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Bigodini volta e 
fica em silêncio

Max Gallão Mesquita
Bigodini voltou a participar das sessões legislativas da Câmara: Manifestantes do Movimento Brasil Livre (MBL) fizeram um protesto no plenário

Nesta segunda-feira (3), o vereador Bigodini voltou a participar das sessões legislativas da Câmara de Ribeirão Preto, mas não se manifestou


Nesta segunda-feira, 3 de novembro, o vereador Roger Ronan da Silva (MDB), o Bigodini, de 33 anos, voltou a participar das sessões legislativas da Câmara de Ribeirão Preto, mais de um mês depois de se envolver em acidente de trânsito, na madrugada de 28 de setembro, na avenida do Café.

O terceiro atestado médico apresentado pelo parlamentar venceu na quarta-feira (298) e ele retornou à Câmara no dia seguinte, 30 de outubro. Assinou papeis e se reuniu com assessores no gabinete antes de posta um vídeo avisando que havia voltado.

Esperava-se que Bigodini usasse a tribuna para justificar o afastamento. Entretanto, não falou absolutamente nada sobre o assunto e nem justificou nenhum dos 19 requerimentos que apresentou à prefeitura na volta ao Legislativo, algo que costumava fazer constantemente. 

Manifestantes do Movimento Brasil Livre (MBL) participaram da sessão com faixas com dizeres “Fora Bigodini”.

O Tribuna apurou que o vereador até pensou em falar sobre o assunto, mas foi demovido da ideia por outros vereadores.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Ribeirão Preto vai se reunir nesta terça-feira (4), às 14 horas, para discutir o caso Bogodini.

O colegiado cobra prontuários e relatórios médicos da clínica onde o vereador esteve internado após sofrer o acidente de trânsito.

Na última reunião, o Conselho de Ética indicou Maurício Vila Abranches (PSDB) como substituto de Jean Corauci (PSD) na relatoria, afastado por motivo de saúde.

No dia 2, em reunião do conselho, foram sorteados para investigar o a denúncia Franco Ferro (PP), Vila Abranches e Corauci, como relator.

O Conselho de Ética tem 180 dias para concluir os trabalhos e emitir parecer sobre o caso. Bigodini passou a ser investigado após o jornalista Rodrigo Leone da Silva impetrar um pedido de cassação por quebra de decoro.

Manifestantes do Movimento Brasil Livre (MBL) participaram da sessão com faixas com dizeres “Fora Bigodini”

O colegiado não havia confirmado, até o fechamento desta edição, se a Polícia Civil havia enviado cópia do inquérito que envolve o indiciamento do vereador.

No dia 24 de outubro, o delegado Gustavo André Alves, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), indiciou o vereador por embriaguez ao volante, falsidade ideológica e fraude processual, confirmando que ele não disse a verdade após o acidente. Somadas, as penas podem chegar a dez anos de prisão em caso de condenação.

O barbeiro e infuenciador também pode ficar inelegível por oito anos. Já a namorada dele, a assistente social Isabela de Cássia de Andrade Faria, de 29 anos, responderá por falsidade ideológica, fraude processual e autoacusação.

O casal não será preso e acompanhará o trâmite do processo em liberdade. 

O delegado vai enviar o relatório final do inquérito para o Ministério Público de São Paulo (MPSP), que pode optar por arquivar o caso ou oferecer denúncia à Justiça de Ribeirão Preto.

Neste caso, o vereador e a namorada passam a ser considerados réus e serão julgados pelos crimes a eles imputados. Como não houve morte, a possibilidade de júri popular está descartada. 

O acidente de trânsito envolvendo o Chevrolet Tracker cinza alugado pelo vereador ocorreu na madrugada de 28 de setembro, na avenida do Café, Zona Oeste. Na época, Bigodini disse a policiais que a namorada estava dirigindo. Ela não tem Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Segundo o delegado Alves, as investigações reuniram diversas imagens de câmeras de segurança coletadas em diversos pontos por onde o vereador e sua namorada haviam passado naquela noite e madrugada que antecederam o acidente.

O delegado disse que, através das imagens, é possível afirmar que era sempre Bigodini quem conduzia o carro. Eles foram a diversos bares e a Polícia Civil conseguiu levantar o que ele consumiu. Os vídeos foram submetidos à perícia comprovam que Bigodini estava ao volante do Chevrolet Tracker cinza alugado.

O rastreamento foi possível porque o carro que Bigodini dirigia era alugado e monitorado por GPS. Naquela noite, Bigodini ingeriu vodca, cachaça, uísque e cerveja. Na direção do Tracker, atingiu mais de 100 quilômetros por hora em várias vias da cidade, chegando ao máximo de 183 km/h na Rodovia Anhanguera (SP-330).

Em nota distribuída a imprensa, os advogados Wesley Felipe Martins dos Santos Rodrigues e Paulo Roberto Pereira Marques dizem que tomaram conhecimento das imagens divulgadas pela Polícia Civil através da mídia. 
Citam que o processo tem 233 páginas, motivo pelo qual não houve tempo hábil para que a defesa procedesse à análise minuciosa de todo o conteúdo apresentado.

Após a repercussão do caso, Bigodini postou um vídeo postado nas redes sociais endereçado à população de Ribeirão Preto, em que dizia estar em tratamento, cuidando da saúde. O laudo apontou transtorno de estresse agudo, caracterizado por uma resposta emocional intensa a um evento traumático.

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