Rosemary Conceição dos Santos*
De acordo com especialistas, Germán Arciniegas (1900 -1999) foi um historiador, ensaísta, diplomata e estadista colombiano cuja longa carreira no jornalismo e no serviço público influenciou fortemente o desenvolvimento cultural de seu país no século XX. Suas contribuições no exterior como educador e diplomata desempenharam um papel importante na apresentação da história e da cultura hispano-americana contemporânea a norte-americanos e europeus. Arciniegas tornou-se uma figura proeminente na vida pública logo após sua formatura na faculdade de direito da Universidade Nacional da Colômbia, em Bogotá, em 1924. Ele contribuiu com ensaios para diversos jornais e revistas, fundando a revista Universidad (“Universidade”) em Bogotá, em 1928, e tornando-se diretor do jornal El tiempo (“O Tempo”) na mesma cidade, em 1939; contribuiu para este último até sua morte. Também atuante na área da educação, Arciniegas foi ministro da educação da Colômbia (1941–42 e 1945–46) e lecionou em diversas universidades nos Estados Unidos, incluindo a Universidade Columbia, na cidade de Nova York (1947–57).
Arciniegas publicou inúmeros volumes sobre diversos aspectos da cultura e história latino-americanas, que revelam suas percepções originais, bem como seu conhecimento enciclopédico. Obras como Biografía del Caribe (1945; Caribe, Mar do Novo Mundo) e El continente de siete colores (1965; América Latina: Uma História Cultural) apresentaram ao público internacional a visão panorâmica de Arciniegas sobre seu continente. Arciniegas foi nomeado embaixador da Colômbia na Itália em 1959 e, posteriormente, serviu em Israel, Venezuela e na Cidade do Vaticano. De 1979 a 1981, foi decano da faculdade de filosofia e letras da Universidade dos Andes, em Bogotá.
“Libertad y neofascismo en América Latina” foi um artigo de Arciniegas, publicado na revista francesa Problèmes d’Amérique latine (2017/3 N° 106-107), no qual o autor trata do seguinte contexto: em 1950, oito ou dez nações latino-americanas viviam sob ditaduras neofascistas, em grande parte inspiradas pela Espanha de Franco. O fascínio pelo comunismo entre as classes trabalhadoras latino-americanas sempre foi limitado. Mas, ao apoiar todas essas ditaduras, que se apresentavam como um freio à expansão soviética, os Estados Unidos, paradoxalmente, facilitaram essa expansão. Em meio à transformação resultante da crescente urbanização e industrialização, os países latino-americanos representam um enorme desafio para os Estados Unidos, que devem compreender que seu interesse estratégico reside no apoio a regimes democráticos e modernizadores nesses países.
Professora Universitária*




