Por: Adalberto Luque
A Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de Ribeirão Preto realiza, na manhã desta terça-feira, 18 de novembro, uma grande operação para desmantelar um grupo especializado em roubar joias. A ação foi realizada simultaneamente em Ribeirão Preto, Guarujá e na cidade de São Paulo.
De acordo com o delegado Diógenes Santiago Netto, da DEIC, os alvos da operação são os integrantes da quadrilha que praticou um roubo de joias em maio, na Ribeirânia, zona Leste da cidade, e foram identificados após a prisão dos receptadores, ocorrida em setembro.
Um dos principais receptadores, o dono de uma joalheria no Centro de Ribeirão Preto, foi preso e, a partir daí, a DEIC chegou até o restante do grupo. O esquema incluía vender as joias em um programa de TV exibido a partir de Curitiba (PR) para todo o País.

“Crimes contra o patrimônio são graves, especialmente quando envolvem reféns. Prender os envolvidos significa desmantelar uma quadrilha perigosa, que continuaria a efetuar essas ações se não fosse impedida”, afirmou Santiago.
Participam da ação policiais civis do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), do Departamento de Operações Especiais Estratégicas (Dope), na Capital e litoral.
Além dos presos, chaves, celulares e outros aparelhos foram apreendidos. A operação está em andamento e a matéria será atualizada. Segundo Santiago, alguns integrantes do grupo preso hoje também teriam participado do roubo no prédio da rua Campos Salles, região Central da cidade. O Edifício Jatiúca foi algo de pelo menos 10 pessoas fortemente armadas e encapuzadas ou com perucas. A única a mostrar o rosto foi Júlia Moretti de Paula, que segue sendo procurada. Do assalto no Centro, 17 foram identificados e 14 foram presos.
Na manhã desta terça-feira, Thayná Yasmin Silva Porto foi presa em Ribeirão Preto. Segundo o delegado da DEIC, José Carvalho de Araújo Júnior, a mulher teria se passado por corretora para se aproximar das vítimas e fazer um levantamento, passando informações para os assaltantes. Araújo adiantou que dois irmãos foram presos em São Paulo, um deles veio apenas para retirar o miolo de uma fechadura e o outro para conduzir o carro na fuga após o roubo.

Os irmãos presos na Capital são Leonardo Delarossa e Gustavo Delarossa. Já João Alves Moreira Júnior foi preso no Guarujá, Baixada Santista. Os advogados dos presos não foram encontrados. Os três presos fora de Ribeirão Preto foram trazidos para a sede da DEIC, no Centro de Ribeirão Preto, onde seriam interrogados.
Relembre o caso
No dia 17 de maio, três homens retiraram as chaves de uma casa para alugar, na avenida Costábile Romano, Ribeirânia, zona Leste. Câmeras de segurança registraram o trio no local durante o dia.
Depois o grupo, com quatro homens, voltou à noite e, pelos fundos da casa, acessaram a residência de uma família em um condomínio. Na casa invadida estavam um casal de idosos, o filho deles e uma funcionária. Os quatro foram rendidos.
Os quatro homens ficaram no local menos de uma hora e levaram quase 300 peças, além de oito relógios de luxo. Entre as joias, estava um colar de ouro e diamantes com um pingente do Espírito Santo, uma peça exclusiva, feita sob encomenda por um joalheiro da cidade.

No final de agosto, uma das vítimas assistia a um programa de TV, “Mil e Uma Noites”, onde joias são exibidas para venda. Ela reconheceu a corrente com pingente do Espírito Santo, além de outras joias.
Comprou várias e, assim que recebeu, foi até a DEIC e apresentou ao delegado. As investigações começaram e uma rede foi descoberta. Em Curitiba, os policiais civis constataram que as joias tinham vindo de um joalheiro de Uberaba, no Triângulo Mineiro.

Os responsáveis pelo programa de TV passaram todas as informações e disseram não ter responsabilidade pelos produtos, que seriam atestados pelo fornecedor de Uberaba. Na cidade mineira, os policiais conseguiram o nome do joalheiro de Ribeirão Preto que teria comprado as joias.
Em uma operação em condomínio de alto padrão na zona Sul de Ribeirão Preto, os agentes prenderam o joalheiro e as investigações prosseguiram. O grupo já havia praticado outros roubos na cidade. Um dos integrantes do grupo de assaltantes, reconhecido pela vítima, também foi preso em setembro e a investigação prosseguiu.

