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Cultura

Nos 100 anos de B.B. King, Rei do Blues ainda é celebrado e redescoberto por novas gerações

Foto: Tom Beetz/ Wikimedia Common

Passado um século desde o nascimento de Riley Ben King, a emoção não acabou – ao contrário do que ele cantava na chorosa obra-prima do blues The Thrill Is Gone. B.B. King (1925-2015), que faria 100 anos nesta semana, ainda é reverenciado e redescoberto por novas gerações. Entre os maiores guitarristas da história, o homem que deixou a miséria dos campos de algodão no sul dos EUA conquistou o mundo com as notas aconchegantes de sua Gibson Les Paul, apelidada de Lucille. 

Quem visita o Bourbon Street Music Club, no bairro paulistano de Moema, logo se depara com o instrumento (autografado) exposto como um artefato sagrado que evoca o espírito do padrinho da tradicional casa de shows inspirada em Nova Orleans, berço do jazz nos EUA, e idealizada pelo empresário Edgard Radesca e outros três sócios: Luiz Fernando Mascaro, Clóvis César e Edmilson Santill. 

Tudo começou em 1993, quando o grupo precisava de um grande nome para inaugurar o Bourbon. Mesmo sem dinheiro, o gestor conseguiu o contato do escritório do astro e descobriu que ele faria uma turnê na América do Sul. Organizou, então, uma vaquinha entre amigos para tentar contratá-lo. Sem muitas esperanças, fizeram uma oferta e, dias depois, foram surpreendidos com a notícia de que o valor daria para que King realizasse quatro apresentações no local. 

“Foi um acontecimento. Depois disso, ele veio mais sete vezes até a sua morte. Viramos representantes dele no Brasil”, diz o sócio de 78 anos. Radesca passou a organizar concertos do Rei do Blues fora do Bourbon, em outras capitais brasileiras e até em Buenos Aires. “Ao todo, foram 41 shows. Estive com ele em todos”, afirma o empresário. 

 

Histórias.  

Com isso, a relação frutífera entre contratante e contratado se transformou em amizade e gerou histórias inesquecíveis. Certa vez, Radesca recebeu King para almoçar em sua casa horas antes de um show. O cardápio, preparado por Célia, mulher de Radesca, incluía peixe, frango assado e muitas frutas. 

“Naquele dia, ele adorou as mangas, comeu bastante. De noite, quando começou o show, tudo corria normalmente até que ele deixou o palco. Eu nunca o tinha visto fazer aquilo, então eu saí da minha mesa e corri para o camarim. Ele estava no banheiro Enquanto isso, a banda seguia tocando. Então, ele saiu, voltou ao palco, abriu um sorrisão e, esfregando a barriga, disse: ‘Manga…'”, conta o diretor do Bourbon. 

B.B. King morreu em maio de 2015, aos 89 anos, após ter sofrido com AVCs, diabete, Alzheimer e problemas cardíacos. Radesca fez questão de comparecer ao funeral público em Las Vegas, cidade onde o artista residia, antes da cerimônia mais privada no Mississippi, sua terra natal. 

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