Preço da cesta básica de alimentos essenciais recuou 1,91% em setembro, quinta deflação do ano
O preço da cesta básica de alimentos essenciais nos mercados de Ribeirão Preto registrou queda de 1,91% em setembro, a quarta seguida – caiu 1,46% em agosto, 1,64% em julho e 1,87% em maio.
Não houve coleta de preços em junho. Foi a quinta deflação do ano. Vinha de três altas seguidas: de 2,59% em fevereiro, 1,54% em março e 0,77% em abril. Havia emendado quatro aumentos seguidos no final do ano passado, de 8,06% em setembro, 5,68% em outubro, 1,92% em novembro e 2,03% em dezembro.

O valor recorde da série histórica, que começou em maio de 2023, pertence a abril de 2025, quando fechou em R$ 760,66. Encerrou maio em R$ 746,43 e julho em R$ 734,20. Agora, recuou de R$ 723,47 em agosto para R$ 709,63 em setembro, desconto de R$ 13,84.
A queda é atribuída principalmente à ampla oferta de trigo e ao avanço da colheita de hortaliças, que aumentaram a disponibilidade no mercado e pressionaram os preços para baixo. Encerrou 2024 com inflação acumulada de 15,3% – o aumento de 2,03% de dezembro foi o percentual mais elevado do período.
O levantamento mensal é do Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB) da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp). Em doze meses, em comparação com agosto do ano passado, quando a cesta com 13 alimentos essenciais custava R$ 672,65, a alta chega a 5,50%, acréscimo de R$ 36,98. Na época, houve inflação de 8,06%, uma das mais altas da série, segundo a pesquisa.
O estudo aponta ainda que da região com menor custo (R$ 669,14) para a mais cara (R$ 787,76), o consumidor pode chegar a gastar até R$ 118,62 a mais pela compra dos mesmos 13 itens básicos. A variação chega a 17,73%, segundo a pesquisa. Os dados do Índice Mensal de Cesta Básica foram divulgados nesta quinta-feira (25).
Os analistas percorreram 14 estabelecimentos no dia 18: dez supermercados e hipermercados e quatro panificadoras distribuídas entre as cinco regiões da cidade.
O levantamento não tem caráter fiscalizador. A taxa de setembro foi puxada pela queda nos preços da farinha de trigo (-23,09%), seguida por tomate (-13,02%) e batata-inglesa (-9,78%). O movimento foi impulsionado pela colheita da safra de inverno e pela entrada de maiores volumes no atacado paulista.
Também estão mais baratos açúcar cristal (-7,12), leite longa vida (-4,72%), pão francês (-0,37%) e alcatra (-0,15%). A deflação não foi mais intensa porque subiram os preços do feijão carioca (3,87%), arroz branco (-6,69%), café em pó (0,27%), banana nanica (2,87%), óleo de soja (1,52%) e margarina com sal (-3,41%).
O grupo alimentar que mais pesa sobre as despesas do ribeirão-pretano, com 44,44% do valor total da cesta, é o da carne. Frutas e legumes absorvem 22,19% do orçamento, seguidos de farináceos (20,85%), laticínios (6,19%), leguminosas (3,27%), cereais (2,16%) e óleos (0,91%).
Em relação ao poder de compra, considerando uma remuneração de R$ 1.518 (salário mínimo), deduzidos 7,52% de descontos da Previdência Social, tem-se que o piso líquido é na ordem de R$ 1.403,85, de tal modo que um trabalhador de média idade comprometeria cerca de 50,55% de sua renda apenas com gastos alimentares em setembro.
Em carga horária, equivale a trabalhar 111,21 horas das 220 previstas na jornada do assalariado só para comprar comida, 2,17 a menos do que em julho – era de 113,38 horas no mês anterior. Segundo Lucas Ribeiro, analista do IEMB, o resultado mostra uma pressão de oferta no curto prazo. “A desinflação observada decorre de condições de oferta mais favoráveis, refletindo o arrefecimento das pressões de preços de curto prazo nos alimentos”, destaca.
Regiões – Neste mês, o valor da cesta básica de alimentos com 13 produtos ficou abaixo de R$ 700 em duas regiões de Ribeirão Preto. A região central tem o kit mensal básico de alimentos mais caro da cidade, no valor de R$ 787,76, seguida pela Sul, com R$ 761,15, e Lestye, com R$ 711,32. Os alimentos são mais baratos na região Norte: o kit básico com 13 produtos custa R$ 669,14, contra R$ 669,24 da Zona Oeste.

