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Política

Câmara isenta cassacão e aprova apenas suspensão de Bigodini

(Arquivo Tribuna) Ele e Ele Detalhe Por unanimidade (19 votos), a Câmara de Ribeirão Preto livrou o vereador Bigodini da cassação: emedebista ficará 180 dias suspenso sem remuneração

Vereador foi indiciado pela Polícia Civil por embriaguez ao volante, falsidade
ideológica e fraude processual, mas Câmara descartou cassação

A Câmara de Ribeirão Preto aprovou nesta segunda-feira, 10 de novembro, por
unanimidade – 17 votos a favor, apenas Paulo Modas (PSD) e Daniel Vieira
Rodrigues (PL), o Daniel do Busão, não votaram –, o projeto de resolução
número 45/2025, do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
A

proposta estipula pena de suspensão de 180 dias – seis meses – sem a
remuneração de R$ 20.597,25 para o vereador Roger Ronan da Silva (MDB), o
Bigodini, de 33 anos, que se envolveu em acidente de trânsito na madrugada
de 28 de setembro, na avenida do Café, na Zona Oeste, e foi indiciado por três
crimes.

Manifestantes ligados ao Movimento Brasil Livre (MBL) voltaram a protestar no
plenário do Palácio Antônio Machado Sant’Anna, sede do Legislativo, exigindo
a cassação do mandato do vereador, medida descartada pelos colegas de
Câmara. Outras faixas com os dizeres “Fica Bigodini” foram afixadas no
recinto.

O emedebista foi indiciado pela Polícia Civil por embriaguez ao volante,
falsidade ideológica e fraude processual após ser flagrado bebendo vodca,
cachaça, uísque e cerveja antes de dirigir um Chevrolet Tracker a 183 km/h
pelas vias da cidade, além de mentir para policiais militares.

Prisão – Somadas, as penas podem chegar a dez anos de prisão em caso de

condenação.  O parecer foi apresentado no dia 4 pelo relator do caso no Conselho de Ética,
Maurício Vila Abranches (PSDB), com aval dos demais integrantes do
colegiado – o presidente Diácono Ramos (União Brasil), o vice Franco Ferro
(PP) e Brando Veiga (Republicanos). Jean Corauci (PSD) está de licença
médica e não participou da reunião.

No documento, Vila Abranches afirma que o parlamentar abalou confiança
pública e constatou que o processo de cassação ocorreu dentro do “rito
regular”, dando a Bigodini o direito à defesa e ao contraditório.

“Propõe-se a aplicação da suspensão do exercício do mandato por 180 dias corridos,
suspendendo os subsídios, mas mantendo o vínculo parlamentar e os direitos
políticos”, diz.

O parlamentar foi investigado pelo Conselho de Ética após o jornalista Rodrigo
Leone da Silva impetrar pedido de cassação. O Legislativo abriu processo de
investigação. Na esfera criminal, a Polícia Civil concluiu as investigações sobre
o acidente de trânsito e o indiciou por embriaguez ao volante, falsidade
ideológica e fraude processual.

Votação naõ teve unaninidade e vereador volta e 2025

Esperava-se que Bigodini usasse a tribuna para defender sua presumida
inocência e falarsobrv o acidente, mas permaneceu em silêncio. Não foi só ele:
nenhum parlamentar fez uso da palavra para condenar a atitude supostamente
irresponsável do colega, ou mesmo para defendê-lo, à exceção do presidente
do Conselho de Ética.

Ao justificar o parecer do colegiado, Diácono Ramos (União Brasil) afirmou que
o afastamento de seis meses proposto foi proporcional a denúncia analisada na
Câmara. Garantiu que se a Justiça de Ribeirão Preto o condenar e enviar os
documentos com a sentença para o Legislativo, será primeiro a defender a
cassação.

Com o afastamento de Bigodini, quem deveria assumir o mandato
interinamente seria a advogada e secretária municipal de Cultura e Turismo,
Maria Eugênia Biffi, a primeira suplente do MDB. Nas eleições do ano passado
recebeu 2.400 votos.

Porém, Maria Eugênia deverá abrir mão do mandato neste momento, para
continuar no governo de Ricardo Silva (PSD). Por isso, a vaga deverá ser
assumida por Robson Vieira, segundo suplente do MDB que recebeu 1.556
votos nas eleições do ano passado.

Vereadores votaram de forma dividida pela cassacão

O terceiro atestado médico apresentado por Bigodini venceu em 29 de
outubro. No dia 3, participou da primeira sessão legislativa após mais de um
mês sob licença médica – laudo apontou transtorno de estresse agudo,
caracterizado por uma resposta emocional intensa a um evento traumático. Ele
permaneceu calado.

O barbeiro e infuenciador também pode ficar inelegível por oito anos caso o
Ministério Público de São Paulo (MPSP) acate a denúncia da Polícia Civil e ele
seja condenado. Já a namorada dele, a assistente social Isabela de Cássia de
Andrade Faria, de 29 anos, responde por falsidade ideológica, fraude
processual e autoacusação. O casal não será preso e acompanhará o trâmite
do processo em liberdade.

O delegado Gustavo André Alves, da Divisão Especializada de Investigações
Criminais (Deic), enviou o relatório final do inquérito para o Ministério Públicode São Paulo (MPSP), que pode optar por arquivar o caso ou oferecer
denúncia à Justiça de Ribeirão Preto.

Neste caso, o vereador e a namorada passam a ser considerados réus e serão
julgados pelos crimes a eles imputados. Como não houve morte, a
possibilidade de júri popular está descartada.

00O acidente de trânsito envolvendo o Chevrolet Tracker cinza alugado pelo
vereador ocorreu na madrugada de 28 de setembro, na avenida do Café, Zona
Oeste. Na época, Bigodini disse a policiais que a namorada estava dirigindo.
Ela não tem Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Segundo o delegado Alves, as investigações reuniram diversas imagens de
câmeras de segurança coletadas em diversos pontos por onde o vereador e
sua namorada haviam passado naquela noite e madrugada que antecederam o
acidente.

O delegado disse que, através das imagens, é possível afirmar que era sempre
Bigodini quem conduzia o carro. Eles foram a diversos bares e a Polícia Civil
conseguiu levantar o que ele consumiu. Os vídeos foram submetidos à perícia
comprovam que Bigodini estava ao volante do Chevrolet Tracker cinza
alugado.

O rastreamento foi possível porque o carro que Bigodini dirigia era alugado e
monitorado por GPS. Naquela noite, Bigodini ingeriu vodca, cachaça, uísque e
cerveja. Na direção do Tracker, atingiu mais de 100 quilômetros por hora em
várias vias da cidade, chegando ao máximo de 183 km/h na Rodovia
Anhanguera (SP-330).

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