Era começo de junho de 2002, o Comercial disputava um jogo treino contra o Jaboticabal Atlético, se preparando para o Campeonato Brasileiro da Série C, quando o celular do repórter tocou. “O Diego, que foi campeão com a seleção brasileira em Toulon, está na cidade, cortando o cabelo. Vai lá!”, ordenou o diretor de jornalismo Eduardo Batista.
Ainda que naquele momento seu nome não fosse tão conhecido, a ocasião valia deixar o jogo-treino para não perder o ‘furo’ – que viria a ser a primeira aparição do meia Diego Ribas como profissional em Ribeirão Preto.

Diego Ribas e Djenane, em 2002 e hoje
Revelado pelo Comercial, que deixou com apenas 11 anos de idade para se transferir para o Santos, Diego havia acabado de conquistar com a seleção brasileira o Torneio Sub-21 de Toulon, tendo sido considerado a mais jovem revelação do campeonato.
Pelo Santos, então com apenas 17 anos, já fazia parte do elenco de profissionais, tendo disputado 15 partidas e marcado cinco gols. De Pelé, ouviu que estava no caminho certo. “Mas ainda é só o começo, é preciso sempre manter a humildade”, contou Diego, ao lado da irmã Djenane.
O jogador afirmou que tinha propostas do exterior, mas considerava que não era o melhor momento para deixar o país. “Pretendo disputar esse Campeonato Brasileiro pelo Santos. Depois acho que é a hora certa para sair do país”.
E fez muito bem! Naquele mesmo ano, Diego Ribas conquistaria o título brasileiro pelo Santos. Ao lado de jovens como Robinho, liderou o Peixe ao título e tornou-se o campeão nacional mais novo da história, sendo também o vice-artilheiro da equipe com 10 gols e eleito para a seleção do campeonato.
Antes da conquista, em Palma Travassos, fez um dos gols santistas na goleada sobre o Comercial, por 5 x 0, em amistoso em 2002. Aliás, sobre o Leão do Norte, o meia não escondeu as boas lembranças. “Foi onde tudo começou e isso tem um valor muito grande na minha carreira”, completou.
Craque posou para fotos ao lado da irmã

Após a entrevista, concedida no salão do cabelereiro João Luiz, Diego e irmã Djenane posaram para foto. Na época, a máquina Sony Mavica (que gravava imagens em disquetes), precursora da fotografia digital chamou a atenção dos irmãos, porque mostrava no visor, instantaneamente, a foto capturada – uma grande inovação para a época.
“Pelos nossos rostos na imagem dá para ver como tudo era muito novo para nós. A gente não imaginava tudo que viria pela frente depois dessas imagens. Muito legal relembrar”, recorda Djenane.
João Luiz atende Diego desde os oito anos
O cabelereiro João Luiz tem um dos principais salões de Ribeirão Preto. Por suas mãos já passou muita gente, que mais de uma renovada no visual ganharam um amigo e bons momentos de conversa.
Diego Ribas é um exemplo. João Luiz atende o craque desde a infância, quando ainda precisava de uma almofada para alcançar a altura na cadeira do cabelereiro.
“Quando a mãe o trouxe pela primeira vez, ele tinha uns oito anos. Menino muito educado, desde pequeno, muito simples e assim cresceu. O sucesso veio, mas não o abalou”, conta João Luiz.
Por conta do assédio dos fãs, o salão teve que montar um esquema especial para atender o cliente famoso. “Teve um dia que tivemos que fechar para poder atendê-lo, por conta da tietagem. Depois disso, passei a receber o Diego aos domingos”, conta João Luiz.

