Por: Adalberto Luque –
A Justiça prorrogou a prisão temporária do principal suspeito da morte de Ana Alice Santos França, de 11 anos, que morreu no dia 13 de novembro. O padrasto da menina está preso na Penitenciária de Serra Azul desde 15 de novembro.
Ele foi preso temporariamente por 30 dias e a prisão foi prorrogada por mais 30 dias pela Justiça. A princípio o caso foi tratado como tentativa de suicídio, porque a menina foi encontrada com um barbante no pescoço e um hematoma. Depois, quando ela morreu, a médica notificou a Polícia Civil que havia presença de material biológico masculino e dois ferimentos na vulva da criança, o inquérito passou a ser estupro de vulnerável.
Assim que foi preso, o homem concordou em ceder material para confrontar com o que teria sido encontrado no corpo da vítima fatal. Porém, laudo do Instituto Médico Legal (IML) descartou a presença de sêmen, drogas e veneno no corpo da menina.
O delegado responsável pelo caso, Marcelo Mello Garcia de Lima, aguarda a conclusão de outro exame, anatomopatológico, para saber qual foi a causa da morte da menina e o que teria lesionado sua região íntima. Não foi informado porque a prisão temporária foi prorrogada. A reportagem não conseguiu contato com a defesa.
Relembre o caso
Ana Lúcia foi encontrada caída na sala da casa pelo padrasto e pela irmã de 15 anos, na noite de 11 de novembro. Pouco antes, apenas a criança, o padrasto e o irmão de 19 anos estavam na casa.
O padrasto disse que dormiu ao chegar do trabalho. O irmão saiu para ir à academia. O padrasto acordou para buscar a mãe da criança no trabalho, mas antes abriu o portão para a outra irmã, que voltava da igreja.
Foi ela quem percebeu que Ana Alice estava caída, sem respirar. Os dois levaram Ana Alice até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Serrana, onde ela foi estabilizada e transferida para o Hospital das Clínicas – Unidade de Emergência (HC-UE), no Centro de Ribeirão Preto.
Foi a médica que atendeu a criança que percebeu a marca no seu pescoço. Ele comunicou o fato à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), onde o delegado Lima, que é titular em Serrana, estava de plantão.
Ele ouviu o padrasto e a mãe da menina e apreendeu telefones celulares para análises. No dia 13, Ana Lúcia morreu no HC-UE. Novamente a médica ligou para o delegado, comunicando que havia material biológico masculino e dois ferimentos na vulva da criança.
O caso passou a ser investigado como estupro de vulnerável. No dia 14, o delegado pediu a prisão preventiva do padrasto por considerá-lo o principal suspeito. Ele foi preso no dia 15, em Santa Rosa de Viterbo, na casa de sua mãe, a 70 km de Serrana. Mesmo com o laudo do IML que descartou sêmen, drogas e veneno no corpo da criança, ele seguiu preso e teve sua prisão temporária prorrogada por mais 30 dias. As investigações prosseguem.

