Tribuna Ribeirão
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Crônicas, poesias, pátrias e traidores

Edwaldo Arantes *
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Minha humilde literatura é apenas o retrato de tudo que vivo, das heranças marcantes da minha infância, dos percalços, decepções e sonhos de toda uma trajetória, sempre fiel ao meu tempo e lugar.

Esforço-me ao transformar em palavras o sussurro do riacho, o alarido das cachoeiras descendo livres, o sabiá ao entardecer posado sobre o jacarandá gorjeando maviosas e tristes melodias, os passos da minha mãe rodeando o fogão instigando o farfalhar da chaleira, a voz do vento batendo nos buritis e os sinos teimosos a repicar melancólicos ao longe.

Aprecio as esmeraldas retiradas da mãe terra emoldurando o verde dos olhos, a magnitude exposta em um corpo moldado em curvas imitando as montanhas mineiras, a imagem perfeita, deitada de bruços nua sobre a relva.

Não posso e nunca fugirei à luta contra o autoritarismo e toda a forma de opressão, a contenda incessante em busca da igualdade, fraternidade, solidariedade e a defesa intransigente dos desvalidos e miseráveis.

Frutos de certa elite que os despreza e abomina, sua meta é acumular cada vez mais, fortalecendo o ter em detrimento do ser.

Responsável e promotora de um dos maiores índices de concentração de renda e desigualdade do mundo.

Imprescindível a revisão dos nossos impostos, principalmente, a taxação dos milionários e bilionários representando 1% da população explorando e lucrando em cima dos 99%.

Setores de uma classe política insaciável fazendo do erário público seu parque de diversões, uma Disneylândia de prazeres e festanças amparados por uma lastimável decisão denominada emenda parlamentar, valores destinados a um fim incerto, podendo ser um conluio suspeito de malversação do dinheiro público e, ainda, isentos de nominação consumindo cerca de 51% da peça orçamentária.

Emendas são necessárias, desde que destinadas única e exclusivamente a ações e demandas de interesse popular.

Jamais defenderam os porões fétidos das prisões da ditadura militar, onde condenados ao sofrimento seres humanos trancafiados, Alex Polari de Alverne, Nelson Rodrigues Filho, José Genoíno Neto, Dilma Vana Rousseff, Áurea Moretti e tantos outros mais.

Nunca pediram anistia, pelo contrário, aplaudiram e apoiaram as torturas e assassinatos cometidos; Vladimir Herzog, Djalma Carvalho Maranhão, Ieda Santos Delgado, Jane Vanini, Luiz Eduardo da Rocha Merlino, Alexandre Vannucchi Leme, Ieda Santos Delgado, Carlos Lamarca, Carlos Marighella, André Grabois e uma infinidade dos verdadeiros heróis da pátria, retratados em uma longa lista de desaparecidos e assassinados.

Rogam por uma anistia ampla geral e irrestrita tentando perdoar o imperdoável, querendo inocentar e devolver golpistas, agressores e sabotadores da democracia.

Estamos juntos apoiando o Governo Lula, reconstruindo e devolvendo o orgulho, o privilégio e a honra em ser brasileiro.

Talvez seja o sonho dele e da humanidade o compromisso fiel com a paz e a vida perene em realizações e dignidade.

Acredito que consigamos um dia a livre e soberana determinação dos povos, respeito absoluto em suas escolhas, cor, raça, credo, opção sexual, respeito ao meio ambiente, aos patrimônios e valores históricos e o direito inalienável à moradia, cultura, educação, medicina, emprego e, todos os direitos fundamentais.

Que possamos viver enlaçados envolvidos pelas esperanças, acreditando que existe a possibilidade de um mundo melhor para o cultivo da felicidade.

Não podemos admitir a intromissão nos desígnios e opções do Brasil como instigam ex-presidente, familiares e alguns apoiadores, parte deles representando os principais Estados da Federação.

Não estão sendo vítimas, nossa justiça é imparcial, equânime e livre, o julgamento ocorre dentro da normalidade democrática, do amplo direito ao contraditório sem quaisquer cerceamentos em suas defesas.

Se condenados, punidos dentro da Lei, semelhantes a quaisquer cidadãos sujeitos a cometerem crimes.

BRASIL SOBERANO SEMPRE.

“Deixo claro que a firmeza do meu canto vem da certeza que tenho. De que o poder que cresce sobre a pobreza e faz dos fracos riqueza,  foi que me fez cantador” – Geraldo Vandré.

* Agente cultural

 

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