Tribuna Ribeirão
DestaqueJustiça

Juíza acata denúncia contra Bigodini

Big (Max Gallão Mesquita) e Big Detalhe
Justiça de Ribeirão Preto acatou denúncia contra o vereador Bigodini e a namorada dele: ambos viraram réus na esfera criminal (max Galão)

Agora, Bigodini e a namorada são réus e respondem a processo criminal; vereador corre o risco de perder definitivamente o mandato e ainda ser preso



A juíza Carolina Moreira Gama, da 1ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, acatou a denúncia feita pelo promotor Paulo Cesar Souza Assef, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), e pronunciou o vereador Roger Ronan da Silva (MDB), o Bigodini, de 33 anos, pelos crimes de embriaguez ao volante, falsidade ideológica e fraude processual. A decisão foi publicada nesta segunda-feira, 24 de novembro.

A namorada dele, a assistente social Isabela de Cássia de Andrade Faria, de 29 anos, também foi pronunciada por falsidade ideológica e fraude processual, além de favorecimento pessoal.

A partir de agora, ambos são réus e respondem criminalmente pelo acidente ocorrido na madrugada de 28 de setembro, na avenida do Café, na Zona Oeste.

Segundo manifestação da magistrada, a denúncia cumpre os requisitos legais de admissibilidade existindo indícios suficientes da autoria dos crimes pelos indiciados. A juíza deu o prazo de dez dias para a defesa do parlamentar e da namorada dele se manifestar. Ambos ainda podem recorrer em instâncias superiores em caso de condenação.

Vereador foi flagrado por câmeras de monitoramento dirigido em alta velocidade até bater de raspão em um poste e derrubar um coqueiro
 (Max Galão)

A Câmara de Ribeirão Preto também será comunicada sobre o pronunciamento do vereador. A denúncia foi formalizada na quarta-feira (19), após o promotor descartar a possibilidade de oferecer acordo de não persecução penal para o vereador e a namorada, medida que resultaria no arquivamento do inquérito policial.

Segundo o MP, o fato de ocupar uma cadeira no Legislativo Municipal torna inviável a oferta de um acordo. “Á época dos fatos, Roger Ronan ocupava o cargo de vereador nesta municipalidade, circunstância que lhe impunha o dever de preservar sua conduta social e reputação”, diz parte do documento enviado a Justiça de Ribeirão Preto.

O acordo de não persecução penal é uma medida alternativa prevista no Código de Processo Penal (CPC) para crimes cometidos sem violência ou grave ameaça, cuja pena mínima seja inferior a quatro anos. O objetivo é evitar o processo judicial tradicional, desde que o investigado se comprometa a cumprir certas condições para reparar o dano causado, e assim dar uma resposta mais rápida e efetiva à sociedade.

O barbeiro e infuenciador pode perder o mandato legislativo ficar inelegível por oito anos caso a Justiça de Ribeirão Preto acate a denúncia do Ministério Público e Bigodini seja condenado.

No dia 10 de novembro, a Câmara de Ribeirão Preto aprovou, por unanimidade, projeto de resolução do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que impõe pena de suspensão de seis meses – 180 dias – para Bigodini, sem a remuneração de R$ 20.597,25.

Ele se envolveu em acidente de trânsito na madrugada de 28 de setembro, na avenida do Café, na Zona Oeste.

A cerca de 60 km por hora, bateu em poste e derrubou um coqueiro. O processo na Câmara foi instaurado após o jornalista Rodrigo Leone da Silva impetrar pedido de cassação. 

Bigodini foi flagrado bebendo vodca, cachaça, uísque e cerveja antes de dirigir um Chevrolet Tracker a 183 km/h pelas vias da cidade, além de mentir para policiais militares. Somadas, as penas podem chegar a dez anos de prisão em caso de condenação.

Bigodini e a namorada dele: ambos viraram réus na esfera criminal

O casal não foi preso e acompanha o trâmite do processo em liberdade.

Segundo o delegado Gustavo André Alves, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) e responsável pelo indiciamento do vereador, as investigações reuniram diversas imagens de câmeras de segurança coletadas em diversos pontos por onde Bigodini e a namorada haviam passado naquela noite e madrugada que antecederam o acidente. 

Eles foram a diversos bares e a Polícia Civil conseguiu levantar o que ele consumiu.

Os vídeos foram submetidos à perícia comprovam que Bigodini estava ao volante do Chevrolet Tracker cinza alugado. O rastreamento foi possível porque o carro que Bigodini dirigia era alugado e monitorado por GPS. 

As imagens também mostram que o vereador dirigia o carro em altíssima velocidade.

À 1h32 de domingo, 28 de setembro, o carro dirigido pelo vereador Bigodini estava a 113 quilômetros por hora na avenida Presidente Vargas; à 1h52 , foi flagrado a 131 km/h na Maurílio Biagi; e às 2h06, manteve os 131 km/h na avenida Brasil. 

Às 2h08, estava a 165 km/h na Rodovia Anhanguera (SP-330), onde foi visto a 183 km/h às 3h19. De volta á avenida Brasil, às 3h57 estava a 133 km/h.

Às 4h29, na rua Florêncio de Abreu, dirigia a 72 km/h e passou no sinal vermelho; e, por fim, no momento do acidente na avenida do Café, estava a 66 km/h.

Segundo o mapa da Polícia Civil, que rastreou os passos do vereador e de sua namorada naquele último final de semana de setembro, antes da meia-noite de sábado (27) Bigodini havia consumido duas caipirinhas (uma de vodca e uma de cachaça) num bar da cidade.

Por volta de uma hora da madrugada de domingo, consumiu ao menos duas jack coke (mistura de uísque com coca-cola) numa casa de shows. Imagens do local mostram o vereador com andar cambaleante, sendo escorado por uma geladeira.

Ele ainda comprou três cervejas em duas lojas de conveniência de postos de combustíveis.

Após a repercussão do caso, Bigodini postou um vídeo postado nas redes sociais endereçado à população de Ribeirão Preto, em que dizia estar em tratamento, cuidando da saúde. O laudo apontou transtorno de estresse agudo, caracterizado por uma resposta emocional intensa a um evento traumático. Ele fiou quase um mês afastado por licença médica e chegou a ficar internado em clínica particular.

Postagens relacionadas

Congresso derruba vetos de Bolsonaro contra transparência em licitações

Redação

Nova pista leva Polícia a mudar foco de investigação no Caso Wesley

Luque

Governo anuncia nova política para desenvolvimento da indústria

Redação 2

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com