Após revés no Come-Fogo pela Copa Paulista, Pantera tenta manter boa fase no nacional
Por Hugo Luque
O Botafogo volta a campo neste domingo (6), às 18h30, no Estádio Santa Cruz/Arena Nicnet, para enfrentar o Novorizontino, pela 15ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Será o primeiro compromisso do Pantera desde a derrota para o rival Comercial, pela Copa Paulista, na última quarta-feira.
No Come-Fogo, o time alternativo do Tricolor, que disputa o torneio sob comando do auxiliar Ivan Izzo, sofreu a primeira derrota para o arquirrival em dez anos. A situação na disputa estadual, que dá uma vaga à Copa do Brasil de 2026, é preocupante, com a equipe na lanterna do Grupo 2 e ainda sem vitórias.
Por outro lado, o plantel principal tem reagido na Série B e espera surpreender mais um rival da parte superior da tabela. Na última rodada, a vítima foi o Cuiabá, na Arena Pantanal. O gol da vitória foi do atacante Ronie Carrillo, que marcou seu primeiro com a camisa botafoguense e fez o conjunto ribeirão-pretano deixar a zona de rebaixamento ao fim da última rodada.
“Fazer esse gol foi especial demais, ainda mais num jogo tão importante como esse. A gente sabia o quanto valia sair com os três pontos e, graças a Deus, eu pude ajudar. Mas isso aqui é mérito de todo o grupo, todo mundo se doou, brigou até o fim. Estava na hora da gente respirar, sair do Z-4 e mostrar nossa força”, afirmou o equatoriano.
Mas Carrilo não foi o único herói do embate da última segunda-feira. Alguns minutos antes do tento, quando o artilheiro ainda não havia entrado em campo, o goleiro Victor Souza defendeu um pênalti e foi decisivo na conquista dos três pontos.
“Acho que, animicamente, ajudou o time, que levantou. Nós que estávamos no banco ficamos muito felizes, porque sabíamos que era um jogo muito difícil e essa defesa do Victor nos ajudou muito para entrar e subir o nível”, disse o centroavante.
“A gente trabalha pensando sempre em vencer e tendo a atitude de ter coragem de jogar e o equilíbrio emocional. Mesmo quando cometemos um erro, como foi, a gente manteve o equilíbrio. Tivemos qualidade e eficiência para corrigir o erro com o Victor defendendo o pênalti e depois seguimos jogando. Esse mental do time de se manter o tempo todo concentrado tem feito a diferença”, acrescentou o técnico Allan Aal.
Novo momento
Com o novo comandante, as derrotas foram estancadas. Em seis jogos, o Botafogo conquistou três vitórias, sofreu um revés e empatou outras duas vezes. Todos os triunfos foram contra equipes da metade superior da tabela: CRB, Chapecoense e, mais recentemente, Cuiabá. O outro resultado positivo, ainda com André Zanardi como treinador, foi fora de casa, diante do forte Athletico-PR.
“É chave manter a humildade e saber que ainda temos equipes próximas no retrovisor. Não podemos perder a concentração e o foco no trabalho para continuarmos em frente. Sabendo da responsabilidade que é cada jogo, acredito que mantendo esse nível de desempenho, a gente tem a possibilidade de fazer uma grande competição”, ponderou Aal.
O adversário da vez é um rival estadual com um planejamento invejável. Na briga pelo acesso nas últimas edições do nacional, o Novorizontino soma 26 pontos – contra 16 do Pantera, que luta para se afastar da degola – e sonha até mesmo com o título neste ano.
O Tigre do Vale, porém, vem de uma derrota para o Operário-PR, por 2 a 0, que encerrou uma sequência de cinco vitórias consecutivas do time aurinegro na Série B. Assim, o Tricolor tem a oportunidade de, em casa, complicar a vida do adversário.
“Esse jogo é uma final para nós em todos os sentidos. A torcida vai ficar muito feliz se conseguirmos a vitória e queremos dar essa felicidade para eles. Estamos nos preparando para o jogo e para darmos o melhor de nós”, projetou Carrillo, que espera uma sequência de vitórias em casa, já que a partida seguinte, contra o Volta Redonda, também será no Santão.
“Esses dois jogos são vitais, sobretudo para chegar ao final do torneio. São finais para nós, então temos de preparar bem desde o Novorizontino, que vem neste domingo, e temos de dar tudo nesse jogo. É uma final e, se ganharmos, poderemos ter outra perspectiva depois”, completou o atacante.
Histórico e escalação
O equilíbrio impera na história dos confrontos entre Botafogo e Novorizontino. Foram seis vitórias para cada lado e dois empates em 14 encontros. Nos últimos três jogos, o Tigre levou a melhor, e o último resultado favorável ao Pantera foi em 2023: 2 a 0 pela Série B daquela temporada.
Para quebrar o jejum, Allan Aal espera contar com o apoio das arquibancadas. Os ingressos estão à venda no site Total Ticket e nas bilheterias do Santa Cruz com preços que vão de R$ 60 a R$ 150, com meia-entrada garantida. Além disso, um dos bares do setor da arena vai realizar a “Football Experience”, uma iniciativa que oferece oficinas para as crianças durante toda a partida.
“Um jogo muito difícil. A equipe do Novorizontino, assim como o Cuiabá, tem um investimento muito grande. São equipes que vêm brigando pelo acesso desde o começo da competição e até mesmo por título. Sabemos da dificuldade e, em muitos momentos, vamos ter de nos superar, como fizemos [contra o Cuiabá], e contar com o apoio do torcedor, que vem nos apoiando, acreditando e reconhecendo a entrega e o trabalho de todos. Isso é fundamental para conseguir os resultados dentro de casa, porque serão dois jogos em casa fundamentais para nós”, pontuou o treinador botafoguense.
Sem Jeferson, suspenso, o Bota deve ir a campo com: Victor Souza; Wallison, Ericson, Carlos Eduardo e Gabriel Risso; Gabriel Bispo, Sabit e Leandro Maciel; Jonathan Cafu, Robinho e Alexandre Jesus (Ronie Carrillo).

