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Barbosa deixa Nogueira em ‘saia justa’

ALFREDO RISK/ ARQUIVO TRIBUNA

A notícia caiu feito bomba e se espalhou como rastilho de pólvora por Ribeirão Preto. Uma mensagem do vice-prefeito e se­cretário municipal de Assistên­cia Social, Carlos Cezar Barbosa – filiado ao PPS –, enviada a in­tegrantes de cargos de confiança de sua pasta via aplicativo What­sApp, criou um grande embara­ço para o prefeito tucano Duarte Nogueira Júnior e sua esposa Samanta Maria Pineda Duarte Nogueira, candidata a deputada federal pelo PSDB.

Divulgada na madrugada desta quarta-feira, 3 de outubro, a mensagem atribuída a Barbosa di­zia que ele teria sido informado de que um integrante do gabinete do prefeito Duarte Nogueira estaria solicitando doações financeiras a ocupantes de cargos em comissão para serem utilizadas na campa­nha da candidata a deputada fede­ral Samanta Duarte Nogueira.

No texto ele teria comentado: “Eu não sou político, estou político e, por isso, não compactuo com esse tipo de situação, porque acho que vai na contramão daquilo que nós queremos dos políticos e da política brasileira”. Procurado pelo Tribuna, o vice-prefeito afirmou que houve uma distorção do que ele escreveu e que em nenhum momento atribuiu o suposto pe­dido de doações ao prefeito.

“Ele é um homem prepa­rado, inteligente e não acredito que tenha autorizado este tipo de solicitação”, afirmou. O vice de Nogueira afirmou ainda que está inconformado com o que chamou de “distorção” e disse ter ficado em uma situação descon­fortável no governo. Ao Tribuna, Carlos Cezar Barbosa revelou que estuda colocar seu cargo de secretário à disposição do pre­feito – vai continuar como vice, de onde só sai se renunciar ou quando o mandato terminar, em 2020. “Ainda não conversei com ele, mas estou refletindo e devo tomar uma decisão”, explicou.

Procurado pelo Tribuna, o prefeito Duarte Nogueira afir­mou que “o vice-prefeito já escla­receu os fatos” e que a notícia “é mais uma mentira política, cria­da às vésperas da eleição”. Sobre o possível pedido de Carlos Ce­zar Barbosa para deixar o cargo, o tucano afirmou que ainda não havia conversado com ele, que desconhecia a informação e que só poderia falar algo após uma conversa com o secretário.

Sobre o caso, a Coordenadoria de Comunicação Social da prefei­tura emitiu a seguinte nota: “A Prefeitura informa que o gabinete do prefeito não solicitou doações a nenhum servidor da administra­ção municipal. A administração municipal ainda esclarece que vai apurar se ocorreu o uso indevi­do de qualquer pedido, usando o nome do gabinete do prefeito como manobra política em época de eleições”. O Tribuna procurou Barbosa até o início da noite de ontem, como ele mesmo orien­tou, mas o vice-prefeito e secretá­rio da Semas não retornou.

Pedido de cassação
A advogada Taís Roxo da Fonseca – que recentemente se desfilou do Psol – entrou em contato com a redação do Tribu­na para informar que ingressou com representação ao Ministé­rio Público Eleitoral (MPE) pe­dindo a cassação do registro da candidatura de Samanta Duarte Nogueira a deputada federal.

A advogada diz que decidiu fazer a representação “em razão das notícias divulgadas sobre pedidos de verba para a campa­nha da candidata”, envolvendo o nome do próprio secretário de Assistência Social e vice-prefeito Carlos Cezar Barbosa. Entre as argumentações estão o “abuso do poder público e econômi­co e o uso da máquina pública para captação ilícita de votos”.

O vice e as redes sociais
Não é a primeira vez que o vice -prefeito e secretário da Assis­tência Social, Carlos Cezar Barbo­sa (PPS), cria um imbróglio para a administração, com declarações em redes sociais. Em fevereiro deste ano, pelo Facebook, criticou a “impotência” do governo diante de atrasos no andamento interno de suas propostas. “Peço que me deixem trabalhar”, declarou a um órgão de imprensa.

Já em abril, de novo pelas redes sociais, disparou contra o funcionalismo público – então em greve –, ironizou servidores e chegou a chamar um muní­cipe, com quem discutia pelo Facebook, “às vias de fato”. De novo em abril deste ano, se disse surpreso com a não indicação de sua esposa, Camila Santana, para a presidência do Fundo Social de Solidariedade, quando Samanta Duarte Nogueira se afastou, exa­tamente por conta das eleições.

Claramente chateado, Carlos Ce­zar Barbosa afirmou que “todos os cargos do Executivo – exceto o de vice-prefeito – são prerro­gativas do prefeito”. E alfinetou: “Parabenizo minha mulher Camila por sua dedicação ao Fundo Social, pelo período em que lá trabalhou voluntariamente”.

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