandado de prisão preventiva mudado para domiciliar porque a blogueira tem filhos menores que precisam de sua presença. Na época, ela e Maick eram casados, mas se separaram no decorrer do inquérito e do processo judicial.

Ana Pink deixou a prisão domiciliar, em uma mansão de alto luxo no distrito de Bonfim Paulista, Zona Sul de Ribeirão Preto, e foi levada para uma cadeia feminina na região, onde passou a noite. Na manhã desta sexta-feira, em audiência de custódia, foi decretada sua prisão preventiva. Foi levada para a Penitenciária Feminina de Ribeirão Preto, onde seguirá presa.

A defesa da influenciadora se manifestou por nota. Informa que a revogação da prisão domiciliar foi recebida com surpresa e garantiu que medidas jurídicas para reverter a decisão já estão sendo adotadas. Em maio deste ano, o Tribunal de Justiça aumentou de nove para 13 anos a pena de prisão de Ana Pink e de Maick Gomes. Ambos foram condenados por lavagem de dinheiro e envolvimento com organização criminosa. A decisão determinava o cumprimento da pena em regime inicialmente fechado. O acórdão atendeu a recurso do Ministério Público de São Paulo.

Considera agravantes previstas na lei número 9.613/1998, que trata dos crimes de lavagem de dinheiro. O MP diz que mensagens recuperadas durante a investigação mostraram que Ana Pink debochava de aposentados alvos do golpe. Em um dos casos, ela e um funcionário riem da morte de uma das vítimas. A lei prevê aumento de pena quando o delito é cometido em associação com organização criminosa. Os dois foram inicialmente sentenciados em abril de 2023, a nove anos de prisão, por participação em um esquema de fraude com empréstimos consignados, usado para lavar dinheiro e obter ilegalmente mais de R$ 10 milhões.

Ana Pink e Maick Gomes foram alvo de uma investigação realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo. A apuração teve início em 2022 e apontou transações financeiras em nome de outras pessoas, obtenção indevida de dados do sistema previdenciário por meio de hackers, saques vultosos e movimentações incompatíveis com a renda declarada.

Eles foram presos em 17 de março daquele ano. O casal firmava contratos em nomes de terceiros sem autorização. Ao menos 360 mil cidadãos tiveram informações pessoais expostas. De acordo com o Gaeco, dados sigilosos de beneficiários eram obtidos junto a uma empresa de software no Vale do Paraíba, que invadiu e explorou a base de informações do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

As planilhas adquiridas por Ana Pink, segundo as autoridades, traziam detalhes como tipo de benefício, possíveis restrições, limites para crédito, banco e conta de recebimento. Essas mesmas informações também eram coletadas por programas automatizados criados por outro investigado, que possibilitavam o acesso remoto ao sistema previdenciário.

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