Tribuna Ribeirão
DestaqueSaúde

Gêmeas serão separadas em 2026

Foto Cir: Assessoria de Imprensa do HC O procedimento de sábado durou cerca de dez horas Procedimento foi minuciosamente planejado ao longo de mais de um ano, com realização de projeções de realidade virtual, próteses e exames de imagem

Gêmeas craniópagas Heloísa e Helena passaram por segunda cirurgia no último sábado (8); as próximas serão em fevereiro e março, e a definitiva em meados de 2026

As irmãs gêmeas craniópagas – unidas pela cabeça – Heloísa e Helena, nascidas em São José dos Campos em janeiro de 2024 (um ano e onze meses), no Vale do Paraíba (SP), passaram pela segunda cirurgia no último sábado, 8 de novembro, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP).

O procedimento durou cerca de dez horas, com início às sete da manhã e conclusão por volta de 17 horas, e contou com mais de 50 profissionais da  saúde. Desde então, as gêmeas recebem cuidados na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do HC Criança.

Nesta quarta-feira (12), as irmãs devem receber alta e seguir para o quarto As irmãs unidas pelo crânio foram submetidas à segunda etapa do tratamento cirúrgico para separação, e ainda devem passar por mais três operações, segundo a programação anunciada pelas equipes de Cirurgia Plástica e
Neurocirurgia Pediátrica do HC, sob o comando do professor doutor Jayme Farina Junior.

Projeções de realidade virtual, próteses e exames de imagem. Farina Júnior disse que no sábado foram feitas incisões cutâneas no lado oposto aos cortes efetuados em agosto, para ligamento dos vasos sanguíneos (Max Galão)

Na manhã desta terça-feira (11), Farina Júnior participou de entrevista coletiva. Ele disse que na operação de sábado foram feitas incisões cutâneas no lado oposto aos cortes efetuados em agosto, para ligamento dos vasos sanguíneos.

O cirurgião diz que esta é a etapa mais difícil, que envolve a separação do cérebro. Segundo ele, a cirurgia foi um sucesso e atingiu 50% da meta.

As duas próximas cirurgias devem ocorrer em fevereiro e março para implantação das bolsas extensoras, reconstrução óssea e proteção do cérebro. Segundo Farina Júnior , o último procedimento deve ocorrer em meados de 2026, entre junho e julho, quando Helóisa e Helena serão separadas
definitivamente.

Segundo o médico Marcelo Volpon, também integrante da equipe, o formato dos crânios das gêmeas, mais estreito nas laterais, é um dos fatores que têm contribuído para um melhor mapeamento das áreas de cirurgia.

Foto Far: Max Gallão Mesquita
Farina Júnior disse que no sábado foram feitas incisões cutâneas no lado
oposto aos cortes efetuados em agosto, para ligamento dos vasos sanguíneos

A primeira de cinco intervenções até a separação total ocorreu em 23 de agosto.  A cirurgia durou oito horas e foi bem sucedida, atingindo 25% da meta,  segundo a equipe médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

A meninas reagiram positivamente, sem convulsões. O procedimento contou com a participação de mais de 40 profissionais. O neurocirurgião Rubens Machado, que também participou dos dois casos de separação de siamesas anteriores, em 2018 e 2023, diz que as meninas nasceram com os crânios
muito encostados, quase colados, o que torna a cirurgia mais delicada

O procedimento foi minuciosamente planejado ao longo de mais de um ano, com realização de projeções de realidade virtual e exames de imagem, como tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas, além da impressão de vários modelos em 3D. O objetivo da equipe é a separação completa ao
final de uma série de cinco cirurgias.

Os pais de Heloísa e Helena, Amarildo Batista da Silva e Claldilene Aparecida
dos Santos, estão morando provisoriamente em Ribeirão Preto, onde permanecerão até a separação do total das meninas e também no pós- operatório, no período de reabilitação

Este é o terceiro caso de gêmeas siamesas craniópagas do hospital. A incidência é extremamente rara, representando um caso em cada 2,5 milhões de nascimentos. No Brasil, a primeira separação de siamesas craniópagas, as gêmeas Maria Ysadora e Maria Ysabelle, ocorreu em outubro de 2018. Focam
cinco procedimentos cirúrgicos realizados pela equipe do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e HC Criança.

Hoje as meninas estão com nove anos e voltaram para Patacas, distrito de Aquiraz, distante 35 quilômetros de Fortaleza, no Ceará, onde nasceram, no final de março de 2019. Vivem com os pais Diego Freitas Farias e Débora Freitas.

Nos Estados Unidos, uma cirurgia de separação de siamesas craniópagas
custa cerca de R$ 9 milhões. O primeiro do HC de Ribeirão Preto, e também
pioneiro no Brasil, caso foi acompanhado pelo médico norte-americano James
Goodrich, referência internacional em intervenções com gêmeos siameses e
que faleceu e m decorrência de covid-19 em 2020.

O segundo caso foi o das irmãs siamesas craniópagas Allana e Mariah, hoje
com cinco anos e oito meses. A cirurgia definitiva ocorreu entre 19 e 20 de
agosto de 2023. Elas são de Piquerobi (SP), onde mora com os pais Vinícius e Talita Cestari. No ano passado ainda vinham à cidade para consultas e exames de rotina no HC Criança.

Em 2023, a quarta e última neurocirurgia teve início às sete horas do dia 19 de agosto e durou cerca de 27 horas. Na manhã do dia 20, as meninas foram separadas.Foram inseridas bolsas de silicone abaixo do couro cabeludo das
irmãs.

Postagens relacionadas

Motociclista morre em acidente na zona Leste de Ribeirão Preto

William Teodoro

Esplanada do Theatro Pedro II recebe iluminação azul

Redação 2

Grupo entrevista Marco Aurélio 

Redação 2

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com