Por Hugo Luque
Apesar do fim da temporada dentro de campo, os bastidores do Comercial vivem dias agitados. Mesmo com o fim das negociações com o grupo de empresários liderado por Marcelo Zaparoli, a diretoria continua em negociações para renovar contratos de jogadores para a disputa da Série A4 do Campeonato Paulista de 2026.
O primeiro vínculo estendido foi do lado de fora das quatro linhas: Roberval Davino, que assinou até o fim do estadual. Agora, a ideia do presidente do Bafo, Antônio Carlos Campanelli, é manter Pinho como gerente de futebol e tentar manter a maior parte do plantel que levou o time à semifinal da Copa Paulista.
“No meu coração, vamos dizer assim, gostaria de renovar com 80% desse grupo. Eu já entraria muito favorecido no campeonato, porque já estou com uma equipe formada e entrosada. Não fomos campeões, não ganhamos nada. Fizemos uma boa campanha, mas deixamos um time formado na A4. Vamos entrar muito na frente de outros que vamos enfrentar, que ainda vão formar os grupos e não sabem se vão dar liga. Eu já sei que deu liga”, destacou o dirigente, que ofereceu um aumento salarial unificado para o grupo e aguarda resposta na próxima semana.
A Série A4 deve iniciar em janeiro. Caso repita o planejamento aplicado para 2025, o Leão do Norte deve iniciar sua pré-temporada em novembro.
SAF ‘híbrida’ rejeitada
Apresentada em reunião na última semana, a proposta de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) “híbrida” no Comercial foi recusada pelo Conselho Deliberativo alvinegro. A ideia do grupo de empresários, liderado por Marcelo Zaparoli, era investir no Bafo a partir do próximo mês, mas sem a transformação imediata em clube-empresa.
O plano envolvia preparar o Leão para virar SAF com mudanças estruturais, mas esperar o término do mandato de Campanelli para completar a transformação. O técnico Nelsinho Baptista era o favorito para assumir o cargo de executivo de futebol. Ao GE, o presidente comercialino revelou ter gostado da proposta.
“Achei muito interessante essa proposta, porque é uma oportunidade de convivermos com eles, observarmos nesse restante do mandato e chegar ao final com acesso à Série A3, quem sabe campeões da Copa Paulista, entrar no Brasileiro, que muda o patamar do clube. No final, nem precisaria questionar nada. É só aceitar a prorrogação de tudo. Achei uma proposta muito boa”, comentou.
No entanto, Campanelli também enfatizou a importância de a proposta ser aceita pelo Conselho, o que não aconteceu. Portanto, Zaparoli e seus parceiros não devem continuar com as tratativas.
Esta se tornou a segunda oferta de investimento no clube rejeitada – em 2023, outro grupo, este com Rubens Takano Parreira à frente, também não conseguiu avançar nas negociações, quando o Alvinegro ainda tinha Fausi Henrique como mandatário.
Assim, o projeto que ganha mais força no momento é o de transformação imediata em SAF apresentado pela Total Player, empresa dos ex-jogadores e irmãos Calucho e Paulo Jamelli, que deseja assumir 80% das ações do clube e investir R$ 98 milhões em dez anos. Na terça-feira, o Conselho deve se reunir novamente para debater as propostas de SAF.

