O presidente da ONG Arco-Íris de Ribeirão Preto, Fábio de Jesus, participará de reunião com o comandante do Comando de Policiamento do Interior-3 (CPI-3), coronel Rodrigo Quintino, para cobrar da Polícia Militar providências no caso que envolve a morte de Bruno Ferreira dos Santos, de 27 anos, devido a um tiro no peito disparado por um policial militar.
Bruno Santos vivia em situação de rua e foi morto em confronto com policiais militares na tarde de 5 de outubro, um domingo, no Centro de Ribeirão Preto. Segundo Fábio de Jesus, Santos era assistido pela Arco-Íris e sempre foi uma pessoa tranquila.

“Nunca roubou, nunca mexeu com ninguém, nunca bateu em outra pessoa. Era usuário (de droga), mas nunca atentou contra ninguém. Nós fazíamos atendimento do Bruno”, revela o presidente da ONG. Ele pretende apresentar uma pauta de reivindicações para o comandante regional da Polícia Militar.
Em relação ao caso Bruno Ferreira dos Santos, Fábio de Jesus diz que vai pedir providências, indagando se foi instaurado um inquérito administrativo e se os policiais foram afastados. O presidente da associação também disse que vai pedir para que sejam revistas abordagens policiais – Jesus as considera violentas.
Ele cita o caso de travestis e transexuais que fazem ponto próximo à antiga fábrica da Antarctica, na Vila Tibério, Zona Oeste. Uma testemunha, que vai participar da reunião com o coronel vai falar sobre a abordagem violenta dos policiais militares naquela região.

“Também vou propor que seja feita uma capacitação para abordar a população LGBTQIA+ e outros grupos vulneráveis na cidade, como pessoas em situação de rua”, afirma. O vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) subseção Ribeirão Preto, Douglas Campos Marques, também vai participar da reunião.
Ele diz que preocupam os casos de letalidade policial na cidade. “Em menos de um mês, foram cinco casos. Tanto no caso do Bruno, quando no caso de ontem [13 de outubro], a tal da arma de choque não foi suficiente para parar o cara. Estou muito preocupado com isso. Não tem cabimento”, avalia o advogado criminalista.
A reunião será realizada nesta quarta-feira, 15 de outubro, na sede do CPI-3, à avenida Cavalheiro Paschoal Innechi, no Jardim Independência, Zona Norte. Também devem participar a Comissão de Direitos Humanos da OAB Ribeirão Preto, a ONG Vitória Régia e representantes do Conselho Municipal da Diversidade Sexual, entre outros órgãos.
Entenda o caso – Bruno ferreira dos Santos, de 27 anos, morreu baleado com tiro no peito, em 5 de outubro, após resistir à abordagem, apesar de estar desarmado. Ele foi abordado na esquina das ruas General Osório e Amador Bueno, e no cruzamento com a São Sebastião, no Centro de Ribeirão Preto. Os policiais alegam legítima defesa e dizem que o andarilho desarmou um deles durante embate corporal – a arma caiu no chão.

