Tribuna Ribeirão
Geral

Bambi está a caminho de santuário

ALEXANDRE GOUVÊA/ARQUIVO PESSOAL

Depois de uma semana de preparação e muito trabalho, e após dois dias de resistên­cia, a aliá Bambi, de 58 anos, quatro toneladas e três me­tros de altura, deixou o Bos­que e Zoológico Municipal Doutor Fábio de Sá Barreto a caminho do Santuário de Ele­fantes do Brasil, localizado na Chapada dos Guimarães, no Estado do Mato Grosso.

A viagem de aproximada­mente 35 horas começou no final da tarde desta quinta­-feira, 24 de setembro. A dis­tância entre Ribeirão Preto e a Chapada dos Guimarães é de 1.250 quilômetros. A ope­ração para acomodar Bambi na caixa especial em que está sendo transportada começou na terça-feira (22) e a segun­da foi realizada na quarta-fei­ra (23), ambas sem sucesso.

Por isso, as equipes técni­cas do Santuário dos Elefantes e do zoo municipal decidiram mudar de estratégia. Ontem, com Bambi já adaptada ao compartimento, a viagem teve início. Em entrevista coletiva, o chefe do Bosque Fábio Barreto, o zootecnista Alexandre Gou­vêa, diz que a elefanta vai fazer muita falta.

“Bambi chegou ao bos­que há seis anos e nós trata­mos dela com muito carinho e atenção. Todos sentiremos saudade de Bambi”, disse. Durante a viagem, um ve­terinário acompanha a aliá. Segundo o biólogo do San­tuário dos Elefantes, Daniel Moura, a transferência foi possível porque a elefanta se sentiu confortável na caixa, que tem 18 janelas.

A equipe do santuário, li­derada pelo biólogo, chegou a Ribeirão Preto para iniciar o processo de adaptação. A equipe conta com biólogos, veterinários e técnicos. Den­tro da caixa de transporte o elefante não pode girar e nem se deitar. Porém, os técnicos garantem que é “bem confor­tável” para o animal.

Atualmente, o Santuário dos Elefantes abriga quatro aliás asiáticas. Bambi será a primeira indiana. A logística começou a ser preparada há quase um mês, logo após o Tri­bunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) autorizar a transferên­cia de Bambi. Sem os recursos necessários para bancar a via­gem, o santuário promoveu, pela internet, a campanha de­nominada “Bambi vem para a manada”. Conseguiu arrecadar R$ 50 mil, quantia suficiente para o traslado da aliá.

Em 18 de agosto, o de­sembargador o TJ/SP Roberto Maia concedeu liminar que autorizou a transferência de Bambi para o Santuário dos Elefantes. A decisão atendeu a um agravo de instrumen­to interposto pelo Fórum Nacional de Proteção e de Defesa Animal em ação ci­vil pública movida contra a prefeitura de Ribeirão Preto e Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sima).

Em primeira instância, o Judiciário negou a transferên­cia. A aliá indiana Bambi che­gou ao Bosque Fábio Barreto em 23 de julho de 2014. Veio do zoológico municipal da ci­dade de Leme (SP) por deter­minação da antiga Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

Na época, a pasta consi­derou o local e o espaço em que ela vivia inadequados. Antes, pertencia ao Circo Stankowich. Com quatro toneladas e três metros de altura, tem 58 anos, é cega do olho esquerdo e tem difi­culdade de mastigação (des­locamento de retina bilateral, catarata bilateral e lesão ós­sea crônica inflamatória em membro posterior direito).

No começo de julho, a Sima, por meio do Departamento de Fauna (Defau), emitiu parecer em que aconselhava o Bosque Fábio Barreto a evitar a doação de Bambi por causa da idade avançada e do suposto estres­se causado pela longa viagem. O santuário também iniciou conversa para levar a outra aliá do zoo, Maison, de aproxima­damente 48 anos. Asiática, ela pesa quatro toneladas.

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