Tribuna Ribeirão
Artigos

A Colômbia e sua Literatura (54): Alfredo Iriarte

Rosemary Conceição dos Santos*

 

De acordo com especialistas, Alfredo Iriarte (1932 – 2002) foi um escritor e cronista colombiano de Santa Fé de Bogotá. Menino, completou o ensino fundamental e médio no Gimnasio Moderno, onde publicou seus primeiros artigos na revista El Aguilucho. Posteriormente, ingressou na Universidade del Rosario, onde estudou Direito por alguns semestres. Trabalhou para a Frota Mercante Grancolombiana e para a Seguros Bolívar, chegando ao cargo de vice-presidente. Paralelamente ao trabalho executivo, dedicava suas noites à escrita. Dessa forma, tornou-se um notável estudioso de línguas e história.

Atuando por vários anos como diretor do Instituto de Cultura Hispânica, Iriarte escreveu a coluna “Rosario de Perlas” para o jornal El Tiempo durante 15 anos. Por meio dessa coluna, além de se consolidar como um escritor renomado, ele combateu incansavelmente os barbarismos e serviu como fonte de referência para estudantes e estudiosos da língua espanhola. Ademais, foi um forte defensor, perante as instituições acadêmicas, da inclusão de expressões idiomáticas e termos de uso popular nos dicionários.

Suas obras abrangem uma ampla variedade de gêneros: crônicas históricas, peças satíricas e escritos com personagens e situações fantásticas. Ele também se destacou como um perspicaz escritor sobre costumes e tradições locais. Como cronista e figura literária, era conhecido por seu estilo humorístico e sarcástico, e por sua linguagem rica e precisa. Além de trabalhar para El Tiempo, colaborou com outras publicações como El Espectador , Diario de Caribe , El Mundo , El País , Dinners e Cambio 16 .

Entre seus livros, encontram-se “Lo que lengua mortal decir no pudo” (1979), “Bestiario tropical” (1986), “Episodios Bogotanos” (1987), “Espárragos para dos leonês” (1999), “Cazuela de narraciones estrambóticas” “Crónicas descomedidas”, “Batallas y batallitas en la historia de Colombia” (1993), “Abominaciones y denuestos” (1994), “Muertes Legendarias” (1996), “El jinete de Bucentauro (2000), seu último romance.

Um teto do autor? Recordamos um sobre as cartas de amor que escrevem os grandes escritores do mundo: “La clave del fenómeno es clara: cuando escriben los primeros, saben que lo están haciendo para la persona amada y a la vez para el respetable público; en cambio, cuando producen las segundas, piensan que solo el objeto de su adoración las va a leer. En otras palabras, para escribir los primeros, se visten y acicalan con la máxima elegancia, en tanto que dan curso a las segundas en pijama y pantuflas o en pelota. He ahí el secreto. Por eso las cartas de amor tienen casi siempre el encanto de lo espontáneo y muy pocas veces el de lo literario. Y de ahí el problema de los personajes de renombre. Que por lo regular no se cuidan de exigir a los destinatarios de sus cartas amorosas. Que tomen todas las precauciones necesarias para que nunca sean publicadas como reliquias o curiosidades”.

Traduzindo: “A chave para o fenômeno é clara: quando escrevem cartas de amor, sabem que o fazem para a pessoa amada e também para o público em geral; já quando escrevem cartas de amor, pensam que apenas o objeto de sua adoração as lerá. Em outras palavras, para escrever cartas de amor, vestem-se e se arrumam com a máxima elegância, enquanto escrevem cartas de amor de pijama e chinelos ou completamente nus. Aí reside o segredo. É por isso que as cartas de amor quase sempre têm o encanto da espontaneidade e muito raramente o da literatura. E daí o problema para figuras renomadas, que geralmente não exigem que os destinatários de suas cartas de amor tomem todas as precauções necessárias para garantir que elas nunca sejam publicadas como relíquias ou curiosidades”.

Em 1º de dezembro de 2002, faleceu na capital colombiana devido a um problema cardíaco.

 

Professora Universitária*

Postagens relacionadas

A tragédia oculta da violência contra crianças no Brasil 

Redação 2

Parlamentarismo, uma sombra no horizonte 

Redação 2

O Uruguai e sua Literatura (20): Jesús Alberto Moraes e Jorge Majfud

Redação 1

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com