A Associação de Moradores do bairro, localizado na Zona Norte da cidade, divulgou Manifesto de Repúdio as declarações, após comentários considerados preconceituosos da influenciadora sobre o bairro
A Associação de Moradores do Bairro Quintino Facci II, localizado na zona Norte de Ribeirão Preto, divulgou um Manifesto Público de Repúdio as declarações consideradas pejorativas e preconceituosas, feitas sobre o bairro pela influenciadora digital e professora da Rede Municipal de Educação de Ribeirão Preto, Aline Bardy Dutra, conhecida como “Esquerdogata”.
As declarações foram feitas durante uma abordagem policial realizada no sábado, 25 de outubro. O documento foi divulgado nesta sexta-feira, 30 de outubro e é assinado pelo presidente da Associação, Renato Roberto do Nascimento.
Na ocasião, ela teria cometido injuria racial e desacato contra policiais militares. Em uma de suas falas durante a abordagem também teria ofendido os moradores do Complexo de bairros do Quintino Facci, ao perguntar de forma considerada pejorativa ao PM: “você nasceu onde? No Quintino, né?
O Quintino Facci II faz parte de um complexo de bairros com cerca de 40 mil moradores formado pelos conjuntos Quintino Facci I e II, Adelino Simione, Avelino Alves Palma e Parque dos Sabiás.
Segundo manifesto, a influenciadora utilizou expressões depreciativas contra os moradores da região ao agredir verbalmente os Policiais Militares “com a clara intenção de usar o nome de nosso bairro como motivo de humilhação”, diz o texto.
Ressalta que a conduta da influenciadora é inadmissível e ofensiva por vários motivos. Entre eles, o de querer desmerecer origem comunitária da população daquela região. “O uso do nome “Quintino” como se fosse sinônimo de inferioridade ou motivo de escárnio atinge toda a comunidade, desvaloriza o bairro e seus moradores que lutam dia a dia para viver com dignidade”.
O documento destaca que a liberdade de expressão não deve se converter em ofensa gratuita, sobretudo quando utilizada para humilhar ou denegrir pessoas ou comunidades.
Por fim afirma que uma pessoa com visibilidade nas redes sociais assume responsabilidade pelas suas falas “quando as mesmas incitam desprezo e geram dano para a pessoa ofendida e para a coletividade”.
O manifesto reitera que os moradores do bairro Quintino exigem que a influenciadora apresente desculpas públicas e formais, reconhecendo o erro e o dano causado tanto ao policial quanto à comunidade atingida por suas falas, E que ela seja feita de maneira a alcançar a mesma visibilidade das ofensas que ganharam repercussão pelas redes sociais e pela imprensa.
“Reafirmamos que o Bairro Quintino é composto por pessoas de todas as origens, profissões e classes, que merecem respeito e reconhecimento. Não aceitaremos que o nome do nosso bairro seja invocado como símbolo de inferioridade ou objeto de desprezo”, conclui o comunicado.
A professora também é alvo um processo administrativo, aberto pela prefeitura, após o episódio. Aline é professora da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Paulo Henrique de Souza, no bairro Maria Casa Grande Lopes, também localizado na zona Norte da cidade, mas está afastada do cargo desde 22 de julho de 2024 quando pediu afastamento sem vencimentos. O afastamento vence em julho de 2027. A influenciadora tinha cerca de 900 mil seguidores nas Redes sociais, mas, desde o episódio, perdeu quase cem mil deles.

