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A formação universitária sempre terá relevância!

Foto: Arquivo

José Eugenio Kaça *
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A evolução do ser humano, só foi possível por conta do aprendizado e do conhecimento acumulados, que as gerações pregressas transferiram para as gerações posteriores. E estas tradições e conhecimentos prepararam as novas gerações através da educação. Acontece que no seu âmago os seres humanos conservam o desejo do aprendizado, e a cada nova geração, novos aprendizados vão sendo implementados, porém, as angústias que o ser humano carrega internamente não encontraram as respostas no ambiente terreno, e precisou procurar no infinito do Cosmo as respostas para as suas inquietudes internas, pois era algo que podia sentir, mas não pode tocar, e essa força invisível ao invés de aproximar os seres humanos criou um abismo marcado pela segregação, e com isso a solidariedade que foi fundamental para a sobrevivência no inicio da vida terrena foi perdendo a eficácia, e o individualismo passou a ser a forma da convivência humana.

A educação sempre foi a ferramenta usada para a evolução do ser humano. Os países que lideram as fronteiras tecnológicas, conseguiram esta liderança investindo maciçamente em educação, da educação básica a universidade, formando técnicos em todas as áreas do conhecimento humano, pois só o conhecimento engrandece as relações humanas.

Entretanto, no Brasil, a educação vem sendo maltratada há décadas, principalmente a educação básica pública, que quando era frequentada pelas classes abastadas era de excelência, mas,devido aos acordos financeiros que o governo brasileiro fez como Tio Sam, para expandir a educação básica para toda a população, a excelência saiu pela porta, junto com os alunos das classes abastadas, e de lá para cá a qualidade, com raras exceções, nunca mais voltou.

Apesar de o Brasil ter os maiores teóricos do mundo em educação básica, suas pedagogias não são reconhecidas e nem têm relevância para os burocrátas que ditam as regras nas secretarias de Educação, às vezes resolvem incluír nos currículos escolares algum autor da pedagogia progressista, mas tomando o cuidado para que não seja aplicado os seus ensinamentos na integra, apenas usam a nomenclatura como chamariz, mas deturpam intencionalmente para dizer que não dá certo. Nos anos 1980/90, com o rebaixamento da qualidade, para atender os acordos, que previa a expansão do número de matrículas, que estava diretamente ligada ao recebimento de verbas internacionais, aí o hospício se instalou. Como não havia escolas suficientes, o jeito foi acomodar os alunos em cinco turnos ininterruptos de três horas, uma maravilha pensada por cérebros desprovidos de humanidade.

A Progressão Continuada, um conceito apresentado por Paul Langevin e Henri Wallon, educadores franceses em 1947, que previa o ensino em ciclos, para que os alunos com dificuldades tivessem mais tempo para desenvolver as competências necessárias, e com isso evitar a chaga da repetência. No Brasil, o Educador Paulo Freire iniciou entre 1989 e 1991, as discussões com toda a Rede municipal da cidade de São Paulo, realizando plenárias nas escolas, para debater o tema da Progressão Continuada.

O Governo estadual, resolveu em 1998, implantar na Rede estadual o ensino em ciclos, entretanto, deturpou totalmente o Programa, pois ao invés da Progressão Continuada, a Secretaria de Educação do Estado, implantou a promoção automática, deixando os alunos sem acompanhamento, e fazendo avaliações a cada quatro anos – destruíram o sonho de se acabar com a repetência, pois a maioria dos alunos chegavam a 4ª série analfabetos. Fizeram o serviço porco, e culparam a Progressão Continuada.

O tempo passa e as coisas não mudam. O Projeto das escolas PEIs está indo pelo mesmo caminho. Os países que dominam as novas fronteiras tecnológicas, investem em educação de qualidade da educação infantil até a universidade, e estão colhendo os frutos. A China, que está na vanguarda tecnológica, forma por ano mais de um milhão de engenheiros. Enquanto isso no Brasil, o pretendente ao cargo de Presidente do Brasil, que é governador do Estado mais rico do País, afirmou em uma entrevista, que diploma não serve para nada, que o mercado quer saber se você se comunica bem, está tudo resolvido, mas a realidade mostra outra coisa. Quem tem um diploma universitário ganha até 148%, do que aqueles que só têm o ensino médio. As operações da Polícia Federal e do Ministério Público está mostrando o resultado das habilidade de saber enganar.

* Pedagogo, líder comunitário e ex-conselheiro da Educação

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