O escritor húngaro László Krasznahorkai, de 71 anos, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura 2025. O anúncio foi feito pela Academia Sueca, responsável pela honraria, na manhã desta quinta-feira, 9 de outubro.
A honraria foi concedida ao autor “por sua obra convincente e visionária que, em meio ao terror apocalíptico, reafirma o poder da arte”, conforme anunciou a instituição. O Nobel de Literatura é concedido a um autor pelo conjunto de sua obra.
Tradicionalmente, os organizadores do prêmio ligam para o escolhido antes do anúncio oficial. Durante o anúncio, Mats Malm, secretário permanente e porta-voz da Academia Sueca, disse que tinha acabado de falar com László Krasznahorkai por telefone, “durante uma visita a Frankfurt, onde ele estava.” Krasznahorkai era um dos nomes mais cotados para receber o Nobel de Literatura neste ano.
Ele aparecia com chances de 10/1 nas principais casas de apostas da Inglaterra, ao lado da chinesa Can Xue. O escritor brasileiro Milton Hatoum chegou a aparecer entre as apostas, com chances de 24/1.
No ano passado, a Academia Sueca surpreendeu ao conceder o prêmio à romancista Han Kang, de 54 anos, a primeira sul-coreana a receber o Nobel de Literatura e uma das mais jovens a conquistar o feito. Nascido em Gyula, na Húngria, em 1954, Krasznahorkai estreou na literatura em 1985 com Satantango, publicado no Brasil pela Companhia das Letras.
A obra – única do autor traduzida no país –, é chamada de “visionária” e “monstruosa” e acompanha a chegada de um homem misterioso a uma espécie de assentamento rural húngaro.
O livro venceu um prêmio de melhor romance traduzido para o inglês décadas depois, em 2013. Satantango também deu origem a um filme de mesmo nome de sete horas e meia, de 1994, do cineasta húngaro Béla Tarr, com quem Krasznahorkai manteve uma parceria criativa.
A Academia Sueca classificou o autor como um escritor épico da tradição literária da Europa Central, que vai de Kafka a Thomas Bernhard, e é caracterizada pelo “absurdo e pelo excesso grotesco”.
O trabalho de Krasznahorkai é comumente descrito como pós-moderno, distópico e melancólico. Krasznahorkai também é autor de livros como The Melancholy of Resistance (1989), War and War (1999), Destruction and Sorrow beneath the Heavens (2004), Baron Wenckheim’s Homecoming (2016). O Prêmio Nobel de Química 2025 foi concedido para os cientistas Susumu Kitagawa, Richard Robson e Omar M. Yaghi “pelo desenvolvimento de estruturas metalorgânicas (ou organometálicas)”. Eles criaram estruturas que podem ser usadas para capturar água do ar do deserto, armazenar gases tóxicos, catalisar reações químicas e conduzir eletricidades.
O Prêmio Nobel de Medicina de 2025 foi concedido para três cientistas que estudam tolerância imunológica periférica – os americanos Mary Brunkow, Fred Ramsdell e o japonês Shimon Sakaguch.
As descobertas desse trio abriram caminhos para novos tratamentos contra doenças autoimunes e o câncer. Já o Prêmio Nobel de Física de 2025 foi dado para três pesquisadores que atuam nos Estados Unidos (John Clarke, Michel Devoret e John Martinis), que pavimentaram caminhos para revolucionar a tecnologia quântica, incluindo computadores e sensores quânticos.
O vencedores receberão uma medalha de ouro, um diploma e 11 milhões de coroas suecas (o equivalente a cerca de R$ 6 milhões). A cerimônia de entrega dos prêmios está marcada para 10 de dezembro, como ocorre todos os anos, aniversário da morte do químico sueco Alfred Nobel (1833-1896), criador da premiação.
Criado em 1901, o prêmio já foi entregue 627 vezes para 976 pessoas e 28 organizações. O Brasil nunca recebeu um Nobel, embora alguns nomes já tenham figurado nas listas de apostas. Nesta sexta-feira, dia 10, sai o Nobel da Paz, e na segunda-feira, dia 13, o de Economia.

