Entre os 109 corpos já identificados entre os mortos na Operação Contenção, pelos menos 89 já foram liberados pelo Instituto Médico Legal para a retirada dos familiares. O IML trabalha para identificar os 117 civis mortos na operação, e o trabalho pode ser concluído apenas no fim de semana. A operação também deixou quatro policiais mortos.
De acordo com a Polícia Civil, entre os 109 suspeitos identificados estão 78 com histórico criminal grave – incluindo acusações de homicídio e tráfico de drogas –; 43 foragidos com mandado de prisão pendente; e 54 de outros estados (15 do Pará, nove do Amazonas, onze da Bahia, quatro do Ceará, sete de Goiás, quatro do Espírito Santo, um do Mato Grosso, um de São Paulo e dois da Paraíba).
Entre os 99 corpos já identificados entre os mortos na Operação Contenção, 89 já foram liberados pelo Instituto Médico Legal para a retirada dos familiares. O instituto trabalha para identificar os 117 civis mortos na operação, e o trabalho pode ser concluído apenas no fim de semana. A operação também vitimou quatro policiais. São 121 mortes no total, mas a Defensoria Pública Estadual diz que são 132 na megaoperação contra o Comando Vermelho.

A Polícia Civil informou que está finalizando um documento de inteligência “com centenas de páginas, que reúne a qualificação dos criminosos mortos e uma análise detalhada sobre o papel estratégico dos complexos da Penha e do Alemão dentro da estrutura da organização criminosa”, diz em comunicado.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Subprocuradoria-Geral de Direitos Humanos e Proteção à Vítima (SUBDH), também trabalha para realizar uma perícia independente e acolher familiares dos mortos durante a liberação dos corpos das vítimas da Operação Contenção.
A perícia contou com uma equipe de oito profissionais, sob acompanhamento integral de um promotor de Justiça integrante do Ministério Público. O governo federal também enviou 20 peritos criminais da Polícia Federal para reforçar os trabalhos de segurança pública no Rio de Janeiro, segundo informou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
Sete governadores anunciaram na quinta-feira, 30 de outubro, a criação do “Consórcio da Paz”, um projeto de integração para trocar informações de inteligência, prestar apoio financeiro e de contingente policial no combate ao crime organizado.
A medida ocorre depois da Operação Contenção – feita pelas polícias Civil e Militar (PM) do Rio na noite da terça-feira (28), nos complexos do Alemão e da Penha contra o crime organizado. A reunião ocorreu no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense.
A ação deixou 121 mortos, sendo 117 civis e quatro policiais. A Defensoria Pública estadual diz que são 132 vítimas da megaoperação contra o Comando Vermelho. O número de óbitos supera os 111 do “Massacre do Carandiru”, em 2 de outubro de 1992, em São Paulo.
No total, foram feitas 113 prisões, sendo que 33 eram pessoas de outros estados que atuavam no Rio de Janeiro. Além disso, dez adolescentes foram encaminhados a unidades socioeducativas. O objetivo da operação era conter o avanço do Comando Vermelho e cumprir 180 mandados de busca e apreensão e 100 de prisão, sendo 30 expedidos pelo estado do Pará, parceiro na operação.
“A operação foi o maior baque que Comando Vermelho levou”, disse o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi. “Com perda tão grande de armas, de drogas e também de lideranças”, emendou. Foram apreendidas 118 armas, sendo 91 fuzis. A polícia contabiliza ainda a droga apreendida e estima que sejam toneladas.
A Operação Contenção é a a mais letal na história do estado do Rio de Janeiro, superando o número de fatalidades no Jacarezinho, considerada uma chacina, que deixou 28 mortos, em 2021.O Rio de Janeiro será a sede inicial do consórcio e vai organizar o processo de formalização do grupo. De acordo com Castro, a ideia é compartilhar estratégias de combate ao crime.
A operação provocou caos na cidade, com interdição de vias. O objetivo principal anunciado previamente era a captura de Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, tido como principal chefe da facção criminosa Comando Vermelho, porém ele não foi preso na operação.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Edson Fachin, disse nesta sexta-feira (31) que o conselho vai mapear as organizações criminosas que atuam no país. Ele participou da instalação de varas de combate à violência contra a mulher em Bauru, no interior de São Paulo.
Em meio à repercussão das mais de 120 mortes ocorridas durante a Operação Contenção, deflagrada pelas polícias do Rio de Janeiro para combater criminosos ligados do Comando Vermelho (CV), Fachin disse que mapeamento vai ajudar na elaboração de estratégias para reprimir o crime organizado.

