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Brasil chega a uma década sem registros de raiva humana de origem canina

Vacinação em cães tem mostrado eficácia e engajamento de tutores (divulgação)

O Brasil completa uma década sem registrar casos de raiva humana causado por variante viral canina, sendo um marco histórico para a saúde pública. Esse resultado é fruto de campanhas de vacinação de cães e gatos, distribuição gratuita de imunizantes, fortalecimento da vigilância epidemiológica e resposta rápida a possíveis exposições.

Apesar do avanço, Laís Sampaio virologista e professora do curso de Medicina Veterinária da Estácio, alerta que o vírus continua circulando no ciclo silvestre, especialmente entre morcegos, o que mantém a necessidade de prevenção permanente.

“A raiva é uma doença infecciosa grave e de evolução aguda que afeta o sistema nervoso. Ela acomete todos os mamíferos, incluindo o ser humano, e é transmitida principalmente pelo contato com a saliva de animais infectados, geralmente por meio de mordeduras. Arranhaduras e lambeduras também podem transmitir o vírus, e já houve relatos de contágio por aerossóis em cavernas habitadas por morcegos, que são considerados reservatórios naturais do vírus, mantendo o ciclo silvestre da doença.

Existem mais de uma variante do vírus com circulação no Brasil, algumas delas associadas aos morcegos. Atualmente, no ciclo urbano da doença, cães e gatos tornam-se os principais transmissores, geralmente após contato com morcegos infectados. No ciclo rural, herbívoros domésticos, como bovinos e equinos, podem ser infectados, sendo um morcego hematófago, o Desmodus rotundus o principal vetor”, diz Laís.

A prevenção continua sendo o eixo central da estratégia nacional contra o vírus. “A vacinação é extremamente eficaz e fundamental, especialmente porque não existe tratamento efetivo após o início dos sintomas. Além de proteger o próprio animal, ela contribui para a segurança de toda a comunidade, contribuindo para a eliminação do ciclo urbano da raiva”, afirma a especialista.

De acordo com a professora, a imunização deve iniciar aos três meses de idade. Em cães e gatos, o reforço é anual. Já para os herbívoros domésticos, a vacinação torna-se compulsória em áreas onde há focos da doença ou risco epidemiológico.

Para a virologista, mesmo com os avanços, a atenção não pode diminuir. “A raiva segue sendo um problema de saúde pública por sua alta letalidade. A prevenção é sempre o caminho mais seguro. O controle depende de vigilância constante, vacinação antirrábica, educação em saúde, manejo do contato com animais silvestres e atendimento rápido das exposições humanas.

A vacinação de animais domésticos e a profilaxia pré e pós-exposição em humanos são as medidas mais eficazes para prevenir casos de raiva. Vale lembrar que os profissionais de saúde expostos ao risco têm o direito de receber a vacinação preventiva”, finaliza.

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