Ribeirão Preto já soma 1.742 ataques de escorpião neste ano, contra 1.502 de 2024 inteiro; são 240 a mais e crescimento de 15,98%
Ribeirão Preto soma 1.742 ataques de escorpião em onze meses deste ano, média de um caso a cada quatro horas e meia, segundo dados do painel da Secretaria Municipal da Saúde.
O número já é 15,98% superior as 1.502 ocorrências de 2024 inteiro, 240 a mais. Em comparação com os 1.365 do mesmo período de 2024, são 377 a mais e crescimento de 27,62%.
Aumentou na passagem de outubro para novembro, de 183 para 211 – recorde desde os 235 de outubro de 2023. São 28 a mais e alta de 15,30%. A cidade ainda registrou 147 ocorrências em janeiro, 197 em fevereiro, 192 em março, 129 em abril, 114 em maio, 115 em junho, 134 em julho, 146 em agosto e 174 em setembro.
Na comparação interanual, entre os meses de novembro, são 22 a mais em 2025, alta de 11,64%, passando de 189 em 2024 para 211 em 2025. Entre 1º de janeiro e 31 de dezembro do ano passado, a Divisão de Vigilância Epidemiológica do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) registrou 1.502 ataques de escorpião em Ribeirão Preto (quatro por dia), contra 2.037 de 2023. São 535 a menos e queda de 26,26%. Ribeirão Preto encerrou 2023 com recorde absoluto de ocorrências envolvendo ataques de escorpião.
Pela primeira vez, o total superou a barreira de dois mil casos. A média ficou em cinco por dia. Foram 1.808 em 2022, alta de 12,67% no ano seguinte e 229 a mais.
Em 2021 foram 1.639. No ano passado foram 144 em janeiro, 105 em fevereiro, 148 em março, 98 em abril, 85 em maio, 88 em junho, 105 em julho, 101 em agosto, 134 em setembro, 168 em outubro, 189 em novembro (recorde de 2024) e 137 em dezembro.
Desde 1º de janeiro de 2020 e até o último dia 30 de novembro foram registrados 10.396 casos em Ribeirão Preto. Junho, julho e dezembro de 2014 e fevereiro e abril de 2018 são os períodos mensais com menos ocorrências: seis em cada.
O ano com menor número de ataques foi 2014, com 128, seguido por 2013, com 144. Em 2020, o primeiro ano da pandemia de coronavírus, foram 1.668, quando muita gente ficou em casa por causa dos lockdowns. Em 2019 ocorreram 1.534.
Desde 2012 – Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e da Devisa. Desde 2012, Ribeirão Preto já registrou 13.833 ocorrências envolvendo escorpiões, duas por dia. Porém, até 2019, quando foram constatados 1.534 casos, não havia ultrapassado a barreira dos três dígitos.
Mortes – Ribeirão Preto fechou 2023 com duas mortes por ataque de escorpião. Um menino de seis anos morreu em 19 de agosto, após ter sido picado por um escorpião dentro de seu quarto, na cama, na Vila Carvalho, Zona Norte da cidade. Um mês antes, em 19 de julho, uma menina de quatro anos morreu após ataque no Jardim Jandaia, na mesma região.
Em treze anos, foram constatados, em Ribeirão Preto, seis óbitos em decorrência de picadas de escorpião: um em 2018, outro em 2020, dois em 2021 e dois em 2023.
Protocolo – A prefeitura de Ribeirão Preto, por meio da Secretaria Municipal da Saúde atualizou o protocolo para atendimento a vítimas de acidentes com escorpiões. A partir de agora, crianças de zero a 10 anos têm acesso direto ao Hospital das Clínicas – Unidade de Emergência (HC-UE) para avaliação imediata e possível administração de soro antiescorpiônico.
Para pacientes acima de 11 anos, a orientação permanece a de procurar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima para avaliação inicial. Somente casos classificados como moderados ou graves, após avaliação médica nas unidades, serão encaminhados ao HC-UE caso haja necessidade de tratamento especializado ou uso de soro.
Mais comum – A espécie de escorpião mais comum nas cidades é a “Tityus serrulatus”, conhecido como “escorpião amarelo”. Trata-se de um tipo urbano, frequentador de esgotos ou redes pluviais, e considerado o mais perigoso da América Latina. Para não correr risco de morte, a pessoa tem de ser atendida em, no máximo, quatro horas. É preciso tomar soro contra o veneno e analgésico para aliviar a dor. O clima úmido e quente é ideal para o aparecimento destes animais, que se abrigam em esgotos e entulhos.
Eles habitam o meio urbano e se alimentam principalmente de baratas, portanto, são comuns também em locais próximos a áreas com acúmulo de lixo. Escondem-se em calçados e sobem em camas.
O balanço dos ataques em RP
Ataques em 2012 – 158
Ataques em 2013 – 144
Ataques em 2014 – 128
Ataques em 2015 – 267
Ataques em 2016 – 241
Ataques em 2017 – 150
Ataques em 2018 – 815
Ataques em 2019 – 1.534
Ataques em 2020 – 1.668
Ataques em 2021 – 1.639
Ataques em 2022 – 1.808
Ataques em 2023 – 2.037
Ataques em 2024 – 1.502
Ataques em 2025 – 1.742*
Total de ataques: 13.833 *
Onze meses
Fonte: Sinan Net e Divisão de Vigilância Epidemiológica

