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A Colômbia e sua Literatura (57): Germán Castro Caycedo

Rosemary Conceição dos Santos*

 

De acordo com especialistas, Germán Castro Caycedo (1940 – 2021) é um jornalista e escritor colombiano de escritos caracterizados por relatos testemunhais da realidade colombiana. Com seu programa de televisão “Enviado Espacial” (exibido por dezesseis anos), tornou-se o primeiro jornalista a dirigir e apresentar o primeiro programa jornalístico na televisão colombiana produzido fora de um estúdio, com reportagens investigativas e aprofundadas.

A partir de 1962, ele atuou na mídia, onde se destacou como correspondente, repórter e colunista, demonstrando notável capacidade de pesquisa, consciência social e um grande interesse em apresentar e analisar diversas perspectivas. Iniciou sua carreira jornalística como correspondente especial da revista madrilenha El Ruedo (1962), como editor do jornal La República em Santafé de Bogotá (1966) e como repórter e colunista do jornal El Tiempo (1967). Ao longo de sua carreira, recebeu dez prêmios nacionais de jornalismo e vários internacionais, como o Prêmio SIP-Mergenthaler (da Associação Interamericana de Imprensa) e o Grande Prêmio de Reportagem Testemunhal na Bienal de Televisão de Berlim, Prix Futura. Considerado, juntamente com Plinio Apuleyo Mendoza, uma das figuras de proa do jornalismo colombiano contemporâneo, seu primeiro livro, Colômbia Amarga (1976), marcou o surgimento de um escritor de prosa rigoroso que, um quarto de século depois, já havia publicado quatorze títulos. Nove deles foram compilados em três volumes de Obras Completas (1997, 1999 e 2000).

Entre suas obras, algumas traduzidas para diversos idiomas, destacam-se: Perdido na Amazônia (1978), Do ELN ao M-19: Onze Anos de Luta de Guerrilha (1980), Deixo Minha Alma ao Diabo (1982), El Karina (1985), O Buraco (1989), O Cachalandrán Amarelo (1989), O Furacão (1991) e A Bruxa (1994). A esses títulos podemos acrescentar Em Segredo (1996), O Maçarico (1996), A Noite das Lanças (1999) e Candelária (2000), em que o autor se volta para um estilo puramente narrativo. Posteriormente, apresentou seu programa de televisão “Temas y Tomás”, que substituiu “Enviado Especial”.

Perdido no Amazonas é uma reportagem que foi conseguida depois de oito meses de pesquisa sobre um caso real. Não foram mudados nomes de pessoas nem de lugares, assim como datas e situações foram conservadas, tais quais os protagonistas relataram diante de um gravador, ou como aparecem nos arquivos oficiais. É a história do ex-marinheiro Julián Gil Torres, um homem lendário, que logo após ter feito contato com uma tribo até hoje desconhecida, desapareceu no coração da selva. A parte principal do relato foi feita por seu irmão Efraín, um narrador brilhante, que consegue apresentar toda a magia de um lugar desconhecido, como é a selva, através da vida de Julián.

Vale conferir.

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