André Leite detalha divisão de trabalho no comando do futebol com Fillipe Soutto
Por Hugo Luque
Oriundo das categorias de base do Botafogo, o novo executivo de futebol do clube, André Leite, pretende revolucionar o trabalho de transição entre os juvenis e os profissionais. Na coordenação das camadas de juniores desde setembro de 2022, o novo dirigente da equipe principal quer olhar mais para o lado mental dos garotos que podem fortalecer o Pantera já ao longo da próxima temporada.
O primeiro desafio, logo de cara, é a Copa São Paulo de Futebol Júnior, que começa em 2 de janeiro. Com campanhas que chegaram ao mata-mata do principal torneio de base do país nas últimas duas edições, o Tricolor tem a missão de manter o bom rendimento de sua categoria sub-20 e preparar os futuros profissionais.
Leite acredita que o grande problema do futebol brasileiro na atualidade é a transição da base para o principal. Na visão do dirigente, parte fundamental deste processo é entender que, mesmo após a assinatura do contrato, os atletas mais jovens ainda estão em formação. Essa é a questão que o profissional busca solucionar.
“O que vamos fazer no Botafogo, a partir deste ano, é um trabalho diferente para esses meninos que estão em último ano. Eles vão ter complemento técnico, físico, comportamental e mental para entenderem o momento deles nessa equipe principal, para que consigam dar resposta.”
“O clube sempre vai querer ter atletas da base, porque são ativos que podem trazer condições financeiras boas para o clube. A gente vai aproveitar muito isso, mas eles têm de estar prontos e dar a resposta também. Vamos fazer todo o possível para aproveitar o máximo de atletas possível, mas dentro de um projeto que tenha condição de eles ficarem ali e que consigam dar resultado”, disse.
Durante a apresentação oficial de André Leite, outra questão levantada foi a divisão da diretoria. O comando, que antes era centralizado na figura de Toninho Cecílio – desligado do Botafogo na reta final da Série B do Campeonato Brasileiro –, agora será, de certa forma, partilhado entre ele, que é o executivo, e o gerente de futebol, o ex-volante Fillipe Soutto.
“Estou há 25 anos no futebol, então já vivi muita coisa. A gente acompanha futebol dia e noite, e não vejo problema nisso (dividir tarefas). É saber que o diretor executivo não é quem faz tudo. Ele é o maestro de uma orquestra e tem de fazer com que todos os setores toquem em harmonia. Esse é o objetivo aqui.
Temos um especialista em mercado, que é o Enory [Martins], temos o Fillipe com a experiência de vestiário, além de uma equipe de trabalho, uma comissão técnica competente que está chegando. Todos, juntos, vamos escolher os atletas e minimizar os erros para que a gente tenha um time mais forte, mais competitivo e que a gente consiga os objetivos que nós vamos traçar para a temporada de 2026”, concluiu.
Até o fechamento desta edição, o Bota oficializou as contratações do goleiro Jordan, do lateral-direito Jonathan e dos meio-campistas Everton Morelli, Matheus Sales e Rafael Gava. A estreia do Pantera no Campeonato Paulista está programada para 11 de janeiro, fora de casa, contra o Velo Clube.

