Lúcio Mendes
No primeiro dia do mês de junho é comemorado mundialmente o Dia do Dinossauro
Muito antes dos primeiros humanos pisarem na Terra, criaturas gigantes dominavam o planeta. Os dinossauros surgiram há cerca de 230 milhões de anos, durante o período Triássico, e por mais de 160 milhões de anos caminharam por florestas densas, desertos primitivos e vastas planícies, até serem extintos no fim do Cretáceo, há aproximadamente 66 milhões de anos. Sua existência foi revelada ao mundo milhões de anos depois, quando pedras começaram a contar histórias que estavam escondidas sob a superfície do tempo.
A ciência da paleontologia, que estuda fósseis para compreender formas de vida extintas, nasceu oficialmente no século XIX. Em 1824, o geólogo britânico William Buckland nomeou o primeiro dinossauro de que se tem registro: o Megalosaurus, encontrado em Oxfordshire, na Inglaterra. Pouco depois, outras descobertas, como o Iguanodon, descrito por Gideon Mantell, e o Hylaeosaurus, por Richard Owen, consolidaram o termo “dinosauria”, criado pelo próprio Owen em 1842. A palavra significa “lagarto terrível”, ainda que os dinossauros não fossem, de fato, lagartos. A rivalidade científica entre os paleontólogos Edward Cope e Othniel Marsh nos Estados Unidos, no final do século XIX, conhecida como a “Guerra dos Ossos”, levou à descoberta de dezenas de novas espécies e impulsionou o interesse global por essas criaturas antigas.
No Brasil, os primeiros fósseis de dinossauros foram encontrados no século XX, principalmente nas regiões do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e na Bacia do Araripe, no Ceará. O país revelou espécies únicas, como o Santanaraptor, um pequeno terópode carnívoro, e o Irritator challengeri, nomeado por pesquisadores britânicos que se irritaram com a falsificação do fóssil vendido a eles. Mais recentemente, o Brasil se destacou com a descoberta do Uberabatitan ribeiroi, um imenso titanossauro herbívoro encontrado em Minas Gerais, que ajuda a entender melhor a fauna do Gondwana, o antigo supercontinente do hemisfério sul.
Enquanto a ciência escavava a realidade, o cinema escavava a fantasia. Desde “O Mundo Perdido” (1925), inspirado no romance de Arthur Conan Doyle, os dinossauros capturaram a imaginação popular. A grande revolução cinematográfica veio com Jurassic Park (1993), dirigido por Steven Spielberg. Usando uma combinação inovadora de animatronics e computação gráfica, o filme trouxe à vida tiranossauros, velociraptores e triceratops com um realismo nunca antes visto, impactando gerações e ajudando a popularizar a paleontologia. Mesmo com imprecisões científicas, como os velociraptores maiores e mais assustadores do que na realidade, o cinema tornou-se uma poderosa ferramenta para despertar o fascínio por essas criaturas.
Com o avanço das tecnologias científicas, a paleontologia também evoluiu. Hoje, com tomografias, microscopia eletrônica e análise de DNA fóssil, os pesquisadores conseguem reconstruir não apenas os ossos, mas tecidos moles, comportamentos e até cores de penas de alguns dinossauros. Sim, penas. Descobertas na China a partir dos anos 1990, especialmente na província de Liaoning, revelaram que muitos dinossauros, especialmente os terópodes (grupo do qual fazem parte o T. rex e os atuais pássaros), eram cobertos de penas. Isso fortaleceu a ideia de que as aves são os únicos dinossauros sobreviventes.
Entre as mais recentes descobertas, destaca-se o Meraxes gigas, encontrado na Argentina em 2022. Com quase 11 metros de comprimento, ele pertence à mesma linhagem do T. rex, mas viveu dezenas de milhões de anos antes. No Brasil, em 2024, paleontólogos anunciaram a descoberta de um novo titanossauro no interior do Maranhão, com características anatômicas inéditas. Também vêm sendo estudadas pegadas fossilizadas em áreas como o interior de São Paulo e da Paraíba, revelando comportamentos de manada e até possíveis interações entre espécies.
A história dos dinossauros continua sendo escrita, não apenas nos fósseis e nos laboratórios, mas também nas telas de cinema e na imaginação coletiva. Cada osso escavado, cada impressão preservada na rocha, é um fragmento de um passado vasto e quase inacreditável. Ao mesmo tempo, cada novo filme ou série que os reimagina é uma ponte entre a ciência e a fantasia. Porque, no fundo, os dinossauros não pertencem só ao passado: eles continuam vivos em nossa curiosidade, em nossas histórias e, de certa forma, até no canto dos pássaros ao amanhecer.
E às vezes, até no jornalismo local. Em 2023, uma inusitada figura ganhou o coração do público: o “Dino” da Tribuna Ribeirão. Aparecendo repentinamente como um avatar no topo do site do jornal, o simpático dinossauro verde, com olhar curioso e expressão amigável, chamou a atenção dos leitores da cidade. Mas foi nas redes sociais que ele viralizou nacionalmente. Internautas de todo o país passaram a compartilhar capturas de tela, memes e mensagens de carinho, transformando o mascote num fenômeno da internet. O Dino da Tribuna virou símbolo da ternura digital inesperada, daqueles pequenos momentos de encantamento que ganham força coletiva. E quem diria que, milhões de anos depois, um dinossauro virtual, de um jornal do interior paulista, despertaria sorrisos e afeto Brasil afora?
Seja como fóssil milenar ou como personagem de pixels, os dinossauros continuam a nos fascinar e, vez ou outra, até nos emocionar.
—
Jornal Tribuna Ribeirão
Um Jornal com a cara de Ribeirão!
Impresso | WEB | Redes sociais
Tribuna Ribeirão – Fone: (16) 3632-2200 – Whatsapp: (16) 98161-8743
Av. Barão do Bananal, 880 – Jardim Anhanguera, Ribeirão Preto
@tribunaribeirao @meiaderibeirao @dinoderibeirao
#TribunaRibeirão #News #Notícia #RibeirãoPreto #NotíciasDeRibeirãoPreto
#ClassificadosTribunaRibeirão #Jornalismo #ClassificadosRibeirão

