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Defesa de vereador 
Bigodini pede fim de processo

Thaisa Coroado/Câmara Presidente do Conselho de Ética diz que a reunião foi realizada devido a um formalismo processual: defesa de Bigodini pede anulação do processo

Conselho de Ética da Câmara de Ribeirão Preto já está analisando documentos da Polícia Civil e da defesa



Na tarde desta quarta-feira, 22 de outubro, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Ribeirão Preto realizou sua segunda reunião para dar continuidade à análise do processo de cassação movido contra o vereador Roger Ronan da Silva (MDB), o Bigodini, de 33 anos, que se envolveu em acidente de trânsito e é suspeito de dirigir embriagado e de cometer fraude processual ao supostamente mentir para policiais.

O colegiado é presidido pelo vereador Diácono Ramos (União Brasil) e conta com a participação de Franco Ferro (PP), Maurício Vila Abranches (PSDB), Brando Veiga (Republicanos) e Jean Corauci (PSD).

O presidente do colegiado informou que a reunião foi realizada devido a um formalismo processual. 

Tanto o ofício emitido pela Delegacia Seccional de Ribeirão Preto, que trata do termo circunstanciado referente ao acidente, quanto à defesa apresentada pelo advogado de Bigodini, Renato Cassiano, já foram juntados aos autos do processo.

Bigodini pode perder o mandato de vereador (Arquivo Tribuna)

“Saliento que, tanto o vereador Bigodini, quanto seu advogado foram devidamente notificados dos atos praticados, bem como desta reunião”, afirmou Ramos. Corauci ressaltou que “os documentos entregues serão analisados pelo Conselho de Ética para, em seguida, dar continuidade aos trabalhos”, finalizou.

Anulação – A defesa de Bigodini pede a anulação do processo de cassação por falta de provas. Em um dos trechos, lembra que os dois policiais militares que atenderam a ocorrência não viram quem estava ao volante porque quando chegaram ao local o acidente já havia ocorrido e, provavelmente, várias pessoas entraram e saíram do veículo.

À Polícia Civil, os PMs disseram, em 3 de outubro, que viram apenas “um vulto” descer do Chevrolet Tracker cinza e que a namorada do vereador, a assistente social Isabela de Cássia de Andrade Faria, de 29 anos, foi ao encontro dos agentes de segurança.

Bigodini também é investigado na esfera criminal. 

Na segunda-feira (20), Bigodini protocolou na Câmara de Ribeirão Preto novo atestado médico com duração de mais dez dias para justificar sua ausência das atividades parlamentares.

Desde 29 de setembro, o vereador está afastado de suas funções legislativas e foi internado em clínica particular para tratamento.

Ele apresentou atestados médicos de ansiedade e estresse.

O primeiro, com prazo de quatro dias, venceu em 2 de outubro. O segundo, de dez dias, expirou no dia 15. Aponta transtorno de estresse agudo, caracterizado por uma resposta emocional intensa a um evento traumático. 

Como o período de afastamento não chega a 15 dias, o suplente não será convocado.

A Lei Orgânica do Município (LOM) determina que a convocação só deverá ocorrer quando a licença médica ultrapassar 15 dias ininterruptos. O vereador têm feito pedidos sucessivos, impedindo a posse dos reservas.

Conselho – O acidente de trânsito envolvendo o Chevrolet Tracker cinza alugado pelo vereador ocorreu na madrugada de 28 de setembro, na avenida do Café, Zona Oeste.

Na Câmara, passou a ser investigado após o jornalista Rodrigo Leone da Silva entrar com pedido de cassação. O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar tem 180 dias para concluir os trabalhos e emitir parecer sobre o caso. 

No dia 16, o vereador e a namorada dele faltaram ao depoimento na Delegacia Seccional de Ribeirão Preto.

O advogado do casal, Wesley Rodrigues, apresentou à Polícia Civil uma petição que concede a dupla o direito de se abster de depoimentos e permanecer em silêncio durante interrogatório.

Inabilitada – A namorada de Bigodini, que não tem Carteira Nacional de Habilitação (CNH), afirmou que ela estava dirigindo o veículo. No BO, consta que ela não apresentava sinais de embriaguez. Os dois foram levados para a Central de Polícia Judiciária (CPJ), onde a ocorrência foi registrada.

A condutora deve responder pelo crime de dirigir sem habilitação ou permissão e ainda será investigada em inquérito por autoacusação falsa. Já o vereador responde por entregar a direção do veículo automotor a pessoa não habilitada, mas op foco pode mudar se ficar comprovado que ele estava ao volante. 

Será, então, investigado por fraude processual e embriaguez ao volante.

Há uma contradição nos boletins de ocorrência elaborados pela Polícia Militar, que atendeu à ocorrência, e da Polícia Civil, responsável pela investigação. 

A PM diz que Bigodini apresentava sinais de embriaguez – troca de palavras, odor etílico, fala pastosa, falta de equilíbrio –, e o outro BO não faz menção ao consumo de bebida alcoólica.

O inquérito vai apurar embriaguez ao volante e se o parlamentar alterou a cena do crime, além das irregularidades já citadas. O casal se recusou a fazer o teste do bafômetro

Vídeos – Ainda no dia do acidente, vários vídeos começaram a circular nas redes sociais. Num deles, no momento da colisão, mostrou uma pessoa com camiseta branca no volante da Tracker. A namorada de Bigodini vestia blusa preta. Já o vereador usava uma camisa branca.

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