Tribuna Ribeirão
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Chico, o Buarque

Taís Roxo Fonseca *
Taisroxo2020@gmail.com

Chico Buarque de Hollanda nasceu no mesmo dia que comemoramos o aniversário da nossa Ribeirão Preto, no dia 19 de junho, o poeta completou 81 anos de idade. Feriadão aqui em Ribeirão e eu me encontrava curtindo uma das maiores preciosidades da vida, escutando o radinho que ganhei de meu irmão Fernando, quando o radialista lançou a seguinte pergunta: O que seria do Brasil sem o Chico Buarque? Muito mais que ouvir músicas, o rádio faz a gente pensar e pensando, recordamos.

E foi nesse instante que a poesia do Chico invadiu minh’alma para elevar-me à pessoas e lugares incrivelmente interessantes que um dia cruzaram meu caminho deixando lastros importantes. O Brasil e o Chico são inseparáveis, aos 22 anos de idade o Chico compôs A Banda, que se tornou um clássico nacional, vencendo o Segundo Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, interpretada por Nara Leão.

Nunca conheci o Chico pessoalmente mas confesso que já passei perto disso várias vezes, uma dessas foi quando o Sócrates Brasileiro convidou o Chico para dar um show aqui em Ribeirão Preto, o Sócrates era seu amigo e algumas vezes tinha jogado bola na sede do Politheama, time do Chico e símbolo da paixão do Chico pelo futebol, que também estende seu amor pelo Fluminense.

Por mais incrível que pareça, o Chico aceitou o convite do Sócrates para o show mas infelizmente impôs uma condição que o nosso Magrão não conseguiu viabilizar. O Chico falou, vou sim, mas desde que você organize uma peladinha aí em Ribeirão Preto, quero jogar bola, tomar umas cervejas, depois canto. Enfim, não rolou a bola.

Outra vez, que quase esbarrei no Chico, foi em 1988 quando formei e em seguida viajei com duas amigas para o Rio de Janeiro, chegando lá, uma delas, que é uma bailarina famosa aqui de Ribeirão, a querida Celia Godoy, nos convidou para uma festa com o Chico que aconteceria em Copacabana, eu e a outra amiga achamos mais seguro ir ao Canecão assistir ao show do Lulu Santos, pensamos ser impossível encontrar o Chico em uma festa.

Pois o Chico foi realmente à festa onde rolou com muita música e conversa boa. Recentemente o Fernando Kaxassa, do Cineclube Cauim, foi visitar o Chico em seu apartamento no Leblon e me passou o endereço, quem sabe um dia qualquer pelas areias cariocas posso encontrar o poeta que inspirou a minha especialização profissional em acidente do trabalho, quando ainda menor de idade escutei no rádio a música de sua autoria, Construção: E tropeçou no céu como se fosse um bêbado\ E flutuou no ar como se fosse um pássaro\ E se acabou no chão feito um pacote flácido\ Agonizou no meio do passeio público\ Morreu na contramão atrapalhando o tráfego.

* Advogada

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