Por Hugo Luque
O Botafogo volta a campo neste domingo (19), às 18h30, no Estádio Santa Cruz/Arena Nicnet, para enfrentar o Cuiabá, em duelo válido pela 33ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Com Ivan Izzo no comando, a equipe busca, nas rodadas derradeiras da temporada, evitar o rebaixamento para a Série C.

O desempenho desde a troca no comando melhorou. Nos últimos dois jogos com Allan Aal como técnico, o Pantera sofreu duas derrotas: 2 a 1 para a Ferroviária, em casa, e 2 a 0 diante do Coritiba, fora. Desde a chegada de Izzo, o conjunto somou um triunfo sobre o Paysandu por 1 a 0, no Santão, e um empate em 1 a 1 com a Chapecoense, na Arena Condá.
O ponto somado fora de casa, na última terça-feira, veio com um toque de frustração. Mesmo contra um adversário que briga pelo acesso e na condição de visitante, o Tricolor abriu o placar na reta final da partida e poderia ter uma situação ainda melhor na tabela, mas sofreu o gol da igualdade da Chape nos acréscimos do segundo tempo. Mesmo com o “gosto” de derrota, Ivan Izzo destacou a importância de não deixar todos os pontos em disputa pelo caminho no Sul.
“Eu acho que a importância é enorme. Não só pelo ponto, mas, principalmente, pela postura que nós tivemos dentro do jogo. Competimos de igual para igual com a equipe da Chapecoense, que é muito bem treinada pelo Gilmar [Dal Pozzo] e tem jogadores de muita qualidade. (…) A gente sai com o sentimento que mesmo dentro desse momento, que não é tranquilo, a gente fez um jogo muito consciente, tranquilo e consistente, e a gente tem uma confiança para seguir na competição, e uma confiança alta, principalmente pela postura que nós tivemos”, analisou.
A confiança do técnico também é compartilhada pelo elenco. Autor do gol botafoguense contra a Chapecoense, o zagueiro Vilar, que marcou seu primeiro com a camisa do clube, acredita que o impacto do bom desempenho em campo supera a frustração pelo tento sofrido.
“Estou feliz de ter marcado com a camisa do Botafogo, muito feliz de poder contribuir. Mas [o gol sofrido no final] não afeta, não. Isso dá uma confiança, porque a gente viu que é capaz. O pessoal achou que a gente ia chegar lá em Chapecó para fazer um jogo e abaixo e tomaria um atropelo, mas a gente mostrou que é forte e resistente. Temos tudo para fazermos um grande jogo contra o Cuiabá e sairmos vitoriosos”, afirmou.

Calculadora na mão
Sobre o duelo deste domingo, contra outro rival que sonha com o acesso, Vilar disse esperar sair do gramado com os três pontos na conta.
“Acabou o jogo contra a Chapecoense e a gente já voltou pensando no Cuiabá, que vai ser um adversário muito forte e briga lá em cima na concorrência direta pelo acesso. Eles (comissão técnica) já começaram a pensar no modelo de jogo do Cuiabá e o que vão implementar para enfrentá-los de igual para igual e para nós saírmos vitoriosos.”
O Dourado iniciou a rodada na oitava posição, com 49 pontos, a três do G-4. A briga no topo é intensa e cheia de times, então há pouco espaço para erros. O time do Mato Grosso vem de vitória sobre o Coritiba por 1 a 0 e acumula dois triunfos, dois empates e uma derrota nos últimos cinco jogos.
Na outra metade da classificação, o cenário é semelhante: o Botafogo encerrou a 32ª jornada na 18ª posição, com 33 pontos, quatro atrás da fuga do Z-4. A equipe ribeirão-pretana vem de uma vitória, um empate e três derrotas nos cinco compromissos mais recentes.
As contas preocupam o torcedor. De acordo com o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Botafogo entrou na rodada com 78,7% de chances de cair. Para evitar o descenso, 45 deve ser o “número mágico”. Para chegar lá, será necessário vencer quatro dos últimos seis compromissos ou levar a melhor em três e empatar outros três.
“A gente botou na cabeça que não pode perder mais. A gente definiu que se a gente não vence, a gente também não perde. Tem de pontuar. Nessa altura do campeonato tem de pontuar o máximo possível. Uma vitória nos coloca numa posição melhor. A melhor maneira agora é pontuar e não deixar de pontuar, porque aí fica mais difícil. Tem de pensar muito na pontuação porque vai impactar no final do campeonato”, disse Vilar.
Torcida na arquibancada
Agora, mais do que nunca, é o momento de o clube tentar reaproximar o torcedor do estádio, que registrou, na última partida do Pantera em casa, o pior público do time na competição: 1.006 pessoas para uma renda de R$ 31.320. A partida deste domingo é em um horário mais favorável e, em busca do apoio fundamental da arquibancada, a diretoria iniciou uma promoção de ingressos.
Cada sócio-torcedor terá direito a dois ingressos adicionais, que serão fornecidos mediante apresentação de documento oficial por foto na loja oficial do Tricolor, no boulevard da Arena Nicnet. Para aqueles que não são sócios, o preço permanece o mesmo: R$ 60 na arquibancada (R$ 30 a meia-entrada) e R$ 150 no setor ouro (R$ 75 a meia).
“A gente quer sempre estar perto do torcedor e creio que o torcedor botafoguense vai ser muito importante para a gente nesse jogo, para apoiar e incentivar durante os 90 minutos. Peço que eles compareçam e deem essa força para a gente, para que a gente possa sair vitorioso e possa ajudar o Botafogo a sair dessa situação”, concluiu Vilar.
Os torcedores que forem ao Santa Cruz esperam o fim de um tabu. O Botafogo jamais venceu o Cuiabá em seus domínios. A única vitória paulista no confronto, que registra nove encontros, foi fora de casa, justamente no primeiro turno deste ano: 1 a 0, em junho. Nos outros oito jogos foram quatro vitórias cuiabanas e quatro empates. Em Ribeirão Preto, o Dourado venceu uma vez e a igualdade ficou no placar em outras três oportunidades.
O lateral-direito Jeferson é baixa na partida deste domingo. Lesionado, o jogador deve perder o restante da temporada. O centroavante Léo Gamalho é dúvida, enquanto o meio-campista Leandro Maciel retorna após cumprir suspensão.
Desta forma, um provável time titular tem: Victor Souza; Wallison, Ericson, Vilar e Gabriel Risso; Gabriel Bispo, Alejo Dramisino e Leandro Maciel; Jefferson Nem, Gabriel Barros e Guilherme Queiroz.


