Emus, raposas-do-campo e gatos-do-mato passam por adaptação antes de integração aos recintos
O Bosque Zoológico Municipal Doutor Fábio Barreto recebeu, no início de setembro, seis novos animais silvestres que estão passando por um período de adaptação antes de serem integrados aos recintos. A nova trupe inclui duas raposas-do-campo, duas gatas-do-mato – todas fêmeas – e duas emus, que já podem ser visitadas pelo público. As emus vieram por meio de um programa de conservação em parceria com o Zoológico de São Paulo.
Já as raposas e as gatas-do-mato foram encaminhadas pelo Centro de Pesquisa e Medicina em Animais Selvagens (Cempas), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu, após serem resgatadas e receberem cuidados especializados. Os felinos e as raposas não podem retornar à vida livre devido a sequelas de acidentes. Uma das raposas teve a pata amputada em decorrência de fratura grave e a outra sofreu fratura pélvica que compromete sua locomoção.
As gatas-do-mato, ambas filhotes, não desenvolveram as habilidades necessárias para a sobrevivência em ambiente natural. Uma sofreu politraumas que afetam sua defesa e a outra passou por um processo de imprinting, tornando-se excessivamente habituada à presença humana.
“Nosso trabalho é oferecer o melhor cuidado possível a cada espécie, garantindo bem-estar e promovendo a educação ambiental da população”, explica Alexandre Gouvea, responsável técnico pelo Bosque Fábio Barreto. Após a fase de adaptação, os animais estarão disponíveis para visitação. O Bosque Fábio Barreto abre de quarta-feira a domingo, das nove horas às 16h30. A entrada é gratuita.
O zoo não abre às segundas e terças-feiras, a não ser em datas específicas. Fica na rua Liberdade s/nº, no bairro Campos Elíseos. Mais informações podem ser solicitados pelos telefones (16) 3636-2283 e 3636-2513. Conta com um espaço de área verde de 250.880 metros quadrados onde vivem cerca de 600 animais de mais de 100 espécies, entre aves, peixes, mamíferos, répteis e anfíbios.
O espaço concentra uma reserva de Mata Atlântica, com árvores centenárias, como perobas, jequitibás, ipês e jatobás. O zoológico de Ribeirão Preto também abriga animais ameaçados de extinção, como arara-azul, ararajuba, suçuarana, lobo-guará, mutum-do-sudeste, urubu-rei, anta, tamanduá-bandeira, jaboti-tinga e tracajá. Outra atração é o Aquário Municipal, com mais de 500 peixes de 56 espécies, distribuídos em nove tanques. Juntos, os tanques somam 300 metros quadrados e armazenam 186,5 mil litros de água.
No local existem 30 espécies de primatas. Também abriga felinos e roedores, entre eles pumas, onças, capivaras, cervos, antas, saguis, micos raros e os divertidos macacos-prego. Tem até Meliponário. Recentemente, foi reaberta a Trilha do Jequitibá, que oferece aos visitantes a experiência de contato direto com o bioma em seu estado natural. Conta com mirante, Jardim Japonês e o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras) Morro do São Bento, mantido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Nos três primeiros meses de 2025, o Cetras Morro do São Bento, instalado no Bosque Zoológico Municipal Doutor Fábio Barreto, em Ribeirão Preto, reintroduziu 115 animais em seus habitats naturais. São bichos vítimas de maus-tratos, do tráfico, da caça ilegal e de incêndios e atropelamentos.
O trabalho desenvolvido pelo Cetras é essencial para a conservação da fauna, oferecendo atendimento clínico e cirúrgico a animais silvestres que chegam debilitados, em sua maioria após contato com áreas urbanas. Grande parte do atendimento envolve aves que passam por tratamentos clínicos e nutricionais específicos para recuperar o tônus muscular e voltarem a voar. Desde sua criação, em 2024, o Cetras Morro do São Bento já atendeu cerca de 1.700 animais silvestres, promovendo reabilitação e soltura sempre que possível. Quando a reintegração à natureza não é viável, os animais recebem assistência no Bosque Zoológico Municipal Doutor Fábio Barreto, onde o centro está instalado.

