O arroz e feijão estão perdendo cada vez mais espaço na mesa dos brasileiros em função do aumento das exportações destes produtos e suas matérias-primas, além da diminuição das importações desses itens, motivadas também pela mudança na taxa de câmbio que provocou a valorização do dólar frente ao real.
Somando-se ao câmbio competitivo, há a conjunção de quebra de safra e o crescimento da demanda interna impulsionada pelo covid-19, que trouxe maior consumo de produtos básicos – tanto pelo auxílio emergencial quanto o deslocamento do consumo fora de casa para dentro do lar.
O Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA) está controlado porque, no acumulado do ano, itens como os transportes, combustíveis e recreação estão com deflação, já a habitação, por sua vez, está com acumulado de apenas 0,76%.
Mas esta não é a realidade do grupo dos alimentos, que possuem grande importância na composição do orçamento familiar. O feijão e o arroz, por exemplo, estão respectivamente com inflação acumulada em 23,1% e 21,1% em 2020.
Está cada vez mais difícil para o consumidor comprar os itens que costumeiramente eram os primeiros a entrar no prato do brasileiro. O arroz, feijão, leite e óleo de soja, por exemplo, estão com aumento acumulado médio em 18,85% no ano, número quase quatro vezes maior que o índice geral de preços dos alimentos (5%).
A Associação Paulista de Supermercados (Apas) tem reforçado, desde o início da pandemia, para que os supermercados associados não aumentem suas margens de lucro e repassem aos consumidores apenas o aumento proveniente dos fornecedores, de modo que seja possivel assegurar o emprego dos colaboradores e garantir que a população tenha alimentos de qualidade à disposição.
Assim como Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e as demais 26 associações estaduais afiliadas à entidade que representa o setor supermercadista nacionalmente, a Apas recomenda aos supermercadistas que continuem negociando com seus fornecedores.
Orienta ainda que comprem somente a quantidade necessária para a reposição, bem como ofereçam aos seus consumidores opções de substituição aos produtos mais impactados por esses aumentos provenientes dos fornecedores de alimentos.
Acontece nesta quarta-feira, 9 de setembro, às 14 horas, em Brasília, uma reunião da presidência da Abras com a equipe econômica do governo. O assunto é a elevação dos preços de produtos básicos. A alta de itens como arroz, farinha de trigo, açúcar, frango, carne bovina, suína e óleo de soja já supera os 20% nos últimos nove meses até agosto.