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Bolsonaro recebeu PF sem Michelle em casa e não ofereceu resistência à prisão

Turma do STF decidiu, por unanimidade, manter a condenação de Jair Bolsonaro (PL) e mais seis réus na ação penal do Núcleo 1 da trama golpista | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Por Aguirre Talento/Agência Estado

Uma equipe da Polícia Federal chegou por volta das 6h10 à residência do ex-presidente Jair Bolsonaro na manhã deste sábado, 22, e comunicou a ele a ordem de prisão preventiva expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Bolsonaro recebeu os agentes da PF e não ofereceu resistência à ordem. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não estava em casa. Ela havia viajado para participar de um evento do PL no Ceará e foi avisada por telefone sobre a ação.

Em publicação em uma rede social, a deputada Rosana Valle (PL-SP) disse que estava com Michelle quando ela recebeu a notícia. “Hoje, às 6h, ao lado de Michelle Bolsonaro, recebi a notícia da prisão de Jair Bolsonaro enquanto estávamos em solo cearense. Viemos para mais um encontro de lideranças femininas do PL Mulher. Ele está bem, confirmou à Michelle. Essa covardia não nos abala. Michelle está voltando para Brasília”, escreveu.

Os advogados do ex-presidente também foram pegos de surpresa, já que na véspera haviam solicitado ao STF o cumprimento de prisão domiciliar por razões de saúde.

A ação policial foi planejada na sexta-feira, 21, pela Diretoria de Inteligência Policial (DIP), depois que o ministro Alexandre de Moraes proferiu a decisão de prisão preventiva.

Acolhendo a um pedido da Polícia Federal, que citou riscos à ordem pública pela convocação de uma vígilia na porta do condomínio de Bolsonaro, Moraes determinou expressamente que a ordem de prisão fosse cumprida na manhã deste sábado sem uso de algemas e sem “exposição midiática”. Esse cumprimento aos finais de semana é atípico mas pode ocorrer em casos de urgência – o ex-ministro Walter Braga Netto também foi preso em um sábado, por exemplo.

A prisão preventiva de Bolsonaro já havia sido solicitada pela PF em julho deste ano, na investigação que apurava ações do ex-presidente e do seu filho Eduardo Bolsonaro para interferir no andamento da ação penal sobre a tentativa de golpe. Na ocasião, porém, Moraes preferiu adotar uma solução intermediária e determinou a imposição de tornozeleira eletrônica. Depois, diante de descumprimentos de cautelares, Moraes decretou a prisão domiciliar. Só agora, com o novo pedido apresentado pela PF, foi que o ministro decidiu decretar sua preventiva.

Ele foi levado para a carceragem da Superintendência da PF em Brasília, que havia reformado uma cela para receber o ex-presidente no caso de uma preventiva.

Defesa diz que prisão de Bolsonaro ‘pode colocar sua vida em risco’

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em nota divulgada neste sábado, 22, que a prisão preventiva “pode colocar sua vida em risco” por causa de seu estado de saúde e disseram que irão apresentar recurso contra a decisão.

Os advogados dizem que “causa profunda perplexidade” a motivação da prisão por causa da convocação de uma vigília de orações na casa do ex-presidente.

Eles também rebateram a suspeita de risco de fuga citada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e afirmam que ele estava sendo monitorado por policiais e foi detido com sua tornozeleira eletrônica. Leia a nota na íntegra ao fim desta matéria.

A PF tomou a decisão de prender o ex-presidente após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocar para este sábado uma vigília na proximidade do condomínio Solar de Brasília 2, onde Bolsonaro estava em prisão domiciliar. A organização avaliou que o ato representava risco para participantes e agentes policiais.

Na decisão, Moraes ainda sinalizou “a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho”.

O ministro apontou que Bolsonaro poderia fugir para embaixadas próximas à sua casa, considerando investigações que já apontaram um planejamento de pedido de asilo para o ex-presidente.

Leia a nota da defesa na íntegra

“A prisão preventiva do ex-Presidente Jair Bolsonaro, decretada na manhã de hoje, causa profunda perplexidade, principalmente porque, conforme demonstra a cronologia dos fatos (representação feita em 21/11), está calcada em uma vigília de orações. A Constituição de 1988, com acerto, garante o direito de reunião a todos, em especial para garantir a liberdade religiosa. Apesar de afirmar a “existência de gravíssimos indícios da eventual fuga”, o fato é que o ex-Presidente foi preso em sua casa, com tornozeleira eletrônica e sendo vigiado pelas autoridades policiais. Além disso, o estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado e sua prisão pode colocar sua vida em risco. A defesa vai apresentar o recurso cabível.

Celso Vilardi

Paulo Amador da Cunha Bueno”.

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