Por Hugo Luque
O Botafogo tem, nas palavras do atacante Gabriel Barros, uma “final” contra o Vila Nova nesta segunda-feira (25), às 19h, no Estádio Santa Cruz/Arena Nicnet, pela 23ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Após duas rodadas longe de casa, o Pantera volta a contar com o apoio de sua torcida para lutar contra o rebaixamento.
O saldo do período fora de Ribeirão Preto foi apenas um ponto de seis em disputa. O Tricolor perdeu para o Atlético-GO por 2 a 0 e empatou em 1 a 1 com o Remo. No Estádio Mangueirão, em Belém (PA), Barros fez sua estreia pelo novo clube e teve a bola da vitória no pé esquerdo, mas parou no goleiro adversário. Apesar da temporada complicada, o reforço destacou a união do grupo.
“O vestiário não pode deixar se abater pela situação que a gente está. O vestiário é sadio, tem ‘resenha’, conversa para sair dessa situação. É importante ter essa conversa, esse diálogo. A gente teve conversa com o professor Allan [Aal] também, que é um cara que escuta e passa conselhos aos mais novos. Procuro escutar também os mais velhos, principalmente o Léo [Gamalho]. Agora é focar nesses jogos, que chamo de finais, porque sabemos a dificuldade que é o Brasileiro”, disse o atleta.
O ponto único somado como visitante na sequência manteve o Botafogo na zona de rebaixamento. A equipe iniciou a rodada na 18ª posição, com 22 pontos. Porém, com os times da parte baixa da tabela “colados”, Allan Aal se mantém otimista, sobretudo depois do que foi apresentado contra o Remo, mesmo longe de casa.
“O que dá mais moral é nossa atuação. Mesmo perdendo para o Atlético-GO, não fizemos uma atuação ruim. Dessa vez (contra o Remo), voltamos a ter a identidade de inibir o que o adversário tem de melhor e jogar quando temos a posse de bola. Não nos desfizemos da bola. Isso foi o mais importante. Esses aspectos nos fortalecem, mas a gente sabe que contra o Vila vai ser um jogo muito difícil, mesmo a gente jogando em casa”, opinou o técnico.
O comandante acredita na reação e continua tranquilo nas entrevistas coletivas. Gabriel Barros, por sua vez, quer dar uma resposta positiva o quanto antes para ajudar o time e brigar pela titularidade com a nova camisa. “Venho para cá ajudar a equipe a sair dessa situação. Sei que o futebol é feito de altos e baixos. (…) Estamos acreditando no trabalho do Allan, que é um grande treinador. São muitos jogos, mas temos de reagir o quanto antes para podermos sair lá de baixo e não chegarmos às últimas rodadas com dificuldade. Temos de agir o quanto antes para sair dessa situação”, pontuou o atacante, que elogiou o novo chefe e o ambiente botafoguense.
“Tive uma conversa com o Allan e foi muito boa, muito sadia. Ele perguntou onde eu atuo no campo e eu falei que pelo lado direito, mas já joguei no esquerdo e por dentro. Onde ele me colocar, vou ajudar a equipe. Nesses dias de treinamento, você se adapta e treina, mas o entrosamento vem com o dia a dia. A rapaziada me recebeu muito bem.”
No Botafogo, “trabalho” é a palavra da vez. A cada revés, Aal e seus comandados falam sobre a importância de trabalhar mais. Porém, a oscilação continua um incômodo. Nas últimas três rodadas, o Pantera conseguiu todos os resultados possíveis: uma vitória, um empate e uma derrota. Embora tenha se tornado um conjunto menos reativo nas mãos do novo treinador em relação à era Márcio Zanardi, o Tricolor ainda precisa fazer com que as chances criadas virem mais gols. A equipe ribeirão-pretana abriu a rodada com o segundo pior ataque da Série B (15 gols, um a mais que o Volta Redonda).
“É com trabalho. É o que a gente faz no dia a dia. É pedindo para treinar mais finalizações. O ajuste é o que faz a diferença no futebol e, no ataque, eu chego para ajudar a equipe. Se eu não estiver bem tecnicamente, estarei para ajudar e correr. Sou um cara que procura, no um para um, finalizar de esquerda, de direita, cruzar na área. Hoje, o que a gente precisa é um ajudar o outro dentro de campo. Um precisa pegar na mão do outro. Se não der 3 a 0 ou 4 a 0, que seja 1 a 0, porque vale o mesmo número de pontos”, destacou Barros.
Na defesa, a situação também não é animadora. Ainda que tenha apresentado evolução nas primeiras rodadas com Aal, a retaguarda botafoguense voltou a sofrer com desfalques e partidas ruins. Com 31 gols sofridos, é a vice-lanterna da divisão ao lado de Amazonas e América-MG, e à frente apenas do Athletico-PR, que levou 32. A má fase nos dois lados do campo fez com que o Bota iniciasse a rodada com 57,9% de chance de rebaixamento, de acordo com as estatísticas disponibilizadas pelo Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O Vila Nova é o oposto. Com 33 pontos, o Colorado briga para entrar no G-4 e abriu a jornada com a terceira melhor defesa, ao lado de outros três clubes, com 20 gols cedidos.
Foram 12 encontros na história entre os adversários desta segunda à noite, com três vitórias botafoguenses, um empate e oito triunfos dos goianos. No primeiro turno, deu Vila por 2 a 0. A situação é, de fato, desfavorável aos paulistas. Além das estatísticas, Allan Aal continua a acumular problemas para escalar sua defesa. Desta vez, quem está fora, por acúmulo de cartões amarelos, é o veterano volante Edson, elogiado após o empate com o Remo, em que foi escalado na zaga.
“O Edson fez uma baita partida. Jogador muito experiente, que tem uma liderança muito grande, nos ajuda dentro e fora de campo. Essa competitividade é fundamental e as ausências têm de mostrar também a qualidade do nosso grupo”, destacou Allan Aal, que também celebrou um retorno no setor.
“Perdemos o Edson para a próxima partida, porque tomou o terceiro cartão amarelo, mas temos o retorno do Alisson Cassiano. Essa valorização do grupo e esse entendimento de que todos são importantes e vão jogar jogos muito importantes são fundamentais para a gente continuar com essa evolução e transformar em resultado”, completou.
Além de Cassiano, a defesa tricolor deve contar com Vilar como opção. Anunciado no último dia 12, o jogador de 25 anos estava no Maringá e não foi relacionado em Belém, mas tende a ficar à disposição nesta partida. Outro reforço que deve compor o banco de reservas pela primeira vez é o atacante Guilherme Queiroz.
Um provável Botafogo titular tem: Victor Souza; Jeferson, Alisson Cassiano, Carlos Eduardo e Gabriel Risso; Gabriel Bispo, Wesley Dias e Leandro Maciel (Marquinho); Jonathan Cafu, Jefferson Nem e Léo Gamalho.
Os ingressos para o confronto com o Vila Nova estão à venda no site Total Ticket e nas bilheterias do Santão – apenas nesta segunda, a partir das 9h –, com preços que vão de R$ 60 (R$ 30 a meia-entrada) na arquibancada até R$ 150 (R$ 75 a meia) no setor ouro.

