Participação dos SUVs segue crescendo, enquanto a procura por hatches diminuiu
As vendas de automóveis zero quilômetro seguem crescendo no Brasil, apesar das taxas de juros elevadas e dos preços em alta. O número de emplacamentos entre janeiro e agosto cresceu 2,91% em comparação com o mesmo período de 2024, de acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
“O mercado de automóveis novos segue aquecido, mesmo com o patamar de juros da taxa Selic. As vendas em alta e a valorização geral dos modelos mostram que o público consumidor segue nas concessionárias procurando o seu próximo carro. Esse movimento, naturalmente, faz com que a oferta suba para controlar a demanda”, analisa Sant Clair de Castro Jr, CEO da Mobiauto, o segundo maior marketplace automotivo do Brasil.
Os SUVs seguem aumentando a sua participação no mercado, com alta de 20,35% no acumulado do primeiro semestre. Segundo uma análise da Tabela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), os modelos desse segmento sofreram desvalorização média de -2,83% entre janeiro, quando eram zero quilômetro, e agosto, como seminovos.
“Os SUVs estão imersos na maior disputa de mercado, com oferta acima da demanda, uma vez que os grandes lançamentos têm ocorrido nesse segmento. Além disso, as marcas chinesas forçaram modelos de patamar superior da categoria a baixar os preços, como os Jeep Compass e Commander, que receberam grandes reduções de preços neste ano”, pontua Sant Clair de Castro Jr.
No caso dos hatchbacks, cuja desvalorização de -1,14% não impediu a queda nas vendas nos primeiros oito meses de 2025, o CEO da Mobiauto explica que nem todos os modelos apresentaram redução nos preços, apesar da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) promovida pelo governo federal.
“É compreensível a dúvida por conta dos dois principais segmentos apresentarem quedas nos valores. No entanto, o contexto explica a situação: ambos foram atingidos pela medida do governo em reduzir o IPI para carros ditos populares. Os hatches foram mais impactados, é verdade, mas a comprovação vem de números de carros que não participaram da medida, como Peugeot 208 e o Toyota Yaris, que valorizaram ao longo do ano”.

