Por: Adalberto Luque
Um advogado foi alvo de um atentado, na manhã deste sábado (16). Ele seguia com seu carro, um Renault Clio pela rua Alfredo Poggi, Parque dos Servidores, zona Leste da cidade, quando tudo aconteceu.
Um Toyota Yaris fechou o carro conduzido pelo advogado e dois homens, encapuzados, desceram e passaram a disparar contra o carro. O advogado conseguiu fugir de ré.
O carro foi atingido por vários tiros. Outro carro, que estava circulando pela rua, também foi atingido, mas ninguém se feriu. O advogado seguiu para a Central de Polícia Judiciária (CPJ), no Centro, onde registrou a ocorrência.
Os atiradores fugiram após a tentativa de homicídio. Peritos estiveram no local e recolheram 23 cápsulas de pistola automática. O caso é investigado pela Polícia Civil.
A principal suspeita é que tenha ligação a um duplo homicídio ocorrido em Jardinópolis, em outubro de 2024. Na ocasião, Rogério Salomão e a advogada Lilian Cláudia Jorge foram mortos por disparos num imóvel de propriedade da família de Salomão e que seria alvo de disputa por herança. O advogado vítima do atentado defende dois dos réus no processo que corre em segredo de Justiça.
Os acusados do crime foram um irmão de Rogério, um sobrinho e um funcionário. Os três estão foragidos. O presidente da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Ribeirão Preto, Paulo Martins Cazon, informou que a OAB repudia e acompanha o caso.
Ele também disse que o advogado defende dois dos réus no caso de Jardinópolis e acredita que este tenha sido o fator que motivou o ataque. A OAB acompanha as investigações e convocou uma entrevista coletiva para esta segunda-feira (18), às 16h00, na sede da entidade.
Entenda o caso
No dia 30 de outubro de 2024, Rogério Salomão e Lilian Jorge foram até um imóvel de propriedade da família Salomão, onde antes funcionava um supermercado. O imóvel estava fechado e é alvo de disputa por herdeiros.
Rogério combinou com um dos irmãos para entregar um documento formalizando a desocupação e entrega das chaves. Esperaram por 15 minutos do lado de fora, até que um carro chega e um homem desce.
A Polícia Civil apurou que, logo que entraram no imóvel, Rogério e Lilian entregaram o documento ao sobrinho Bruno Carlos Orioli, filho de Carlos Salomão. Pouco depois Carlos chegou acompanhado do funcionário Wagner Queiroz do Nascimento.
Eles entraram no imóvel e, pouco depois, diversos disparos de armas de fogo foram feitos contra Rogério e Liliam. Em seguida, os atiradores fugiram do local.
Rogério e Lilian ainda foram socorridos, mas morreram no hospital. A Polícia Civil concluiu que o imóvel era alvo de disputa por herança e indiciou Carlos, Bruno e Wagner. Eles nunca foram capturados e seguem foragidos. O caso segue em segredo de Justiça.