Tribuna Ribeirão
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A escumalha parlamentar na fase pré-natalina

Feres Sabino *


advogadoferessabino.wordpress.com


Final de ano com um governo federal auspicioso, seja pela presença internacional, seja pela economia que vai bem, pois, a inflação está menor, o número de carteira assinada é muito maior, e a reconstrução nacional está indo muito bem, apesar da escumalha minoritária do Senado Federal e da escumalha majoritária da Câmara dos Deputados.

Escumalha como sinônimo de ralé ética e política.

O que enfurece a escumalha não é o bolsonarismo a descoberto, que seguramente é colocado em algum plano inferior, pois, na verdade o que essa trupe defende é a “corrupção legalizada” das emendas parlamentares, que já fez três deputados processados e oitenta outros sob investigação.

Enquanto tantos se olham como eventuais investigados, formando a maioria em defesa própria de um perigo futuro, que pode afastá-la das mamas leitosas do tesouro público.

 A situação revelou-se tenebrosa, quando o governador Tarcísio liberou seu “cão de guarda”, que era seu então Secretário de Segurança, o tal Derrite, que nada entende de segurança pública, nem é o jurista que gostaria de sê-lo.

Em três horas apresentou um Relatório para destroçar o projeto do governo sobre segurança pública, que durara meses de elaboração coletiva, e tentando destruir a Polícia Federal.

Ela que entrara na investigação do metanol,mesmo Tarcísio declarando precocemente que a Organização Criminosas, o PCC, nada tinha a ver com a tal intoxicação. Etambém a PolíciaFederal fizera a investigação reveladora dos bilhões e bilhões movimentados pela corrupção, na intimidade da gloriosa e glamorosa Faria Lima, seu poder econômico e político, símbolo da dinheirama paulista e brasileira, inclusive e particularmente a dinheirama podre.

Destruir a Polícia Federal, que eles queriam fosse praticamente Estadual, mediante prévio aviso de sua atuação ao governador, ou que esse a requisitasse, uma proposta infantil de compadrismo criminal, é proporcional, na sua pequenez à ideia dada pelo governador Tarcísio ao STF, para que libertasse o ex-Presidente, condenado e inelegível, para ele tratar do tarifaço junto ao governo norte-americano.

Uma ideia raquítica e despropositada que só cabe na cabeça oca de quem desconhece o diálogo federativo, cuja harmonia não exclui nem a discordância e nem o debate entre os Poderes da República. O governo federal cumpriu seu papel de defender a dignidade e a soberania nacional.

Que contraste! 

Enquanto a Câmara Federal é presidida por essa “criança” medrosa e codependente de Artur Lira, assessorado pelo clandestino e egresso do sistema penitenciário, Eduardo Cunha, cuja filha é deputada federal.

Também essa parceria é secundada pelo Alcolumbre como Presidente do Senado, que resolveu se vingar do governo federal, punindo o Brasil, com escandaloso e inoportuno comprometimento do orçamento até 2030, em 100 (cem) bilhões. Mas, láno Amapá ele faz discurso, em palanque, elogiando o Presidente Lula e sem economizar adjetivos.

O medo de perder a eleição dos comparsas locais é maior do que a desaparecida coerência.

A dignidade do Congresso Nacional exige uma limpeza ética-política, pelo voto consciente, para o qual cada um de nós contribui, desde hoje, contando para todos o que o disparate, animado pela corrupção legislativa, estimula até violência física para sua manutenção.

A nova prática, para salvaguarda os parlamentares, investigados ou processados ameaça o Ministro do Supremo que manda investigar, como se a cidadania tivesse o poder de escolher o Juiz e o Promotor que devem presidir em seu próprio processo de corrupto deslavado.

Mas tem o requinte guardado para o final. O Presidente da Câmara ajudou o condenado judicial Ramagem a fugir para os Estados Unidos, enquanto a tal Comissão de Ética rejeita a cassação do deputado que traiu e trai o Brasil, trabalhando pela tarifaço e pelas sanções contra nossas autoridades, financiados por dinheiro público. E, ainda, a proteção e o dinheiro do gabinete da deputada, que cumpre pena na Itália, e não é cassada por essa Câmara Federal.

Todos esses condenados, vivendo e traindo no exterior, estavam sendo financiados com o dinheiro público.

Como combater o crime organizado com a deletéria influência de governadores que aderem à violência. E ainda boicotam a coordenação das informações, entre os Estados, como o bombardeado projeto do governo, que daria mais eficiência ao combate das organizações criminosas, pretendendo retirar competências constitucionais da Polícia Federal, enfraquecendo-as?

Legislativamente, lá no federal, mas com os reflexos perniciosos da imitação impune, vivemos sob a sombra do que há de pior especialmente na vida político-partidária, sediado na Câmara do Deputados amamentados pelas emendas parlamentares.



* Procurador-geral do Estado no governo de André Franco Montoro e membro da Academia Ribeirãopretana de Letras

 

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